No dia em que a "Revolução de Abril" fez quarenta e um anos, sente-se, de modo muito particular, o país, desmoralizado e descrente, a caminhar para um precipício, para uma ruptura, ou para uma inacção.
Releio palavras de Sophia de Mello Breyner dirigidas a Jorge de Sena (publicadas no livro Correspondência 1959-1978, Guerra e Paz, 2006, p. 134) e percebo melhor o que nos aconteceu e o que nos está a acontecer.
A educação das crianças e dos jovens não foi nem é uma aposta. Falo de uma aposta no conhecimento em que a inteligência cria raízes e não (apenas) na ampliação do tempo de escolaridade. Tal como há quatro décadas, a nossa tragédia é, sim, a incompetência cultural.
Fica a interrogação de Sophia...
Releio palavras de Sophia de Mello Breyner dirigidas a Jorge de Sena (publicadas no livro Correspondência 1959-1978, Guerra e Paz, 2006, p. 134) e percebo melhor o que nos aconteceu e o que nos está a acontecer.
A educação das crianças e dos jovens não foi nem é uma aposta. Falo de uma aposta no conhecimento em que a inteligência cria raízes e não (apenas) na ampliação do tempo de escolaridade. Tal como há quatro décadas, a nossa tragédia é, sim, a incompetência cultural.
Fica a interrogação de Sophia...
O problema, a tragédia de toda esta revolução a sua INCOMPETÊNCIA CULTURAL. Desde a descolonização onde tudo se fez com um despacho simplicíssimo, primário "ad hoc", até à reforma agrária falseada e demagógica! Passando pela constituição onde se lutou pela vitória da estupidez com o maior sucesso salvo alguns pontos que a muito custo foi possível salvar. Houve até quem no grupo parlamentar, numa reunião de discussão, respondesse à minha crítica à má redacção de um articulado, dizendo-me que o "o povo não precisa de gramática" (...). Será ainda tempo de emergirmos de todos estes erros e demagogias soezes?
Sophia de Mello Breyner, Abril de 1976.
Sem comentários:
Enviar um comentário