terça-feira, 2 de junho de 2015

A educação de adultos pode ter retornos elevados

Segue-se um texto sugerido pelo nosso leitor Manuel Silva (que pode ser encontrado aqui).  É sobre a educação de adultos, no caso a educação superior, um campo, diz ele, "sobre o qual é lançado o mesmo anátema que levou à desvalorização da cultura clássica na formação dos jovens e no ensino em geral (em todos os níveis)"

Ainda que a focagem seja posta sobretudo no retorno económico, deixando de lado o "aprender por gosto", vale a pensa lê-lo.
Os dados dizem respeito à Suécia pelo que são devidas cautelas na extrapolação para outros países mas, ao mesmo tempo, os benefícios superam os custos para o Estado mesmo em cenários pessimistas. 
Ou seja, o financiamento de educação superior iniciada por adultos compensa, tanto a nível individual como da sociedade como um todo. Estas são conclusões de Anders Stenberg e Olle Westerlund (...) um think tank alemão especializado em economia do trabalho, e no qual analisam a evolução nas duas décadas seguintes dos rendimentos de adultos suecos que se inscreveram em cursos de formação superior em 1992 (tendo nessa altura idades compreendidas entre 29 e os 55 anos). 
O investimento vale a pena defendem: “As nossas estimativas preferidas implicam efeitos positivos sobre os salários brutos de aproximadamente 5,5% para os homens e 10% para as mulheres. (…) Cálculos grosseiros indicam que os benefícios para a sociedade superam os custos, mesmo com hipóteses pessimistas.” Os autores sintetizam a investigação em cinco tópicos: Em média, a educação superior garante salários mais elevados. Os benefícios são superiores para mulheres do que para os homens. É preciso esperar uns dez anos até que os efeitos se façam sentir, pelo que neste tipo de estudos é essencial olhar para o longo prazo. Os benefícios para a sociedade (ganhos de produtividade e melhorias de saúde, por exemplo) compensam os custos com a perda de horas trabalhadas e o investimento em formação. 
Os resultados não podem ser transpostos para outros países, mas indicam que a educação de adultos pode ter retornos elevados.

4 comentários:

Anónimo disse...

Ponham o Sócrates, o Coelho e o Relvas num curso intensivo urgentemente, a ver se aprendem alguma coisa, mas num daqueles a sério, não em faculdades da treta.

António Pedro Pereira disse...

Ao Anónimo das 14:57
Este blogue caracteriza-se por pôr à consideração dos frequentadores temas sérios, que devem ter, por parte destes, respostas igualmente sérias.
Trata-se de debater ideias, o que pressupõe, naturalmente, sem que isso tenha nada de mal, que haja ideias diferentes; por vezes irremediavelmente opostas.
Mas, sem querer falar em nome dos administradores, o que se dispensa bem é contraposição de palermices a ideias.
Quem não tem nada a dizer, normalmente, diz palermices.
E por vezes nem tem consciências de tal.
Outras vezes é apenas para se armar em tolo engraçadinho.
Eu não me canso de referir uma afirmação recente de Umberto Eco sobre esta moda que se apoderou do espaço público, que retrata muito bem a tolice do Anónimo: «No momento em que todos têm direito à palavra na internet, temo-la dada aos idiotas.»
Desculpem-me a falta de paciência, mas a minha não é inesgotável.

Ildefonso Dias disse...

Será o mesmo Manuel Silva que não teve vergonha em desrespeitar Guilherme Valente, mas que agora se sente ofendido?! Haja vergonha!

http://dererummundi.blogspot.pt/2015/03/conselho-nacional-de-deseducacao.html




Manuel Silva25 de março de 2015 às 12:04
Logo que saiu o artigo do Papa Anti-eduquês no Expresso, salvo erro a 14, vim aqui vezes sem conta para confirmar que seria, de imediato, publicado.
Estranhei, não aparecia.
Estive uns dias sem cá vir e agora deparo-me com ele, posto no dia 23.
Sacrilégio: 9 dias de incerteza para os crentes da Igreja deste Papa.
Finalmente a ordem divina foi reposta.

Ildefonso Dias disse...

"Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz."

Manuel Silva 25 de março de 2015 às 12:04
Logo que saiu o artigo do Papa Anti-eduquês no Expresso, salvo erro a 14, vim aqui vezes sem conta para confirmar que seria, de imediato, publicado.
Estranhei, não aparecia.
Estive uns dias sem cá vir e agora deparo-me com ele, posto no dia 23.
Sacrilégio: 9 dias de incerteza para os crentes da Igreja deste Papa.
Finalmente a ordem divina foi reposta.

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