Que estrela é aquela que brilha mais do que as outras? Porque é que algumas estrelas só se veem numa dada estação e a partir de uma dada hora? As estrelas também “nascem” e também se “põem” aparentemente como o nosso Sol? E aquele astro errante? É um planeta ou um satélite? Como é que sei orientar-me pelas estrelas para poder sonhar com viagens de descoberta?
A resposta a estas e muitas outras perguntas encontram-se,
numa linguagem simples mas rigorosa e metodológica, no livro “O Céu nas Pontas
dos Dedos” do prestigiado astrónomo amador Guilherme de Almeida, publicado em
Fevereiro de 2013 pela Plátano Editora.
Este é o oitavo livro do autor do “Roteiro do Céu”, obra
publicada em 1996, também pela Plátano Editora (actualmente na 5.ª edição e com
uma edição em 2004 em língua inglesa pela Springer Verlag-London), título
incontornável e pioneiro no panorama da divulgação científica específica à
astronomia em Portugal.
Este último livro de Guilherme de Almeida é muito oportuno e, curiosamente, uma excelente introdução às suas obras anteriores, mais densas e específicas.
Este último livro de Guilherme de Almeida é muito oportuno e, curiosamente, uma excelente introdução às suas obras anteriores, mais densas e específicas.
É um livro muito bem construído e conseguido nos seus
objectivos. Possui os elementos e conteúdos fundamentais para uma iniciação segura
à observação e contemplação do céu nocturno por qualquer pessoa. Mas também é
útil ao astrónomo experiente uma vez que o leitor é brindado com a inclusão no
livro de um mui útil planisfério celeste multifuncional, optimizado para
observações a partir de Portugal continental e Regiões Autónomas. Destacável e
utilizável livremente com as mãos, com ele é possível identificar estrelas e
constelações em qualquer data do ano e hora do dia.
Guilherme de Almeida
Ao longo de três capítulos, curtos quanto baste, Guilherme de Almeida acompanha e guia o leitor aprendiz, passo a passo, com a virtuosa e eloquente paciência dos mestres. No primeiro capítulo são introduzidos os elementos fundamentais que constroem a linguagem e referenciais da observação astronómica. O planisfério celeste é explicado no segundo capítulo. No terceiro, o autor exemplifica casos concretos e práticos para o uso do planisfério, as suas funções básicas, e aconselha, como se estivesse ao nosso lado a observar o céu, alguns procedimentos úteis para uma melhor observação astronómica a olho nu. Por fim, descreve as funções especiais ou avançadas do planisfério celeste, o que encoraja a evolução do principiante amador para o astrónomo desfrutante.
Este livro ganha em rigor e qualidade pela existência de um
quarto capítulo que inclui informações complementares e mais avançadas,
respostas a perguntas que só surgem de depois da utilização efectiva do
planisfério celeste, e um imprescindível glossário com a necessária
terminologia astronómica.
Refira-se que o texto está muito bem compaginado com fotos,
ilustrações e esquemas que reforçam e complementam a clareza da mensagem
textual. Acrescente-se a existência aqui e acolá de caixas laterais que
permitem uma aprendizagem complementar e mais aprofundada ao longo do livro, consoante
o interesse e disponibilidade de cada leitor. É um livro que pode ser lido a
vários tempos permitindo uma mesma observação celeste.
Destaquem-se as cinco magníficas fotografias astronómicas da
autoria do fantástico foto-astrónomo português Miguel Claro, que acrescentam
beleza e informação visual adicional ao livro.
Para saber mais, o livro acaba com indicações sobre outras
obras e sítios na Internet onde o leitor poderá saciar o espanto resultante das
observações que resultarão, acto contínuo, da leitura deste livro e do uso do
planisfério celeste incluso.
Para ver mais, basta ter “O Céu nas Pontas dos Dedos”, com
olhos contemplando o cosmos pela janela do nosso horizonte celeste.
António Piedade
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