sexta-feira, 7 de junho de 2013

Lisboa, a San Francisco da Europa?

Um artigo recente publicado na Bloomberg, entitulado "Lisbon’s Heart is in San Francisco-Style Startups", faz referência ao ecosistema de startups que começa a ganhar dimensão na capital. Partindo de analogias como o clima e a geografia, o artigo tenta evidenciar o potencial da cidade para se tornar um hub de empreendedorismo na Europa.  De facto Lisboa tem esse potencial: uma cidade agradável, animada, com excelente qualidade de vida, relativamente barata e com mão de obra qualificada e barata.

Embora, como refere o artigo, tenham já surgido muitas startups, algumas com projeção mundial, como a Talkdesk ou a Muzzley, estamos ainda a anos-luz de distância da capital mundial do empreendedorismo.
É de louvar o esforço de pessoas, empresas e entidades públicas que muito têm feito para agilizar e estimular o empreendedorismo não só em Lisboa, mas em todo o país. Pessoalmente conheço algumas destas pessoas e os seus projectos fantásticos.

Mas, tendo eu visitado Silicon Valley à cerca de 2 anos, não posso deixar de notar o abismo que ainda nos separa desse ecosistema nos EUA. Destaco dois elementos que precisamos atrair para tornar Lisboa mais próxima de San Francisco: talentos e dinheiro.

Primeiro precisamos de parar a assustadora vaga de emigração dos nossos melhores estudantes e, ainda dentro das universidades, começar a treiná-los para o empreendedorismo e a criação de empresas.
Depois, temos de criar urgentemente um regime fiscal e laboral específico para Startups e que seja mais amigável quer para o empreendedor quer para o investidor.

6 comentários:

João Pires da Cruz disse...

A semana passada estive num congresso em que um sujeito americano de seu nome Florida anda à procura de saber o que faz de Boston, Austin ou S. Francisco centros de atracção de inovação e não Pittsburgh ou Houston. E ele está convencido que os locais "gay friendly" são o que caracteriza melhor os locais mais pujantes. Devido à abertura mental das pessoas e não por razões de preferência, claro. Se ele tem razão, Lisboa parece estar no "ponto", pelo menos a avaliar aqui pelas Amoreiras :)

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Ideia (supra) amável!

Anónimo disse...

Essa do empreendedorismo soa ao mesmo que há uns bons anos se ouvia por terras lusas: "...estuda para conseguires um bom trabalho e muito dinheiro"

Lamentavelmente esse chavão entre outros fazem parte do processo de alienação...é como o dos cérebros!
Ide vê-los senhor!


Abraços

Anónimo disse...

"Mas, tendo eu visitado Silicon Valley à cerca de 2 anos..."
Penso que deveria quer dizer "há cerca de dois anos", há do verbo haver tem h antes e depois do Acordo Ortográfico.

Zurk disse...

Portugal é tão pequeno, que devia posicionar-se no todo como uma dessas megacidades cidades, naturalmente com alguns polos de concentração. Há algumas semanas estive na UPTEC e achei extraordinária, não só a rede de empresas que por lá habitam, algumas até estrangeiras que procuram in loco trabalhar com os nossos cérebros, como a procura por parte de outras e o efeito de incubação de novos empreendedorismos (verdadeiros e não vazios de conteúdo, como derivados do uso da palavra, que agora se tornou moda). Acima de tudo impressionou-me a organização e a capacidade de falarem a linguagem empresarial.
Como vão longe os tempos em que havia um fosso que parecia intransponível, entre a Universidade e as empresas. Estas são mudanças importantes e estão a acontecer e é o que há de mais importante para que possa haver um futuro para além das Troikices.
Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Braga, é deste todo que pode vir a nossa competitividade e a nossa capacidade de atrair cérebros com escala, dependerá da capacidade de coordenação e não de um ou outro pólo isolado.

Jorge Teixeira disse...

Este post parte de uma hipérbole extraordinária... S. Francisco/Silicon Valley e Lisboa só são parecidas por em ambas as cidades haver pontes suspensas... e ser possível o casamento gay.

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