quinta-feira, 15 de outubro de 2009

EXPLICAR AS CONSEQUÊNCIAS DA CIÊNCIA


Informação recebida da organização do Ano Internacional da Astronomia:

Presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia alerta

HÁ QUE EXPLICAR AS CONSEQUÊNCIAS DA CIÊNCIA NA VIDA DIÁRIA DOS PORTUGUESES

Portugueses aprendem ciências como a Matemática, a Física e a Astronomia "sem compreenderem o impacto real" que elas têm nas suas casas. "É aqui que falha a divulgação da Ciência em Portugal", alerta Miguel Avillez no balanço do Ano Internacional da Astronomia.

"Em Portugal faz-se muita ciência, divulga-se muita ciência, mas o público continua alheado do mundo científico, simplesmente porque não compreende o impacto real que conhecimentos como a Matemática, Física ou a Astronomia têm nas suas casas". O diagnóstico é do presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia (SPA), Miguel Avillez, para quem "faz falta uma cultura de retorno científico em Portugal".

No balanço da reunião da Comissão Nacional do Ano Internacional da Astronomia, o presidente da SPA reconheceu o "sucesso" que o AIA2009 está a ter em Portugal e garantiu que o projecto vai continuar na estrada mesmo depois do fim do ano.

"Ao contrário do que acontece em muitos países estrangeiros, faz falta uma cultura de retorno científico em Portugal. Ou seja, ensinamos muita ciência, mas não incutimos aos nossos filhos e aos nossos alunos as consequências que a ciência tem no nosso dia-a-dia", frisa Miguel Avillez.

"Quando fabricamos um novo instrumento para Astronomia temos de saber que essa tecnologia, mais tarde ou mais cedo, irá aparecer em utensílios do dia-a-dia, como aconteceu com os CCD, cuja tecnologia foi aplicada às máquinas fotográficas digitais. A cultura sobre as consequências da ciência deve ser promovida junto dos jovens desde muito cedo pela própria família e pela escola", referiu ainda o presidente da SPA.

No rescaldo da reunião que levou a Coimbra astrónomos e divulgadores de Ciência de todo o país, o presidente da SPA garantiu que o projecto nacional de divulgação de Astronomia vai continuar, mesmo após o final das comemorações do Ano Internacional. "Frequentemente os anos internacionais não deixam um legado visível. Não podemos deixar que o mesmo aconteça com o AIA. Não vamos deixar a Astronomia cair no esquecimento", garantiu Miguel Avillez.

Para agilizar a divulgação da Astronomia em Portugal no pós-2009, a SPA vai lançar o projecto "Rede de Contactos", uma base de dados que reunirá online os contactos de astrónomos profissionais e amadores e de instituições de investigação, agenda de actividades, um blogue e outras informações sobre a Astronomia praticada em Portugal.

Entre as várias actividades a apoiar encontram-se a "Noite das Estrelas", acções de formação de professores dos vários graus de ensino, a criação de um manual de Astronomia para as escolas e uma base de dados de equipamento científico, para ajudar os professores do ensino básico e secundário a disporem da informação necessária sobre o equipamento existente nas diversas escolas.

O Ano Internacional de Astronomia (www.astronomia2009.org) é organizado em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Astronomia, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), da Fundação Calouste Gulbenkian, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Agência Ciência Viva e da European Astronomical Society (EAS).

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