Lusa
17 Abr, 2015, 22:02
"O físico Carlos Fiolhais destacou Mariano Gago, que morreu hoje aos 66 anos, como "o político amigo da ciência", que tornou o setor conhecido e reconhecido em Portugal e no estrangeiro.
"Comunicou a ciência de modo a sociedade mudar. Foi o político da ciência, foi ele que pôs a ciência na governação", sustentou à Lusa o docente, assinalando que "há um Portugal antes e depois" do antigo ministro. "Antes, a ciência era pouca, pouco conhecida e reconhecida. Depois dele, há mais ciência, que é conhecida e reconhecida, tanto no país como no mundo", afirmou.
O ex-ministro da Ciência e do Ensino Superior José Mariano Gago morreu hoje, em sua casa, em Lisboa, aos 66 anos, vítima de morte súbita, depois de quase dois anos de luta contra o cancro, disse à Lusa a sua secretária.
"Choramos a perda de um amigo da ciência, o que significa um amigo do desenvolvimento, da cultura", lamentou Carlos Fiolhais, professor catedrático no Departamento de Física da Universidade de Coimbra, defendendo que o ex-ministro partilhava "o sonho" de "deixar um país diferente, um país melhor".
Mariano Gago foi ministro da Ciência e da Tecnologia, de 1995 a 2002, dos XIII e XIV Governos Constitucionais, liderados por António Guterres, e ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em novos governos do Partido Socialista - nos XVII e XVIII governos, de 2005 a 2011 -, desta vez com José Sócrates como primeiro-ministro.
Licenciou-se, em 1971, em engenharia eletrotécnica, no Instituto Superior Técnico, onde foi professor catedrático.
Doutorou-se em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, em 1976, foi presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e dirigiu o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa.
O funeral realiza-se no sábado, no cemitério de Pechão, Olhão."
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