O Ricardo Araújo Pereira vê o mundo de uma forma muito direta. E claro é genial. E escreve muito bem. E tem razão, geralmente. Só não percebo a mania dele pelo Benfica... mas enfim. Aqui fica um crónica dele na Visão sobre os Professores, segundo ele os grandes culpados do estado do ensino em Portugal.
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Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores. Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.
É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.
Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.
O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-Ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não.
A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento.
O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais -até porque sofro de quase todas -, não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.
Ser professor, hoje, não é uma vocação; é uma perversão.
Antigamente, havia as escolas C+S; hoje, caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora o há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.
Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano.
Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores.
Um cigano em cada escola, é a minha proposta.
Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança.
Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.
Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão
11 comentários:
Sim, um texto dentro da lucidez do sarcasmo.
Muito mau. Ia tudo muito bem até à parte dos ciganos.
Não havia necessidade mesmo.
Vergonhosamente racista este texto.
Deviam ter vergonha de o transcrever. Espero que o autor sofra consequências legais severas pela sua visão preconceituosa.
Uma vergonha colocarem este texto neste blog.
Este texto do Ricardo, no seu estilo sarcástico e de fino humor, não tem uma ponta de racismo. Enfim...
Convém não esquecer que R A Pereira é um humorista!Excelente! Inteligente!
Mas, confesso que tb é preciso ser-se inteligente para o compreender, particularmente neste texto muito MUITO especial sobre os professores.
É lógico que ele não ofende os professores, antes, com o seu humor fino" e a sua perspicácia habitual de humorista 5*, alerta-os, ajuda-os a refletir sobre si próprios, sobre o q fazem, como o fazem e se querem ou não continuar a fazer o que fazem... como o fazem!
O texto para quem habitualmente lê RAP é crítico e irónico. Ainda bem que o humor é livre. Mas na verdade era útil dar que fazer a quem recebe subsídios mensalmente sem nunca ter feito nada na vida!
- Coitadinho de quem responsabiliza os professores, coitadinho.
Esquece: do contexto familiar, da cadência produtiva, da dinâmica da arte e que os povos buscam a perspectiva de novos conceitos por lidarem com as ferramentas da atualidade e tal qual o volume de conhecimento e a percepção dos sentidos por: apreendê-lo, capturá-lo, desenvolvê-lo, fixá-lo à memória, á mente e que em acção continuada pulsa, vibrante na evolução, quando da ciência é isto a magnificência do saber.
Os professores e tão somente os professores são capacitados (e que por vezes da emboscada intitulada pela falta de gratidão) ainda que a prudência nem tarda ao sentimento do dever, pois o risco da história é justamente aos invés de percorrê-la em sê-la. O circuito que flui conhecimento parte de uma estructura, um desenho, um molde e principalmente do conceito natural da aprendizagem em adequar-se enquanto possibilidade. É delírio atribuir qualquer pensamento desnecessário a causa em ser professor, que nem frutífero?! Pois deste querer em acolher a outro nasce respectivamente o contexto do pensamento por evoluir a reciprocidade a compreensão.
Ironia.... sabe o que é?
E isso que ele não referiu o senhor do bigode (Presidente FENPROF) que é o ministro de educação há 30 anos
Tanta palavra junta sem qualquer sentido :) que demonstração "OCA" do dicionário :)
a sra tomazi por acaso sabe ler? e interpretar? É que escrever não sabe de certeza...
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