sexta-feira, 10 de maio de 2013

SONHO

Poema publicado na revista Papel


Sonho

Sonho que os Selenitas
Cultivam nas crateras lunares
Pomares de luar para os amantes,
Que iluminam Cyrano de Bergerac nos seus poemas escaldantes.
Sonho que viajo até aos Estados e Impérios do Sol
E que me plasmo em labaredas cómicas e auroras errantes.

Sonho que viajo com Micromegas,
Entre Sirius e Saturno, à velocidade da luz.
E que num instante, encontro gigantes
Companheiros de Gulliver e de outros viajantes.

Sonho que encontro uma Nova Atlântida,
Em mares para sempre imaginados,
Ilha científica, em que nasce tecnologia
Por entre canteiros de ficções oníricas
Indistinguíveis da pura magia.

Sonho que esvoaçam por entre neurónios,
Inconstantes realidades que me fazem,
Ora Monstro, ora Homem,
Numa transmutação insustentável e
Socialmente odiável.

Acordo.
Descubro o medo de já não ser mais o centro da criação,
Do sistema solar, do Universo,
De já não ser dono da consciência sem emoção
Despojado de qualquer livre-arbítrio adverso,
Como uma criatura só, por ter nascido retalhada,
Aprisionada num medo ancestral cheio de nada.

Sonho que converso com Frankenstein,
Sobre a origem das espécies.
E que ele me fala de um Homem velho,
Num Admirável Mundo Novo.
Sonho que ao sonhar compreendo melhor,
E que a consciência irradia em expansão acelerada pelo Cosmos.

Sonho.


António Piedade
04 de Maio de 2013

9 comentários:

José Batista disse...

Um sonho interessante, num poema bonito.

Anónimo disse...


Excelente sonho, num belo poema.

ou melhor ainda...

Excelente poema, de um belo sonho.

Rui Gonçalves


Cláudia da Silva Tomazi disse...

Sonhe António!


Sonhe com vossa cidade,
com vossa saudade!

Sonhe com alegria e poesia;
vívida é a vivacidade...

Sonhe com ardor e melancolia,
pois em vossa simetria,
permitira vos sonhar!

Eis sonhaste além mar,
além fronteiras e, derradeiras eiras...

Sonhe, ousadia e princípio,
no acomodado frontispício
quer esta nave, sonhar!

Sonhe de vosso infante afeto,
vosso sonho o completo
és António por sonhar.

Unknown disse...

Um belo sonho... sem dúvida.
Cheio de conhecimento e de sensibilidade!
Parabéns António..gostei muito...

António Piedade disse...

Obrigado.

António Piedade disse...

Obrigado.

António Piedade disse...

Pelo sonho é que vamos. Obrigado.

António Piedade disse...

Um sonho com alguma história da ficção científica. Obrigado.

tempus fugit à pressa disse...

a sério cyrano o proto s.f.

A piedade Sonha?
A piedade mil erros traz consigo
Na Piedade há ronha?
Na piedade há perigo?

Sonha que os Selenitas Sodomitas
Cultivam nas lunares crateras
estranhas e horrendas feras?
ou anóxicos cogumelos Amanitas?

Há Pomares de luar para os amantes?
Há hortos de sol para os pedantes?
E alunam Ἀληθῆ διηγήματα nas suas guerras escaldantes.
Sonho que viajo até aos Estados e Impérios do Sol
E que me plasmo em labaredas cómicas e auroras errantes.
Serão virtudes Cósmico Cómicas as dos cebola mole?
há fantasia épica que valha um caracol?
à vela solar do navio errante chamam lençol?

E vós Povos do Pi Pi preguntais a mi
Sonhará a Pi edad em viajar com Micromegas?
Onde estarão preguntareis aqui..,
no espaço sideral falho de luz às cegas
Entre Sirius e Saturno, à velocidade da luz
pois a velocidade é conceito que seduz.
E num instante, encontrarão pedantes gigantes?
Companheiros de Gulliver ou d'outros polhos viajantes?.
segundo o tempo das espaciais correntes
que na relatividade fazem aderentes

Sonha a Pi edad em encontrar uma Atlântida Nova?
Pois a velha naufragou em terramotos,
Terá cartas que da Nova farão prova?
Ou con fiará na destreza dos pilotos?

E em mares virtuais banais
para sempre imaginados
quantas léguas farão mais
recortarão deles uns bocados?
para saberdes onde estais?,
e nessa nau solar da picota ao traquete
não haverá um grumete?

e na Ilha científica onde nasce tecnologia
quiçá de espontânea geração....
pois na neo ilha não haveria
gente com tal científica inclinação
pois dar-se tecnologia a quem sabe de nada
é filosofia cabal ou inacabada?

Por entre canteiros de ficções oníricas
Indistinguíveis da magia. pura
flutuam pré tensões ou pretensões líricas?
ou gorgeios para memória futura?
quiçá nas inequações empíricas?
ou talvez em gastas derramas Pírricas?


Sonha a Pi edad em esvoaçar entre neurónios?
ou entre impérmios portões de neutrónios?
Inconstantes realidades que a fazem,
Ora velha, ora número irracional que a trazem
Numa transmutação insustentável
e ASSocialmente odiável
A navegar nestas vias
Com as virtuais enguias
.

Acorda a Pi edade num bidimensional círculo.
Descobre o medo de não ser mais da criação, o centro
Divide o seu perímetro qual circunferência pelo diâmetro do ego cego
Do sistema solar, do Universo,do Multiverso e suas cordas
com as quais obviamente não concordas

Da Pi edad já não ser dona da consciência sem emoção
Despojada de qualquer livre-arbítrio adverso
a pi edad tal como um recente converso
se faz a Deos e à ventura da con versão e da conversão
Como uma criatura só, pode ter nascido retalhada,
Aprisionada no medo ancestral de do nada ser nada.
eternamente condenada a ser nada do nada
e do nada nada ser con de nada
pois toda a vida é nada do nada
em nados vivos e mortos nados do nada condenados

Sonha de facto a Pi edade?
E sonhará Com quê?
Em ser Pê como eu e você?
Em ser ligação Pi da química da irrealidade?
Ou ser teorema π analisando a dimensionalidade?
Ou Pi Pi de altas meias?
Entre piratas e castelos com ameias?

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