Texto recebido de Eugénio Lisboa:
From the beginning men used God
to justify the unjustifiable.
Salman Rushdie
Religious fanaticism is the most
dangerous form of insanity.
Robert Graves
Começo, para não haver dúvidas sobre aquilo a que venho, por dizer que condeno com a maior veemência, o comportamento arrogante, brutal e invasivo que Israel tem demonstrado, ao longo dos anos, para com os palestinianos da faixa de Gaza.
Mesmo tendo em conta que Israel passou por períodos altamente perigosos, no começo da sua formação, quando foi atacado por todos ou quase todos os Estados árabes da redondeza, o que lhe terá criado um complexo de “excesso de resposta”, este excesso tem ultrapassado todas as linhas vermelhas de uma desejada proporcionalidade. Todavia, também honestamente não devemos esquecer que o HAMAS jamais aceitará a solução dos dois Estados, convivendo pacificamente.
Para estes, como fundamentalistas de um Islão inaceitável por gente civilizada, a Palestina é terra islâmica, doada aos palestinianos por Alá e nenhum “infiel” poderá jamais habitá-la. Por outras palavras, os israelitas devem ser escorraçados daquele sagrado solo islâmico. E o HAMAS não é uma excrescência bizarra, no solo palestiniano. É lá aceite e faz parte dos que ali governam: foi eleito. Por outras e bem dolorosas palavras, se os palestinianos merecem toda a solidariedade pelo que têm sofrido e continuam a sofrer, a última coisa que podem dizer é que são vítimas inocentes, porque não são. Quem semeia ventos colhe tempestades.
Eles conhecem a fibra de Israel, mas permitem que o HAMAS continue com a sua política de quanto pior, melhor. O HAMAS, aquecido fanático religioso, usa de uma linguagem e de um comportamento de profeta medieval. Não é com guerras sagradas que se resolve, no século XXI, um complexo problema de convivência.
Dizia o nunca assaz citado Diderot, um dos pais da Revolução Francesa, que “do fanatismo à barbárie, vai apenas um passo.” O HAMAS já deu esse passo. Aliás, a própria França passou por isso, quando caminhou da Revolução de 1789 para o Terror de 1793. O fanatismo só pode levar à destruição e faz pena ver uma certa esquerda a pôr-se embevecidamente ao lado de fanáticos religiosos, que os devorarão, assim que tiverem oportunidade.
Por detrás destes está um país infernal, tirânico, retrógrado e misógino, que a esquerda – uma certa – não gosta de atacar, porque financia os delírios revolucionários de grupelhos mais ou menos genocidas. Dizia o grande Umberto Eco que “as pessoas nunca são tão completamente e entusiasticamente más, como quando agem em nome das suas convicções religiosas.”
Ficam aqui estes avisos destinados àqueles que se referem sempre à triste tragédia do povo palestiniano, esquecendo-se de mencionar o HAMAS, como um dos encenadores dessa tragédia. Com Israel, sim. Juntos.
Eugénio Lisboa
20 comentários:
Os palestinianos não podem dizer que são vitimas inocentes?! Merecem todos morrer porque escolheram o Hamas? Os palestiniamos todos ? Incrivel a faccciosidade neste texto
O que caracteriza este texto é, precisamente, não ser faccioso, coisa rara, rentre os que escrevem sobre este assunto. Em lado nenhum eu digo que os palestinianos "merecem" morrer. Seria tolo e criminoso dizê-lo. Mas já estou habituado às leituras enviesadas dos meus opositores, por incompetência de ler ou simplesmente por má fé. É o que temos.
Esclarecimento: Quando eu digo que quem semeia ventos colhe tempestades, estou a descrever uma lei . Quando explico por que um grave cai, não estou a dizer que ele "merece" cair.
Não é "merecem" morrer; é "escolheram" morrer ao escolher o Hamas para matar.
Independentemente da atual situação entre Israel e o Hamas, de facto terrível, e para a qual não se vê saída, o grande prolema é que o Islão ficou parado no tempo. E de uma cultura riquíssima e muito mais avançada científica e culturalmente que o Ocidente, na Idade Média, por motivos religiosos e tribais foi criando uma mentalidade retrógrada e entorpecida, pois não beneficiou da influência do Racionalismo, nem do Humanismo, nem da investigação científica que tanto fizeram pela evolução e o desenvolvimento do Ocidente. E o pior ainda é que querem impor-nos a sua visão - deste mundo e do outro - e não se importam de matar os que não a aceitarem. Ora, a mentalidade moderna não pode aceitar isto. Que uma certa esquerda, que odeia o Ocidente, sabe-se lá porquê, feche os olhos a esta triste realidade é de todo incompreensível. E que faça o jogo dos que põem em causa toda a evolução que a modernidade nos proporcionou, só talvez seja entendido pela pulsão de morte, de que falava Freud. Talvez desejem vir a ser devorados, um dia, como se diz este texto, claro e corajoso.
Caro Professor João Boavida, como é refrescante ler palavras não enviesadas, de uma clareza meridiana, como as suas! Os que tentamos ser claros e frontais, neste mundo complicado, somos acossados por gente francamente desinteressada de buscar a verdade e apenas motivada por baixas razões ideológicas. O "franc parler" de Stendhal afronta-os. Mas são eles quem domina os palcos. O raqro aparecimento de uma voz decente e limpa como a sua é, por isso, tanto mais bem vinda!
