sábado, 16 de julho de 2022

SAUDADES DO ROMANCE COM HISTÓRIA DENTRO

Mas que saudades tenho dos romances
de Camilo, cheios de bacamartes,
de amores proibidos e de transes,
de pais tiranos e de malasartes,

romances em que tudo acontecia,
que não tinham vergonha de contar
histórias com imensa gritaria,
intrigas a nunca mais acabar!

O romance, agora, não tem pistolas,
é uma chatice e nada acontece!
Os romances já não são estarolas

e o que não contam só aborrece.
Falta-lhes não temer o bumerangue
nem as páginas cheiinhas de sangue!

Eugénio Lisboa

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