terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

SÉRGIO SOUSA PINTO E MARCELINO DA MATA

Transcrevo este texto de Sérgio Sousa Pinto, publicado no "Expresso", pela forma isenta como aborda a polémica figura do tenente-coronel Marcelino da Mata, comando português com as mais altas condecorações  militares como a Cruz de Guerra, que tem merecido por parte do historiador Fernando Rosas ataques de ódio nada consentâneos com uma análise desapaixonada de figuras que fazem parte da nossa História. 

Como escreve Sérgio Sousa Pinto: "O nosso dever é o de não instrumentalizar Marcelino da Mata, em nome de determinadas visões do passado, num duelo pelo controlo da História". Haja um mínimo de respeito por Marcelino da Mata, num debate onde falha, como diria Antero, um mínimo de "soberaníssimo bom senso"!

3 comentários:

Carlos Ricardo Soares disse...

O que mete confusão e causa indignação, para não dizer náusea, é que desenterrem um assunto mais do que putrefacto, que só ficamos a saber pelo cheiro, numa altura em que estamos todos demasiados saturados de mortos por enterrar, sem uma palavra de louvor ou de saudade, porque até os que tiveram assistência religiosa ficaram sem elogios fúnebres, que o Vaticano, em boa hora, decidiu abolir. Não coloco a questão polémica das honrarias e das condecorações e das canonizações e dos branqueamentos de crimes militares. Mas sinto como uma provocação de muito mau gosto o que fizeram com o assunto. Ignoro se o Presidente da República e altas patentes militares tinham obrigação indeclinável de comporem o painel da praxe para a fotografia, mas se foi esse o caso, pior ainda. Que mais falta para perdermos completamente o respeito pelo poder?

Rui Baptista disse...

Perder o respeito pelo poder reside precisamente no desrespeito que não nos devem merecer os portugueses (sem distinção de cor de epiderme) que arriscaram e perderam a vida pela Pátria que ia do Minho a Timor. Esses, isso sim, devem merecer o nosso maior respeito

Carlos Ricardo Soares disse...

Os portugueses (sem distinção de cor de epiderme) que arriscaram a vida pela Pátria, ao contrário do que pode parecer, não são apenas, ou nem tanto, ou sequer, os que incorporaram forças armadas. Aliás, é preciso lutar contra os mitos, nomeadamente, questionar e verificar se os mais sacrificados, nas guerras, são os que estão armados e se podem defender. Julgo ser do senso comum que, quando há guerra, o melhor sítio para se estar é nas forças armadas.

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