Há algum tempo, estive numa sessão sobre ciência em que interveio uma jovem e muito assertiva jornalista. Registei, com espanto, o facto de ela ter dito, com grande naturalidade, que o jornalismo do presente é substancialmente diferente do do passado, pois agora todo e qualquer cidadão tem à sua disposição meios de registo que lhe permitem captar imagem e sons, comentá-los e disponibilizá-los no momento. O jornalismo já era, na sua óptica, exercido por todos nós. E esse será o futuro.
Apanhada de surpresa nada comentei, até porque o assunto em debate era outro, mas retive as perguntas que gostaria de lhe ter posto: o que leva uma jornalista em início de carreira afirmar que a sua profissão é dispensável? O que a faz pensar que o jornalismo que sai da lavra de um jornalista credenciado tem a mesma validade que registos e apontamentos dispersos e circunstanciais de uma pessoa comum? Que noção tem da responsabilidade social do jornalista e do papel fundamental que desempenha nas democracias?
Numa recente conferência sobre o futuro do jornalismo, Miguel Sousa Tavares explicou claramente o que essa jovem jornalista deveria ter em conta (ver aqui). Será que entenderia?
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1 comentário:
"Será que entenderia?"
Provavelmente não, e é por isso que circula tanto lixo. Faltam jornalistas a sério.
Não há outra hipótese: só gasta quem quer e, o mesmo botão da TV tanto serve para ligar como para desligar. Mas para se poder fazer uma opção, já é necessário saber-se o que se quer e não se deixar massacrar por carradas de parangonas todas copiadas umas das outras.
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