quinta-feira, 28 de julho de 2022

A VIRGEM, SANTA ANA E O MENINO (DE LEONARDO DA VINCI)

Imagem recolhida aqui
Foi a descoberta da perfeição:
doçura da arte e arte da doçura,
nesta história de religião,
mas, acima de tudo, de candura.

O que é suave é também profundo
e, nos futuros santos, há beleza:
a arte não profana este mundo
de pura e tão suave gentileza.

Ainda não se vê o que há de vir,
de trágico, na vida do menino:
história sangrenta, de redimir,

que foi, daquele menino, o destino.
Na origem, há, porém, Leonardo,
que ainda não vê o futuro fardo. 
Este soneto glosa um quadro de Leonardo, que vi, na minha primeira visita ao Louvre, por ocasião da minha primeira visita a Paris, em agosto de 1953. Nessa altura, achei-o o mais belo quadro do mundo. Ainda não vi motivos para mudar de opinião. Mesmo não sendo religioso.
Eugénio Lisboa 

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