sábado, 22 de dezembro de 2012

Seis sinais de cientificismo

A Liga Humanista Secular do Brasil está longe de promover a crendice; na verdade, visa fazer precisamente o oposto: esclarecer as pessoas e promover uma atitude reflexiva e crítica ou racional. Contudo, divulgar e defender uma atitude racional é muito diferente de embarcar no cientificismo. E a filósofa Susan Haack partilha os ideais da Liga Humanista Secular do Brasil, tendo feito um trabalho importante de defesa e divulgação da atitude racional, nomeadamente, publicando artigos no órgão oficinal do norte-americano Committee for Skeptical Inquiry (fundado por Carl Sagan, entre outros).

A Liga acaba de publicar uma entrevista a Susan Haack sobre o cientificismo, e uma tradução do seu artigo "Seis Sinais de Cientificismo". Vale a pena ler e reflectir.

5 comentários:

José Batista disse...

Fui ler e, sem ninguém pedir..., copiei para aqui esses "seis sinais", no dizer da autora:

"Breve e aproximadamente resumidos, eles são:
1. Usar as palavras “ciência”, “científico”, “cientificamente”, “cientista” etc. honorificamente, como termos genéricos de elogio epistêmico.
2. Adotar os maneirismos, os adornos, a terminologia técnica etc. das ciências, independente de sua real utilidade.
3. Uma preocupação com a demarcação, isto é, com desenhar uma linha nítida entre ciência genuína, a coisa real, e impostores “pseudocientíficos”.
4. Uma preocupação correspondente com a identificação do “método científico”, que se presume explicar como as ciências foram tão bem-sucedidas.
5. Procurar nas ciências por respostas a perguntas que estão além de seu escopo.
6. Negar ou denegrir a legitimidade ou o valor de outros tipos de investigação além da científica, ou o valor de atividades humanas outras além da investigação, como a poesia e a arte."

Armando Quintas disse...

O Ponto 3 não deveria constar nessa lista, eu bem sei que os filósofos são apaixonados pelo conhecimento, que a malta gosta de coisas alternativas, mas por favor é extremamente necessário distinguir o que é ciência do que é fraude! Não me venha outra vez com aquele argumento em post anterior que não fazia mal aprender-se e usar-se homeopatias e demais tretas!

Desidério Murcho disse...

O problema da demarcação entre a ciência e a pseudociência é um problema filosófico. O cientismo consiste não no estudo deste problema, o que implica conhecer a bibliografia relevante e as dificuldades do tema, mas antes em 1) cagar postas de pescada sobre um tema que se desconhece e 2) mentir às pessoas comuns, dando-lhes a impressão de que a distinção é simples e 3) falar não só como se uma distinção simples existisse, mas também como se esta pudesse legitimamente ser usada para tentar eliminar do reconhecimento social e legislativo quem defende e pratica a pseudociência.

Tramiro Oliveira disse...

O dia que a ciência me quiser impuser seja o que for, passará nesse mesmo dia a ser uma ditadura ao serviço do demónio e das forças primitivas das cavernas.
Eu ao consumir é que decido o que é bom para mim e mais ninguém, não preciso do Estado, não preciso de religiões, não preciso da Medicina, não preciso da ciência, a mim basta-me ter a capacidade de saber pensar, logo decido, logo usufruio, logo sou responsável por mim, não preciso do científico ou sequer pseudo-cientistas para me dizerem o que é melhor para mim.
E felizmente que existem alternativas para mim, pelo menos não morro de tédio. Mas parece que alguns contentam-se nas suas quintas a comer todo o ano e diariamente arroz com feijão. E se calhar vestem-se também o ano inteiro de cinzento.

Arthur Golgo Lucas disse...

Eu entendo que de longe pareça interessante o trabalho de uma organização que se intitula "Liga Humanista Secular". De perto, como eu a conheci, não é assim.

A LiHS e seu blog oficial, o Bule Voador, são um antro de radicalismo político de esquerda, no que a esquerda tem de pior. São autoritários, intolerantes e abusivos.

Por favor, Desidério, leia este artigo no qual esclareço isso: http://arthur.bio.br/2011/08/21/religiao/a-seita-fundamentalista-do-bule-voador#.UNkhWnjs1xA

O corpo e a mente

 Por A. Galopim de Carvalho   Eu não quero acreditar que sou velho, mas o espelho, todas as manhãs, diz-me que sim. Quando dou uma aula, ai...