Olho o rio Mondego de passagem.
Olho as águas que passam vagarosas,
Atravessando o choupal e morosas
Tremendo pelas sombras da ramagem.
Olho o rio e as suas águas brumosas.
De minha alma hermética são imagem.
Do comboio olho edénica paisagem,
Sob um célico brilho de áureas rosas.
Penso a vida, debruçado no rio.
Vou com mil e um olhos postos em mim
Varado por um frémito de frio.
Brando, ameno, o rio de mim afim.
Rio insondável, brumoso e com brio
Correndo suavemente até ao fim.
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