"Não vejo dificuldades em Timor-Leste comprar também dívida pública portuguesa, na medida em que o próprio Governo timorense já tomou a decisão de diversificar a aplicação do Fundo do Petróleo, comprando outras dívidas públicas, incluindo a australiana e de outros países", disse Ramos-Horta, escusando-se a comentar se o tema tinha sido abordado num encontro que hoje manteve com o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, à margem da conferência ministerial do Fórum Macau.
A compra de dívida pública portuguesa é avaliada à luz da diversificação de investimentos do Fundo do Petróleo timorense, que terá mais de 6 000 milhões de dólares (4,38 mil milhões de euros). Instado a comentar quanto poderia Timor-Leste investir, Ramos-Horta disse que é um tema que não lhe compete, mas assegurou que o investimento poderá ser "discutido quando o senhor primeiro ministro Sócrates visitar Timor-Leste".
"Espero que o possa fazer muito brevemente tendo já manifestado interesse em visitar (Timor-Leste)", disse, salientando que Sócrates "agora está muito interessado em visitar" o país. Ramos Horta apontou outros caminhos, que considerou rentáveis, para investimentos em Portugal, nomeadamente em empresas públicas ou semi-públicas como é o caso das energias renováveis ou as telecomunicações. "(...) em energias renováveis e em telecomunicações é uma aposta que garante proventos, seguros elevados" concluiu.
Pode ser lido aqui
Bolas! A ironia da história. Onde chega uma nação liderada por fracos e incompetentes. Agora, segundo Ramos Horta Sócrates "está muito interessado em visitar" o país. Timor tem petróleo e um fundo com mais de 6000 milhões de dólares. Que tristeza...
9 comentários:
Ironia... ou sarcasmo? JCN
Não percebi onde está a tristeza? Será que Portugal não está interessado no negócio? Ou o motivo é outro (por exemplo, que Timor é demasiado rasca para o nível da civilização ocidental? Já ouvi coisas mais xenófobas...)
Face a uma confrangedora falta de conheciemntos científicos, provenientes sobretudo de insuficiente escolaridade, pese entretanto, como diria Camões, algum saber de experiência feito, não tenho por hábito comentar quanto se escreve neste blog, que visito assiaduamente, no entanto, como o artigo dá conta do carácter (ou da falta dele) do engenheiro Sócrates, governante por quem, por motivos idênticos, nutro uma enorme antipatia, quase a roçar a repulsa, resolvi fazer uma rara excepção.
Tal excepção nada tem a ver com qualquer discordância por quanto é dito pelo Senhor Engenheiro Norberto Pires (decerto, terá reparado na nuance de se poder escrever engenheiro com letra grande ou pequena?), mas, tão só, para lhe dar os parabéns pela oportunidade e rapidez do artigo em que acentua a ironia trágica de uma nação que ostentava uma certa fidalguia, empobrecida é certo, mas, ainda assim, de rosto lavado, de respeito pela palavra dada, pelos costumes, pelos direitos internos ou externos. Que vemos agora? Um pobre pedinte de mão estendida à caridade, batendo à porta daqueles que antes muitas vezes escorraçou!
O dia de hoje, através de o Público, touxe-nos à estampa outra prova do descrédito total de quem deveria governar-nos. O Título sugestivamente exarava:
"José Sócrates desautoriza Amado e fecha
portas à "grande coligação"
Primeiro-ministro diz em público que já
tentou acordos com oposição; em privado
mostra irritação"
Enfim. Uma palavra em público outra em privado!E assim vai a tragédia deste (des)governo, o qual, não se desse o caso de o sentir-mos, diariamente, na alma, no coração, na mente e na carteira, poderia redundar numa hilariante, canhestra e tola ópera bufa!
Cumprimentos
Eu não sou defensor deste governo e/ou deste "estilo" de governação, muito pelo contrário! Por isso não interpretem mal as minhas palavras..
Mas isso de até Timor-Leste ter maiores fundos monetários do que Portugal.. é assim tão ridículo??
Lá porque existem países com depósitos naturais de um determinado recurso valioso (como é o caso de Timor com o petróleo ou mesmo Angola com os diamantes para dar outro exemplo), isso significa que somos melhores ou piores do que eles?!?
Então por essa lógica: eu - que sou um teso, sem dinheiro para grandes investimentos e que levo uma vida moderada financeiramente mas que prezo pela minha rica educação, conhecimento e nível cultural - deveria sentir-me inferior perante um desses novos ricos, cheios de dinheiro mas que são autênticos parolos..
Meus amigos: não há vergonha nenhuma em aceitar compras de dívida por parte de países cultural e historicamente inferiores ao nosso.. vergonha é ser demasiado orgulhoso para não o fazer e acabar na valeta..
Post Scriptum - gosto muito deste blog e concordo com a grande maioria dos textos aqui colocados, muitos deles em crítica aberta aos "cães grandes" do momento neste país, sim.
Mas tenhamos o bom senso de não criticar tudo apenas por criticar, porque aí caímos no ridículo da linearidade incoerente..
respeitosamente,
JF
Muito bem, caro anónimo das 03:20. Devemos estar sempre contra as manifestações de xenofobia e pretensas superioridades civilizacionais ou de quem tem dinheiro. Se o negócio interessa a Portugal e a Timor...
Infelizmente é verdade, você porque é teso (como diz) é claro que é tido por muita gente como alguma coisa de pouca importância.
Tristeza é ser transformado noutra colónia africana pelos chineses. Fico contente por Timor Leste ter a capacidade financeira de equacionar a compra da dívida portuguesa e ficarei ainda mais se a conseguir concretizar.
Mas não é natural que os chineses sendo tantos (e pertencendo a uma região do mundo onde o QI médio não é inferior ao de outras, segundo li) não tendam no longo prazo a ter uma posição influente?
O que me espanta é que o autor do post nada diga. Comporta-se como o Sócrates, do alto da sua importância não passa cartão à ralé que fala, fala...Se ele um dia chegasse a Ministro...credo....
Caro anónimo das 00:36. É claro que para o Norberto os chineses não devem tender a ter uma posição influente: eles não fazem parte da civilização ocidental. Deve-se dar-lhes na tola como no Iraque, Afeganistão (na boa tradição do Viet Nam etc.)
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