quinta-feira, 16 de maio de 2013

Andar nas nuvens para sempre...

Li hoje que uma escola (privada) do nosso país despediu dois dos seus professores. A razão é uma fotografia que terão publicado no Facebook. A revista Visão online informa que é "o primeiro caso de conflito laboral que chega a julgamento em Portugal".

A propósito, em boa hora, os jornalistas Mário David Campos e Luís Ribeiro perguntam: Qual a fronteira entre a vida pessoal e a vida profissional? 

E especificam: Num mundo cada vez mais online (...) que ética deve seguir um funcionário, mesmo fora do horário de trabalho? Como se defende um dos valores fundamentais de uma sociedade democrática (...) a liberdade de expressão? Como ter um perfil (mesmo) privado?

A terminar, lembram aquilo que todos os utilizadores da internet deveriam saber:
Depois de cair na rede é quase impossível sair de lá. E mesmo que feche o perfil, os seus dados vão andar na "nuvem" para sempre. Por isso tome algumas precauções:
- Tenha atenção às definições de privacidade. Isso não o protege daquilo que comenta nas páginas de outros mas dá-lhe mais garantias na sua página;
- Um dos truques para evitar problemas com colegas de trabalho (ou com os chefes) é organizá-los em listas, colocando-os como conhecidos e não como amigos. Assim, se lhe sair um desabafo menos agradável sobre o chefe, ele não o lê;
- Adicione apenas pessoas que conheça e não amigos de amigos;
- Tenha cuidado com o que escreve e com as fotografias que coloca, inclusive a de perfil. Mesmo que retire o que lá colocou, a informação pode já ter sido partilhada;
- Reveja as definições periodicamente. Quando surgem novas funcionalidades, por vezes sofrem alterações.

3 comentários:

José Batista disse...

Do mesmo modo, também é pertinente perguntar: Num mundo cada vez mais "on-line" que cuidados (e que princípios...) devem seguir as pessoas que procuram (ou que possam vir a procurar) emprego? Que mecanismos podem ou devem adoptar-se para fazer respeitar o perfil (ou ausência de perfil) público de cada cidadão? E como se pode defender, numa sociedade decente, o direito de cada pessoa ao bom nome?
Etc.
Estou em crer que havemos ainda de sofrer muito para encontrar resposta(s) àquelas (as do texto), a estas e a (muitas) outras perguntas. Se é que alguma vez as vamos encontrar.
Mas a procura (e a luta sofrida) é nosso (irremediável) "Calvário"...
Caminhemos.


perhaps disse...

A net é um precioso auxílio. É companhia, informação, passatempo. E, no entanto, eu que sou acérrima defensora da privacidade, julgo cada vez mais difícil mantê-la viajando por estes meios. Penso quantas vezes o anonimato não dá azo a dichotes, mexericos e mesmo mentiras que envenenam o quotidiano das pessoas. E, infelizmente sabemos, porque foram noticiados, casos até de morte por chantagem exercida.
Como diz José Batista, será muito difícil uma resposta eficaz. Mas o direito ao bom nome tem de existir. Ou tudo de bom fica como que anulado.

Cláudia da Silva Tomazi disse...

Sorria! Você é um ilustre desconhecido.

Bom, partilhe a importância da rede ou exclua-se.

Digo do termo, social.

O BRASIL JUNTA-SE AOS PAÍSES QUE PROÍBEM OU RESTRINGEM OS TELEMÓVEIS NA SALA DE AULA E NA ESCOLA

A notícia é da Agência Lusa. Encontrei-a no jornal Expresso (ver aqui ). É, felizmente, quase igual a outras que temos registado no De Rerum...