A minha crónica semanal no jornal i
Passaria pela sua cabeça ser operado por um cirurgião amador ou entregar a feitura do seu IRS a alguém que ache piada a números? Claro que não! Mas fique a saber que, em matéria de astronomia, profissionais e amadores têm um relação tão profunda como necessária. Neste mês essa relação teve mais um momento invariavelmente elevado, no qual que "variável" foi a palavra-chave. Há um certo tipo de estrelas que apresentam uma visível alteração no seu brilho, alteração que pode ser irregular ou regular num espaço de tempo que pode ir de horas a anos. Estas estrelas são particularmente importantes para os astrónomos porque o seu estudo permite compreender melhor as etapas da vida estelar e estabelecer melhor as distâncias que nos separam das mesmas. São também dos objectos celestes mais apaixonantes para os astrónomos amadores. Desde 1911 que a American Association of Variable Star Observers cataloga este tipo de estrelas, um século de noites fraternais de pais, avós e filhos para benefício dos profissionais. A 19 de Fevereiro, o astrónomo amador belga Franz-Josef Hambsch rubricou a observação número 20 000 000, fazendo deste projecto a mais antiga relação de amor entre profissionais, amadores e cosmos. Já são perto de 1,7 milhões de horas de observação e, apesar de a paixão não ser mensurável, estima-se que ele exigiria um financiamento de 27,5 milhões de dólares caso fosse feito profissionalmente. "Amador" nem sempre é pejorativo!
4 comentários:
Na minha modestíssima opinião, pelo menos em escrita científica ou escrita produzida por trabalhadores em ciência,a expressão "espaço de tempo" deveria ser evitada. "período de tempo", por exemplo, parece-me uma alternativa mais correcto.
E por que não "fatia de tempo"? JCN
Ou "intervalo de tempo" ou "lapso de tempo"?
e porque não morcela de tempo subjectivo
ou trajectória temporal Newtoniana
ou percurso temporal
ou fatia de eternidade inexistente
era para pôr um sinónimo mas além de não me lembrar de nenhum
fatia de mortadela fica bem
obviamente sem astrónomos anónimos
tanto asteróide ficaria por cartografar
desde o tal de galileu que excêntricos sem carteira profissional ganham aos restantes
pagos pelo estado
agora é melhor não divulgar
senão lá se vai o pessoal do observatório para a rua
em épocas de cortes convém não alardear
que há gente que faz o mesmo de graça
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