quarta-feira, 24 de março de 2021

ORGULHO E PRECONCEITO


 

Breve introdução: Acabo de acrescentar a este meu texto umas tantas alterações que  a complexidade do tema por mim abordado   exigiam ser contempladas. Segue o texto com as alterações nele feitas embora as tenha, todavia, ainda por escassas para a sua complexidade:

O orgulho, quer como virtude quer como defeito,  nem sempre é consensual,  longe disso! Ocorre-me, por exemplo, a opinião de Kant quando, a propósito,  escreveu: “Se te fizeres minhoca não te espantes se te pisarem”.

Quiçá por o patriotismo ter encontrado guarida durante o salazarismo, na trilogia Deus, Pátria e Família, é a pátria alvo a abater pelos que se intitulam progressistas, que extraindo a discussão sobre Deus por fugirem a uma discussão que não está ao alcance de cabeças duras de hereges por entrar no domínio complexo em que para os "que acreditam na divindade nenhuma explicação é necessária para os que não acreditam nenhum explicação é  possível" (Santo Agostinho). 

Ainda que mesmo, sem qualquer ideia pré-concebida porque sem base  em dados objectivos, o orgulho pelos antepassados ilustres manifesta-se, por vezes,  em indivíduos que nada fazem para os ilustrar apenas o apregoam aos ventos de uma vaidade incontinente, quando mesmo não compram anéis de brasão de   famílias de apelidos sonantes aos seus mas de que não descendem para se blasonarem de gente ilustre  perante basbaques seus amigos ou simples conhecidos.

Aliás,  como tudo na vida depende de carências e excessos. Há  preparados químicos que se forem tomadas em doses pequenas curam! Em doses maiores matam. Ou seja, trata-se de uma questão de peso e medida. A própria humildade, como escreveu Mário Quintana,  pode ser "o orgulho escondido atrás da porta"!

Esta complexidade  pode ter, ou tem mesmo, paralelo em  antirracistas que proclamam direitos escandalosos, como carros de causar inveja a vizinhos mesmo  que mais abonados estacionados à porta de barracas que habitam, e subsídios da Segurança Social que possam  receber indevidamente, com  deveres por cumprir ainda que escassos sejam, ou se o fazem sem dizerem por  a+b quais são os seus direitos e os seus deveres como o fazem os manifestantes de exigências sindicais sobre vencimentos e horas laborais, talvez, por os antirracistas não saberem, ou esconderem,  o que proclamam e exigem.

Esta a gravidade e nebulosidade  desta questão  mal iluminada ou mesmo às escuras. Quase me atrevo a dizer que ela se identifica com pescadinhas de rabo na boca. Esta uma questão sobre a qual me tenho debruçado sem divisar sequer, utilizando um lugar-comum,  uma luz ao fundo do túnel  ou, provavelmente pelo contrário,  encadeado por activistas ferozes quais águias de negras de garras  afiadas que se transformam, de um dia para o outro,  em pombas brancas da paz que esvoaçam sobre as suas vingativas cabeças.  quando lhes atribuem, de mão beijada,  prebendas e lugares principescamente pagos passando a ver a vida por prismas completamente diferentes calando-se, quando ontem protestavam com  veemência exagerada e violência inaudita sem  e hoje choram baba e ranho quais inocentes criaturas incompreendidas pela sociedade em que não se integram, ou querem integrar,  pelo incumprimento das suas leis ou simples hábitos e costume quando se recusam a admitir esta coisa tão simples: "Em Roma sê romano"!

Ou seja, tratam-se de pessoas que coçam o seu prurido social para dentro  das suas algibeiras, nunca para fora  para ajudarem os desgraçadinhos que,  quais Judas traiçoeiros, juraram defender da opressão branca. Ficam, assim, no ar poeiras de despotismo em que, segundo Camilo, "  a igualdade é  o mais insuportável e o mais feroz dos despotismo porque tem a sua origem na vontade dos impotentes, dos estúpido e dos insignificantes"! Poeiras que são difíceis  de sacudir restando-lhes, todavia, o mérito de terem sido levantadas por pessoas de boa vontade e sentimentos,   qual “mare magnum” que merece ser navegado para encontrar a rota de  manifestações que se dizem antirracistas, mas que são de um racismo intolerante que  se defronta com escolhos de incompreensão de quem quer que seja quer,  ou até de possíveis leitores deste meu texto porque é difícil agradar a gregos e a troianos sem curvar a cerviz aos poderosos que não me está na massa do sangue.  Mas não é que a falar, sem silêncios comprometedores,  que a  gente se deve entender para que da discussão não resultem posições que redundem em vozes que gritam  por tudo e por nada!

Arredemos para bem longe, portanto,  preconceitos  que tragam em si juízos de valor  criados sem razão objectiva podendo traduzir-se por medidas de intolerância que não ajudam ao diálogo tendo como resultado uma conversa de surdos em que o maior surdo é todo aquele que se recusa a ouvir ou que cria ruídos de fundo que tornam a audição difícil ou mesmo intolerável. Não é, como diz o povo, que a falar é que a gente com civismo  e educação se entende? Entendamo-nos, pois, antes que seja tarde!

Haja em vista a Guerra da Secessão nos Estados Unidos  em que perderam a vida entre seiscentos e setecentos mil americanos brancos e negros. Tenho receio qua  a águia negra de bico adunco e garra afiadas do  racismo mudando de intenções se possa querer fazer passar por pomba branca da paz a esvoaçar sobre a cabeça de falsos pacifistas ávidos em se tornarem executores da pena de Talão: "Olho por olho, dente por dente"! Ou seja, em que os oprimidos se tornem em opressores qual sangue conspurcado em que não há transfusão que o purifique. Prova disso, são os movimentos cada vez mais agressivos e perigosos que assolam terras do Tio Sam e em que, na Lusa Atenas, "matar o homem branco" (Mamadou Ba) seja o estandarte justificativo para uma figura de estilo (que raio de figura de estilo!) em dizer o que se não queria dizer! Este o verdadeiro perigo das  palavras não corresponderem  às ações, e vice versa, logo  para mim  que  perfilho que "queijo queijo,  pão pão"! 



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