O jornal I de hoje publica uma longa e interessante reportagem sobre o projecto do elevador espacial, da autoria da jorhnalista Ana Kotowicz. eis as minhas respostas às questões que me foram colocadas e que, naturalmente, só apareceram em parte:
P- Precisamos realmente de elevadores
espaciais?
P- Dentro da comunidade científica, há várias vozes – por exemplo Michael Laine, da LiftPort, David Horn, do ISEC – que defendem que neste momento já temos tecnologia suficientemente avançada para construir um elevador na Lua. Concorda? E se sim, o que é que acha que ainda nos está a travar?
R- Sim, já devemos ter tecnologia para subir no espaço sem foguetes, mas ela é extremamente cara. Pelo menos dez mil milhões de dólares. Estaremos disposta a pagá-la? É como a ida a Marte: é possível tecnologicamente, mas estaremos dispostos a pagá-la? E entre o elevador espacial e a ida à Marte o que escolheríamos? A ida à Lua só foi possível porque o presidente norte-americano fez uma escolha política e os norte-americanos aceitaram pagar o preço. Ora o elevador espacial ou a ida a Marte terão provavelmente de ser escolhas mundiais, da humanidade no seu conjunto, o que parece impossível por agora.
P-Já a Obayashi Corp garante que em 2050 vai ter um elevador especial pronto. Acredita que vão cumprir esta promessa?
R- Acho que ninguém consegue razoavelmente prever nada para 2050. Sei que há várias empresas na Terra a oferecerem a Lua ou quase, mas isso faz parte da sua estratégia de promoção.
P- Até que ponto é que a sua área de estudo mudaria com uma inovação deste género?
R- A possibilidade de ir ao espaço por menos dinheiro teria impacto em todas as áreas da ciência, designadamente pela possibilidade de fazer mais facilmente experiências no espaço quue hoje são muito difíceis de realizar. E seria como o programa Apollo das viagens à Lua: o grande projecto do elevador espacial traria benefícios difíceis de prever, não apenas na ciência como na vida em geral.
P- Serão os nanotubos de carbono. a grande esperança para o elevador espacial se tornar realidade?
R- Sim são. Esses materiais, que consistem de folhas de grafite enroladas, são extremamente resistentes à tracção, bastante mais que o aço. E o cabo do elevador espacial tem de ser extremamente resistente para suportar o seu próprio peso. Mas, mesmo dispondo de nanotubos, não é fácil, nem como disse barato, fazer o tal elevador, a que alguns chamam o "pé de feijão" da lenda inglesa do "João e o pé-de-feijão".
P- Compraria um bilhete para a viagem inaugural?
R- Sim, gostava de ver a Terra por cima, de um sítio mais alto que o de um avião, mas os primeiros bilhetes devem ser só para ricos, ou melhor superricos. Será só para gente como os actuais turistas espaciais. Mas deveria haver bilhetes para todas as bolsas: quem quisesse subir mais, pagaria mais. Um amigo meu a quem comentei essa possibilidade, respondeu-me que isso não seria nenhuma novidade, pois já hoje os ricos estão por cima e os pobres por baixo... De qualquer modo, para subir até 35 000 km, a tal órbita geoestacionária, demoraria vários dias, mesmo que, numa cabina movida a lasers, se subisse a 200 km/h. É só fazer as contas....
P- Elevadores espaciais. Uma fantasia ou uma inevitabilidade?
R- Há fantasias que se tornam realidade. Quem diria no tempo de Kepler, no século XVII, astrónomo e autor de um conto de ficção científica que tem como tema a ida á Lua, que seria possível ir à Lua, como se foi no século XX? Ainda falta um século para a data prevista por Arthur Clarke. Não sei, talvez.
2 comentários:
Mesmo sendo fantasia...um elevador espacial é uma ideia bonita. Se um dia for realidade...cá estaremos para subir no pé de feijão. Na minha história o João é uma velhinha a quem o feijoeiro nasce à chaminé. E demora vários dias para chegar ao céu. Portanto, quem viaje no elevador, leva merenda. E talvez haja umas caminhas como nos comboios internacionais:))para não chegarmos ensonados, ficamos rabugentos e assim.
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