quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Toxinas no combate ao cancro


O Botox, o nome comercial da toxina do botulismo tipo A, é o agente patogénico mais tóxico que se conhece, sendo a dose fatal entre 200-300 pg/kg - um picograma, pg, são 10-12 g, ou seja cerca de 100 g da toxina seriam suficientes para matar todos os seres humanos à face do planeta.

Das sete neurotoxinas, de A a G, produzidas pelo grupo de bactérias anaeróbicas Clostridium botulinum, têm utilização terapêutica as BoNT A e B, que para além de usadas em tratamentos de beleza, são muito utilizadas no tratamento de uma série de condições médicas, desde o estrabismo a dores agudas de costas, passando por enxaquecas e transpiração excessiva.

Há cerca de um ano, uma equipa da Universidade de Louvain, Bélgica, testou pela primeira vez a utilização de Botox no tratamento de cancro e verificou que este melhorava a eficácia da radioterapia e quimioterapia, essencialmente porque inibe a contracção dos vasos sanguíneos que irrigam as células cancerígenas.

Stephen Leppla do National Institute of Allergy and Infectious Diseases ­em Bethesda, Maryland, mostrou recentemente que outro agente improvável, o Antrax, podia ser muito eficaz no combate a vários tipos de cancros.

Há já algum tempo que se sabia que a toxina do Antrax, produzida pela bactéria Bacillus anthracis, era muito selectiva em relação a células de melanoma mas a sua toxicidade impedia o seu uso clínico. Leppla e a sua equipa modificaram a toxina fazendo com que esta se ligasse com mais especificidade a células neoplásicas ao mesmo tempo que «ignorava» células saudáveis.

A especificidade deste Antrax modificado tem a ver com proteínas superexpressadas em células cancerígenas, as metaloproteinases da matriz, MMPs, que conjuntamente com moléculas de adesão são relevantes no desenvolvimento e desaparecimento de áreas de desmielinização na substância branca do sistema nervoso central nos pacientes com esclerose múltipla. Ao contrário do botox, que age como um coadjuvante de outros tratamentos pelo seu efeito pró-vascular que aumenta a oxigenação do tumor, a actividade alargada da toxina do antrax modificada deve-se ao facto de inibir a angiogénese, a formação de novos vasos sanguíneos que alimentam o tumor - cortando assim o suprimento de nutrientes e oxigénio às células.

Qunado testaram a toxina modificada em ratos, os investigadores verificaram que 100% destes toleraram uma dose que seria fatal com a toxina natural. Verificaram igualmente que a modificação tornou a toxina mais eficaz a matar células de melanoma devido à sua maior especificidade e maior tempo de meia vida no sangue.

Os resultados obtidos em ratos sugerem que este potente assassino pode um dia vir a ser utilizado clinicamente. Como é óbvio, estes estudos com o antrax estão ainda numa fase muito preliminar e mesmo que se confirme que esta toxina modificada é inócua para células saudáveis e que se consegue reproduzir em humanos os efeitos que tem em ratos, muitos anos decorrerão até que tal aconteça.

5 comentários:

vieiradospneus disse...

O anglo-saxónico "antrax" pode e deve ser traduzido em Português por "carbúnculo"; este último não deve ser confundido com "antraz" - infecção da pele constituída por dois ou mais furúnculos.
Antrax - design. comum aos insetos dípteros do gên. Anthrax, da fam. dos bombiliídeos, cujas larvas parasitam lagartas de borboletas e de outros insetos - Dicionário Electrónico Houaiss da Língua Portuguesa.

perspectiva disse...

Quando fala de cancro, a Palmira Silva podia aproveitar para ponderar o efeito real das mutações.

Londe de criarem informação genética nova ou de transformarem espécies menos complexas em espécies mais complexas (algo que nunca foi observado por ninguém), as mutações são cumulativas e degenerativas.

Ao longo das várias gerações, as mutações vão invadindo o pool genético e destruindo gradualmente a informação nele contida.

A continuar indefinidamente, esse processo conduz necessariamente a um "mutational meltdown" e à extinção da espécie.

O que podemos observar no mundo real é exactamente o oposto do exigido pela evolução das espécies.

A evolução requer adições cumulativas de informação genética nova.

No mundo real, o que vemos é destruição gradual de informação genética pré-existente.

Actualmente sabe-se que, no ser humano, cerca de 9 500 erros de cópia do DNA são a causa ou estão na base de cerca de 900 doenças.

Além disso, foram identificadas mais cerca de 3 400 mutações, cujos efeitos não estão ainda confirmados.

As mutações, longe de constituirem a fantasiosa e imaginativa "varinha mágica" evolutiva, são, na verdade, uma "varinha trágica".

Eles corroboram o relato bíblico nunca coisa: depois do pecado, a morte, a doença e a corrupção entraram no mundo.

As mutações e os seus efeitos conhecidos encaixam plenamente nesse relato.

Os efeitos fantasiosos e não observados das mutações é que existem apenas na cabeça dos evolucionistas, mas não no mundo real.

Aí, infelizmente, as coisas são bem diferentes.

Mas felizmente, há cerca de 2000 anos atrás, nos arredores de Jerusalém, Jesus ressuscitou com um corpo incorruptível e promete a cada um de nós um igual, se o aceitarmos com Senhor e Salvador.

vieiradospneus disse...

Caro perspectiva:
Gostei da sua frase sobre efeitos fantasiosos e não observados no mundo real. Se esse seu Cristo ressuscitou ainda deve andar por aí. Onde, aonde, que ninguém o vê nem ele se manifesta?

alf disse...

Como eu não sou criacionista, há muito que penso que os "venenos" produzidos pelos seres vivos, que lhes servem para matar as suas presas, não apareceram para esse fim.

Penso que esses venenos já seriam usados pelo organismo que o produz, seriam úteis a esse organismo, sendo então a sua especialização como instrumento de caça um fenómeno evolutivo.

Qual a utilidade que esse veneno poderia ter para o organismo? Uma possibilidade é que poderia fazer parte do sistema imunológico, não apenas baseado em estruturas celulares mas também em toxinas.

Assim, certas toxinas poderiam coadjuvar o sistema imunológico, nomeadamente eliminando células deficientes, como as cancerosas. Ou bactérias invasoras ou mesmo virus.

Claro que é uma ideia um bocado estranha, mas só há dois tipos de ideias: ou estranhas ou banais, não é?

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