sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O VÍRUS ENTRE NÓS
O cérebro humano é fonte de racionalidade. E é também fonte de irracionalidade. Frente a um perigo em larga medida desconhecido, quando o cérebro precisa de ser mais racional, é precisamente quando ele não se esquece de exibir a sua irracionalidade.
O recente caso da pandemia de gripe A é um bom exemplo. As autoridades sanitárias à escala de todo o planeta alertaram para os riscos do novo vírus, cujas consequências não eram à partida nem são hoje inteiramente conhecidas. Sabemos um pouco mais do que no início da epidemia, mas não sabemos ainda tudo o que gostaríamos de saber. Apesar disso, com base no conhecimento existente, foi possível tomar um conjunto de medidas profilácticas, incluindo a preparação num tempo “record” de vacinação adequada. A nova vacina, tal como a da gripe sazonal, confere imunidade com uma altíssima probabilidade. Claro que não havendo vacinas em número suficiente, há que estabelecer prioridades para a vacinação, o que foi feito por todo o lado. Esta é a aproximação racional a um perigo com o qual estamos confrontados e que, embora não pareça ser tão grave como à partida se receava, constitui, de facto, uma ameaça à saúde pública.
Agora a parte irracional. Mergulhados como estamos numa sociedade não só de informação como de desinformação, logo apareceram vozes a desprezar o perigo do vírus. E, pior, a inventar perigos inexistentes da vacina. Nada nos deveria espantar neste mundo, onde a asneira se espalha ainda mais rapidamente do que o vírus. Espanta, porém, ver atitudes irracionais de alguns profissionais de saúde, que tinham a obrigação de expandir a racionalidade. Entre nós, os responsáveis maiores por ordens profissionais não foram suficientemente claros nas suas mensagens. É óbvio que a vacinação é voluntária. Não era preciso virem lembrá-lo. O que era preciso era que apontassem, explicando-as, as efectivas vantagens da vacinação e desmitificassem a contra-informação. O vírus está entre nós. Uma das melhores maneiras de o combater consiste em difundir a cultura científica.
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8 comentários:
A irracionalidade, como diz, anda por aí mas ela é fruto também de politicas que privilegiam o desconhecimento e a falta de espírito critico por parte dos cidadãos, e de uma forma de fazer politica (entendemos fazer politica como a acção que nos leva a todos a fazer opções e tomar decisões no nosso dia a dia) dizia eu que a acção politica predominante permite que tudo seja possível. Olhemos para os detentores do poder e para as acções que desenvolvem ao nível da saúde para questionarmos o porquê de tanto fervor em acabar com o virus da gripeA e não desenvolver os mesmos esforços com a hepatite , sida, malária ou outras doenças. Ninguém discute nada nem é favorecido quem o faça e muitas vezes o que acontece é que, mesmo para questões simples as pessoas não têm respostas de quem de direito. Como se pode divulgar a cultura científica assim? Fica-se um pouco amargurado com o mundo em que vivemos.....
Tem a certeza que uma vacina colocada no mercado em poucos meses foi suficientemente estudada? É eficaz? Tem efeitos secundários?
Não estará este assunto bastante fora da sua área de conhecimento? Em que fontes se baseou para fazer a defesa entusiástica da vacina?
Tem a certeza que as grandes companhias farmacêuticas que produzem a vacina estão apenas a defender o interesse público? Seria a primeira vez que essa gente nos vendia gato por lebre?
Subscrevo inteiramente o comentário anterior (Paula).
O problema é que na criação de tratamentos como fármacos e vacinas, não é apenas a ciência a intervir. O motivo do lucro é extremamente determinante nas decisões tomadas e podem muitas vezes implicar fazer um "bypass" à ciência e até ao senso comum. Falo de exemplos como o dos pacotes de sangue da Bayer que apesar de a FDA avisar a dita empresa que estavam contaminados com HIV, foram despejados noutros mercados (Canadá e Europa)já que não podiam vender nos EUA. Milhares de hemofílicos morreram devido a isso. Quem faz milhões de dólares/euros com as doenças das pessoas está a perder credibilidade a olhos vistos por estas e por outras situações.
