Gravitações é um livro com múltiplas referências aos corpos celestes. É também o título de um livro do saudoso A. Ramos Rosa.
Susto
A Corpus Barga
Excita ao fundo da noite
Sob a folhagem dos mundos
Uma estrela em seu ninho,
Uma estrela descoberta
Após este olhar amplo
E efémero de mortal,
Que começa a cantar
A canção dos espaços negros
Devorando as luzesQue começa a cantar
A canção dos espaços negros
No magnífico abismo.
Que a razão da retina
Suscita um ruído baixo.
Tudo o que morreu sobre a terra
Ronda a vida ao longe
Indagando a escuridão
Onde cresce o esquecimento
E as estrelas cegas
Cujas órbitas estão no espaço
Fixas como a esperança
E como o desespero.
Os peixes purpúreos
As cotovias e os lobos
Mantêm sua vontade pronta
A descer até nós;
Os leopardos, os pumas
E os tigres que se movem
No meio da selva
Giram como numa gaiola;
De outros animais fabulosos,
A alma cheia de perigos,
No mundo das nebulosas
Misturam seus desejos frementes.
Sob a onda universal
Que se eleva e que se afunda
O ponto zénite balança
Tal como o mirante de um mastro;
O universo esconde a Terra
Na força do seu coração
Onde cessam todos os rumores
Das angústias planetárias,
Mas a lua aproxima-se,
Para adivinhar os nossos pensamentos,
E descobre areia e escolhos
E atrai a si as nossas marés.
Nota: Corpus Barga foi um poeta espanhol.
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