Nunca desisti em frente à palavra,
Em frente ao muro, nunca desisti.
Oh, beija-me a tua luz mais amarga,
No escuro ajoelho e choro por ti.
Acolhe-me um frio tardio de álamos.
A lágrima passa toda a lezira.
E nunca desisto de nos meus braços
Ter o teu ardor e a louca alegria.
Creio no coração quase sem fôlego
E em teu olhar ávido como o fogo
Que afogueava em rubor o meu cenho.
Mas como de ti chegou o malogro
E o bem te quero amor e me retenho,
Abraça-me em outro e ao que eu não tenho.
1 comentário:
Contrariamente
Desisto sempre, de tudo, de nada
Da palavra, do muro e da frente
Do palácio, da rua, da mansarda
Por definição, sou uma desistente
Desisto de ir atrás do coelho
Que na toca do relógio corre
Maravilha é poupar o meu joelho
À dobra do que certamente morre
Assim sendo, desisto do terceto
Que deveria escrever a seguir
E como eu fica este soneto!
FC
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