quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O MISTÉRIO DAS LIVRARIAS PORTUGUESAS
Motivado por ter visto o filme "Mistérios de Lisboa" andei por várias livrarias (incluindo as maiores: FNACs, Bertrands, Almedinas, etc.) à procura do livro homónimo de Camilo Castelo Branco. Havia nalgumas a edição recente da Relógio d'Água, com prefácio do realizador Raúl Ruiz e a actriz Maria João Bastos na capa. Mas, tirando o caso do "Amor de Perdição" (livro ontem abordado na Biblioteca Joanina), não há - repito, não há - praticamente obras de Camilo à venda... Há uma falta grave na edição corrente dos grandes autores da língua portuguesa. Ou então nas livrarias, que só têm "bestas céleres" (como dizia o Alexandre O'Neill). Valem-nos as bibliotecas...
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5 comentários:
Bem vindo à realidade Carlhos Fiolhais ! Ja era tempo de um universitario conceituado como é va exa ir passear pelas livrarias (mas se não estou em erro, mora em Coimbra, não é ?).
NAO HA livros, para além da sopa das "novidades editoriais". Não ha livros de bolso, ou tão poucos (os da europa-américa ja vêm bem colados e não se desfazem na pagina 30, mas tirando esse pormenor, estão como nos anos 80). Mas também não ha outros.
Alias, as livrarias deixaram de colocar os poucos livros que ha em prateleiras. Exibem-nos estatelados nas mesas, ao pé de rebuçados com sinais luminosos em cima dos que podem dizer que obtiveram um prémio em Las Vegas, ou que foram vistos na telenovela.
As livrarias de referência, na baixa de Lisboa por exemplo, NAO TÊM os classicos. Um livro por autor. O resto esta esgotado, ou então olham para nos como se tivéssemos acabado de chegar de Marte e perguntam, Camilo com "i", tem a certeza ?
Isto porque os Portugueses não lêem, ou então apenas o Record. No outros dia voltei a ler a cronica do MEC em que ele diz que no metro não se vê ninguém com um livro nas mãos e que até parece que os Portugueses têm medo de apanhar com uma paulada nos costas se começarem a ler. Isto foi escrito nos anos 80. Parece que estamos na mesma.
Digam-me que não, por favor. Mostrem-me numeros que dizem o contrario (numeros ? 'ta quieto ! No dia em que procurarmos saber o que é a realidade, deixaremos de ser o mesmo pais), digam-me que não é assim, que estou a exagerar...
Caro JV,
Mas quem consegue ler no metro se a administração do dito resolveu bombardear os utentes com musak (ou pior: anúncios publicitários em voz estridente que se entranham na cabeça logo de manhã). Alguém consegue pensar? Mas suponho que é de propósito, se as pessoas começarem a pensar e a ler livros pode ser que deixem de engolir a democracia deficiente que nos é oferecida.
Para além disso ainda é mais lamentável que numa cidade barulhenta como Lisboa os cais das estações de metropolitano eram o único sítio onde se conseguia ter silêncio, mesmo que só por momentos enquanto a composição não chegava. Uma grande dupla perda.
É por causa deste e de outros incentivos (como o belo sistema de bilhetes, complicado e minimamente adequado apenas para utilizadores frequentes) que prefiro andar a pé ou de automóvel.
(desculpem a deriva para longe do tópico original, do qual haveria muito a dizer mas que agora não me apetece...)
Cumprimentos,
SNG
Quem Camillo nunca leu
não sabe o que é português:
foi quem melhoe escreveu,
com mais purismo talvez!
JCN
Corrijo a gralha "milhoe" por "milhor". JCN
A editora Lello e Irmãos tem uma edição completa das obras do Camilo...Basta procurar na livraria Lello, no Porto, ou nos sites de vendas on-line como o wook.pt
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