sábado, 30 de julho de 2022

Olho o rio Mondego de passagem

Olho o rio Mondego de passagem.

Olho as águas que passam vagarosas,

Atravessando o choupal e morosas

Tremendo pelas sombras da ramagem.


Olho o rio e as suas águas brumosas.

De minha alma hermética são imagem.

Do comboio olho edénica paisagem,

Sob um célico brilho de áureas rosas.


Penso a vida, debruçado no rio.

Vou com mil e um olhos postos em mim

Varado por um frémito de frio. 


Brando, ameno, o rio de mim afim.

Rio insondável, brumoso e com brio

Correndo suavemente até ao fim. 


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