Nunca se deve perder a oportunidade para causar uma primeira impressão. Não há outra. Maria Arménia Carrondo, a cristalógrafa que sucedeu a Miguel Seabra na Presidência da FCT, não causou uma boa impressão quando, após tomar posse, não se distanciou das ilegalidades e abusos de poder do seu antecessor. Talvez não tenha percebido bem a razão porque ele caiu. Diz que está a estudar dossiers mas devia conhecê-los pois as questões da "avaliação" (vai entre aspas pois se trata de uma pseudo-avaliação) são públicas e notórias desde há muito tempo (ver o Expresso da última semana, onde a posição dela sobre o futuro da ciência não aparece). Há inúmeras reclamações pendentes e há vários processos pendentes nos tribunais e no Ministério Público aos quais terá de responder em nome da instituição. A ciência exige transparência e rigor, precisamente o que não tem havido. A ciência nacional necessita de uma avaliação séria e credível e não a caricatura grotesca de uma avaliação que tivemos e estamos a ter, pois ainda não acabou. A Presidente da FCT ou preza a transparência e o rigor, reconhecendo os erros e corrigindo-os, ou ficará rapidamente sem a réstia de confiança que alguns ainda depositam nela.
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