Obrigado!
Um abraço de gratidão e alta estima do
Eugénio Lisboa
"uma certa esquerda" ou "esquerda radical" como agora se diz com má intenção.
"Que uma certa esquerda, que odeia o Ocidente, sabe-se lá porquê"... então não se sabe caro professor João Boavida?
Então diga lá para que é que o professor Galopim de Carvalho escrevecestas coisas, não é para nos obrigar a pensar e refletir?
Eu estou em crer que ajuda e muito os leitores a lidar com a bruteza daquilo que os senhores Lisboa e Boavida andam propagandear.
"Numa ânsia desenfreada de lucro e de prazer, a civilização industrial incontrolada pode desencadear uma nova extinção em massa que, certamente, a vitimará a ela também." Galopim de Carvalho
Bem haja! Enorme, e distinto ser humano que é o Professor Galopim de Carvalho.
Este senhor mistura tudo, alhos com bugalhos, numa salada incompreensível. Faz lembrar aquele estudante francês que, num exame de História, escreveu que Hugo Capeto subira ao trono por acção da pressão atmosférica. Meter o Professor Galopim de Carvalho nesta salada é ofensivo para o Professor.
O Professor Galopim de Carvalho tem a excelente qualidade de, - a propósito de um tema da sua área de conhecimento, a Geologia - estabelecer a sua ligacão intima com os outros assuntos que importam na vida corrente.
Ao contrariamente a estes dois senhores que acham que o povo é ignorante e é incapaz de compreender o mundo atual.
O que poderá surpreender o Professor Galopim de Carvalho não é a atitude destes dois senhores, essa atitude decepcionante conheceu-a bem no Estado Novo, é encontrá-la novamente, passados estes anos todos, ou talvez não, não talvez não esteja surpreso. Maldita estupidez humana.
Deixe lá o Professor Galopim de Carvalho em paz e acabe com essa mania pífia de argumentar à toa com argumentos de autoridade. E acabe também com esses métodos terroristas e primários de pretender ligar ao Estado Novo pessoas que, contra ele, correram mais riscos e sempre de cara descoberta. O senhor anónimo, isto ´é, cobarde, não conhece minimamente aqueles que insulta, usando todo o cardápio conhecido dos regimes tirânicos. Não é com elogios ditirâmbicos ao Professor Galopim, ao Professor Caraça ou a Fernando Lopes Graça, que o senhor se torna equiparado a eles. E se está à espera de que eu lhe revele o meu curriculum, bem pode esperar sentado. Mas sempre lhe posso dizer que admiro aqueles senhores, sem ter de os invejar. E o senhor não passa de um tonto, pendurado na autoridade de gente que o ultrapassa e o senhor nunca entendeu. Porque, se os tivesse entendido, não escrevia os disparates que escreve. Mas ninguém tem culpa dos admiradores que arranja.
P. S. - Quem é que lhe não permite que revele o seu nome? Algum poder mais alto? Ou é só a sua feia cobardia? Nunca lhe ensinaram que é feio insultar sob anonimato? O Professor Galopim de Carvalho costuma assinar aquilo que escreve. Se o admira tanto, por que não o imita?
Quem aqui escreveu insultos foi o sr. Eugénio Lisboa.
Mais, essa gente que o sr. Eugénio Lisboa diz que me ultrapassa tem sido acolhida aqui neste blog, por vossa excelência, com a fúria mais selvagem, com o ódio mais feroz, com as mais furibundas campanhas de mentiras e calúnias.
Está escrito, se me importunar, dizendo que é mentira, transcrevo-as para aqui.
"E os que defendem o povo palestiniano, esquecendo-se de que faz parte deles o HAMAS" Eugénio Lisboa
Está tudo dito, quanto à índole de senhor, e os seus seguidores que com ele concordam.
O sr. Eugénio fazia-lhe falta estar lá por uns momentos para sentir na pele o GENOCÍDIO e não escrever barbaridades.
Nada disto interessa, palavreado. Guterres disse "Condeno, mas". E basta para o condenar. Lembra-me aqueles juízes que atribuem penas irrisórias porque "sim, cometeu, mas..." seguido de paleio sociológico. Quanto aos palestinianos, NENHUMA solidariedade. São a casa de onde saiu a horda selvagem a 7 de Outubro. A casa que os abriga, encobre, protege, a gente que os desculpa ou os alberga. Tal como apoio todos os ataque ucranianos à rússia, apoio todos os ataques ao hamas, venham de onde vierem, só simpatizarei com palestinianos que dele se demarquem, que o denunciem e rejeitem.
Um comentário destes só pode vir de uma mente perversa, e doentia ... e pensar que esta mente está carregada de ordens honoríficas que lhes foram atribuidas sabe-se lá porquê... talvez por ser aquilo que mostra no comentário. É uma vergonha para o povo Português.
É de lamentar que a Senhora professora Maria Helena Damião, perante as afirmações desumanas deste "senhor " continue a publicar os seus conteúdos.
É uma mancha que fica para a Professora Maria Helena Damião.
Haja coragem para lhe dizer NÃO.
És patético.
Tu, encontrarás os anjos indignos de que nos fala Dante e a inveja de uma sorte mais terrível.
Sem falar que 44% da população de Gaza tem até 14 anos. Esta gente é mesmo doentia.
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