Não consta que o amor evite a guerra,
com homens de espingarda e sobretudo
e não evita os tremores de terra
nem as doenças muito prolongadas.
O amor não impede a pandemia,
que mata, mata gente às carradas.
E o amor também não alumia
a vida dos que a tirania pisa.
Mas que seria a vida sem amor?
O amor, com muita doçura, avisa
que a vida, sem ele, não tem valor.
Não é sua função salvar o mundo,
tão só, dar à vida um sabor profundo.
Mas que seria a vida sem amor?
O amor, com muita doçura, avisa
que a vida, sem ele, não tem valor.
Não é sua função salvar o mundo,
tão só, dar à vida um sabor profundo.
Eugénio Lisboa
4 comentários:
É curioso que nos interroguemos ainda sobre o amor, como se não soubéssemos de que se trata, celebrado como valor acima de todos e sem o qual todos os outros, justiça, sabedoria, talentos, conhecimento, riqueza, glórias, honrarias, poder, ficam reduzidos a pouco, ou nada, tão alto que é identificado com Deus, que todos têm o dever de praticar e ninguém tem o direito sequer de reivindicar, por mais que se queixe.
Se o amor consegue tudo? Não.
O que seria a vida sem amor? Normal.
Há amor? Fora do amor paternal ou filial, não.
O que importa realmente? O amiguismo que, nada tendo a ver com amor, proporciona relações de interesse, influências dinâmicas entre pares que permitem alcançar estatutos sociais e profissionais que de outra forma seriam impossíveis.
Amiguismo = dinheiro/estatuto/felicidade.
Esqueci-me: acredito no amor aos animais e entre animais.
Desculpe, Eugénio Lisboa, não consigo fazer poemas ao amor, que é um vazio, como Deus.
Enviar um comentário