segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

It's For Your Own Good!

It's For Your Own Good!
http://www.nybooks.com/articles/archives/2013/mar/07/its-your-own-good/

Until now, we have lacked a serious philosophical discussion of whether and how recent behavioral findings undermine Mill's harm principle and thus open the way toward paternalism. Sarah Conly's illuminating book Against Autonomy provides such a discussion.

(via Instapaper)

5 comentários:

Unknown disse...

Discussão interessante.

Miguel disse...

Não sei o que será mais confrangedor: se o paternalismo do nanny state para com os obesos, seja na forma de gordura acrescentada, seja na forma de grandes corporações, bancos e agências financeiras; ou se é a ingenuidade de pensar que as pessoas bebem as gigantescas "gasosas" por livre iniciativa, sem qualquer tipo de indução paternalista.

Desidério Murcho disse...

Para mim o mais confrangedor é não se compreender o conceito de paternalismo. Vender refrigerentes não é uma medida paternalista porque 1) o objectivo das empresas que vendem refrigerantes não é o bem da pessoa que o bebe, mas antes ganhar dinheiro, ao passo que uma medida só é paternalista se for feita para o bem da própria pessoa, 2) não há qualquer medida coerciva que obrigue as pessoas a beber refrigerantes, ao passo que uma medida, para ser paternalista, tem de ser uma obrigatoriedade ou uma proibição. Duh.

Já agora, uma subtileza que está ao mesmo nível desta: dois mais dois é quatro e não três.

Miguel disse...

Pois é, ao nível das definiçÕes está tudo bem. Agora quando faz a correspondência com a realidade é que falha. Entenda o paternalista na minha resposta como uma generalização da acepção na qual o utilizou. Generalizado para incluir a manufactura dos comportamentos, a indução de necesidades que não são expontâneas, etc. Se não perceber do que estou a falar, consulte a literatura ligada ao marketing, publicidade -- indústrias que movimentam todos os anos biliões de dólares (serão tão est;úpidos que atirem à rua biliões para convencer as pessoas a adoptar comportamentos que teriam mesmo na ausência de qualquer estímulo de marketing? ) Já quanto à função paternalista do Estado para com as grandes corporações, essa pode entendê-la numa acepção mais proxima da sua, pode ler os clássicos do John Kenneth Galbraith para perceber melhor.

Miguel disse...

Só para acrescentar o seguinte. Se fosse verdade que a opção de beber aquelas gasosas é uma opção pessoal completamente livre, em função apenas daquilo que decorre naturalmente da sua natureza humana, seguia-se que essa escolha devia estar uniformemente distribuida por toda a população que lhes tem acesso. Mas isso não é verdade, nem sobre as gasosas, nem sobre a chamada "junk food". Existe uma forte correlação com o estatuto económico, classe social, nível de educação, e o diabo a sete. Não pode ser uma opção estritamente pessoal. A definicão de paternalismo que usa o Desidério, e outros autores, não é está bem talhada para "cortar" estes fenómenos. Não é uma dicotomia entre liberdade individual e regras coercivas do Estado que vai permitir iluminar a dinâmica social que está por detrás de todo este universo. Nem o estatal versus privado serve para analisar a dinâmica da economia e tecnologia em que intervêm as grandes corporações, mas isso é outra história.

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