Não sei que dizer sobre a segurança da vacina. Apesar de ser bioquímico não fui eu que a testei. Mas não ponho as mãos no fogo porque nos anos 70 nos EUA mais pessoas morreram (900) devido à vacina do que devido ao surto (25) de gripe que apareceu na altura...
Até hoje, a única forma de melhorar de uma gripe é ter um sistema imunitário saudável que a combata. O que se faz em termos de fármacos na grande maioria dos casos é apenas para reduzir sintomas.
A desconfiança da população não é totalmente descabida. Tem uma justificação bem válida.
Nao ser vacinado e um direito e nas tem nada de nao cientifico.
A vacina confere imunidade com grande probabilidade. Isso só é mau para os azarados. Mesmo com grande probabilidades de sucesso saem-lhes tudo do avesso.
Professor,
Referindo o assunto de que "a vacina confere imunidade com grande probabilidade" se puder indicar algumas fontes, agradecia (amos). Pelo que tenho lido a vacina é bastante dúbia.
Continuando o que o Rogério disse, seria possível que este vírus tivesse sido colado "no mercado" pelas mesmas pessoas que iriam depois colocar a vacina?
Será que as vacinas têm apenas o único propósito de curar as pessoas e/ou lucrar? Ou será que algo mais escondido? Será que há algo mais que a elite mundial não quer nós saibamos? Sim, porque contra tudo o que as pessoas pensam, existe uma elite mundial, os banqueiros.
É difícil explicar isto assim, mas quero apenas deixar dois blogs quem têm reunido bastante informação sobre diversos temos mais 'ocultos' na sociedade.
www.odetriunfante.pt.vu
www.pandemia-h1n1.com
Cumprimentos,
João Teixeira
Caro professor.
Queria só adicionar alguma informação extra sobre as vacinas:
Se forem tomar a sua vacina da Gripe A (H1N1) lembrem-se de pedir ao seu médico para assinar o certificado abaixo:
http://api.ning.com/files/H8xIXgkJ37zr1RnN7WrIKUh-PbgKOG-ukFk3xFWTEKU_/certificado.pdf
É um direito fundamental que vos assiste e uma condição necessária para proteger a sua saúde e a dos seus.
O folheto de informação da vacina Pandemrix da GlaxoSmithKline:
http://www.emea.europa.eu/humandocs/PDFs/EPAR/pandemrix/D-H1N1%20single%20PDFs/PackageLeaflet/emea-pl-h832pu17pt.pdf
O folheto de informação da vacina Fluvirin da Novartis:
http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=3586&tipo_doc=fi
E o folheto de informação da vacina Focetria da Novartis:
http://www.emea.europa.eu/humandocs/PDFs/EPAR/focetria/package_leaflet/emea-pl-h385pt.pdf
Folheto que compila diversos elementos de informação acerca da gripe e da vacina:
http://unendingevolution.files.wordpress.com/2009/10/vaccines.pdf
Gostaria também de adicionar o seguinte, um artigo na Suiça 24 heures que indica que na alemanha a vacina tomada por altos oficiais e militares, entre outras elites, é diferente da que é distribuida à maioria da população:
http://www.24heures.ch/actu/monde/vaccin-antigrippe-reserve-seules-autorites-cree-tolle-2009-10-19
Um amigo meu conhece um alto oficial da força aérea alemã que se recusou a confirmar ou a desmentir isto.
Infelizmente não consigo encontrar bases científicas para este tipo de decisões.
Há alguma razão científica para que a vacina usada seja de acordo com o estatuto social?
Isto escapa-me completamente.
Aqui, Hans Rosling, professor de estatística do Karolinska Institute da Suécia mostra-nos a desinformação e negligência que temos aturado por parte dos media:
http://www.gapminder.org/videos/swine-flu-alert-news-death-ratio-tuberculosis/
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