Recebo por vezes mails muito curiosos. Uma de anónimo (isto é, não assinado) diz isto:
"Estive a ver o seu trabalho e tinha duas questões para lhe colocar porque o meu filho tem um trabalho para fazer.
As questões são:
- Quais as regiões onde viveu Leonard Euler?
- Quais os principais contributos para a Matemática de Leonard Euler?
Se fosse possível agradecia uma resposta rápida."
Não vou responder porque nunca respondo a anónimos. Mas há duas coisas que queria assinalar, e que indiciam o estado da educação nacional. Supondo que a mensagem não é brincadeira, estranho muito que um pai ou mãe venha colocar perguntas para trabalhos de casa substituindo o próprio filho, quando este, para ter de fazer trabalhos sobre Euler, não será propriamente uma criança. E estranho ainda que o pai ou mãe queira saber respostas que encontra rápida e facilmente na Internet ou numa biblioteca. Quer dizer, agora consultar a Internet ou um livro numa biblioteca já é considerado algo demasiado difícil, fica mais fácil perguntar a alguém, mandando um mail...
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6 comentários:
Talvez para a próxima o professor deva indicar o site http://lmgtfy.com/ (Let me google that for you). É a resposta ideal para dar aquelas pessoas que por preguiça insistem em fazer perguntas quando podem fazer uma simples pesquisa no google. Neste caso a pesquisa seria http://pt.lmgtfy.com/?q=Leonard+Euler
Essa é o máximo: diz que não responde enquanto está a responder.
E o que é que vale, é o interesse da questão ou um João por baixo?
É de facto espantoso como a infantilização forçada das crianças e jovens se tem intensificado...
O professor também foi mauzinho! Euler foi dos matemáticos mais prolíficos. Não há direito de impor tanto trabalho à criancinha! :-)
Mas há melhor.
Um amigo que se chama Fernão Magalhães (como o outro), há uns anos recebeu um mail de uma senhora holandesa pedindo-lhe muito educadamente alguns dados biográficos uma vez que o filho estava fazer um trabalho sobre o circum-navegador.
Verídico!
Euler? Matemática, 9º e 10º ano. Ou seja, alunos de 14, 15 anos ou mais...
Enfim, mais uma do maravilhoso "pântano" tecnológico da (des)educação nacional.
Uma coisa que me incomoda é verificar como os manuais escolares tratam os alunos de 13, 14, 15 ou mais anos como criancinhas de colo.
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