domingo, 21 de fevereiro de 2021

POBRE COIMBRA, POBRE PAÍS


O anúncio feito pelo até agora putativo candidato do PSD a Presidente da Câmara de Coimbra de que o seu partido não o tinha escolhido a ele, mas sim a José Manuel Silva, vereador eleito pelo movimento "Somos Coimbra", vem dar razão a mim e à(o)s companheira(o)s meus que em Outubro passado saímos daquele movimento. Era óbvio para nós nessa altura, como bem lembra o Público, que o "Somos Coimbra" tinha deixado de ser um movimento independente e de ter uma estratégia própria em prol de Coimbra. O seguimento da história veio-nos dar inteira razão. Apenas havia uma estratégia pessoal de uma pessoa para conquista do poder que não olhava nem a princípios a meios. Ao "dissolver-se" no PSD (noto que José Manuel Silva foi anunciado como o candidato do PSD pelo PSD, nada lhe restando portanto de independente), o "Somos Coimbra" declarou-se vencido pela actual "situação", que é sustentada pelos mesmos dois grandes partidos que pouco ou nada têm feito por Coimbra ao longo de décadas. Ao integrar um deles, deixou de ser um movimento de cidadania para, na prática, ser uma "facção" de um partido que vai fazer a politiquice do costume, alheada da vida dos cidadãos. Quanto às ideias de descentralização e de regionalização nada: são os directórios nacionais que decidem. É a Rua de São Caetano à Lapa, em Lisboa, que manda do Choupal até à Lapa.

 O PSD nada traz de novo a Coimbra, porque é velho e relho: emaranhado nas suas lutas internas, não tem uma única ideia nova para o concelho. Recordo que foi o mesmo velho PSD que se lembrou no Verão passado de obstaculizar as candidaturas de grupos de cidadão independentes às autarquias. O PS aprovou legislação nesse sentido, parecendo agora retractar-se pela voz da sua líder parlamentar. Mas Rui Rio, um fraquíssimo líder da oposição (nem sequer é respeitado no seu partido), não foi ainda capaz de se juntar ao PS para uma revisão rápida do impedimento à democracia, anulando a monstruosidade jurídica que tinham criado com a complacência do Presidente da República. 

Coimbra tem estado parada no tempo e vai infelizmente continuar parada. Não há mudanças no horizonte. Oxalá me engane. pois a cidade merece mais e melhor do que estas lamentáveis jogadas de bastidores.

Pobre Coimbra, pobre país!

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