A notícia acaba de chegar ao conhecimento público: a ministra alemã da Educação, sob quem recaia a forte suspeição de ter plagiado na sua tese de doutoramento, pediu a demissão do cargo. Isto apesar de a chefe de Estado ter confirmado a confiança que nela havia depositado.
Há, nesta lamentável história, dois aspectos positivos a notar.
O primeiro é que, depois de ainda recentemente ter acontecido uma situação análoga com outro político de primeira linha, a sociedade alemã começou a interrogar a validade dos pergaminhos académicos dos seus governantes. Ao que percebi, essa interrogação não é tanto justificada pela pertinência desses pergaminhos para a governação mas mais pela honestidade ou desonestidade que podem revelar. Assim, surgiram os "caçadores de plágios", que, com recurso a uma plataforma online, analisam dissertações que legitimam graus superiores de políticos. Trata-se de uma louvável atitude de cidadania.
A segunda é que, ainda que a dita ministra tenha decido recorrer da decisão da universidade que lhe atribuiu o grau do doutoramento lho retirar, deixou a sua função. Percebendo que a confiança nela estava necessariamente quebrada, tomou a atitude que, no quadro, se revela mais digna.
Não me atrevo a sugerir que Portugal tenha aqui dois motivos para pensar e se pensar.
sábado, 9 de fevereiro de 2013
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6 comentários:
E é exactamente essa a actitude correcta, em Portugal Sócrates teria-se demitido e Relvas seria demitido.
Os alemães podem ser umas bestas porque nos lixam a vida, por alguma coisa, onde não entra o espírito santo, eles estão mais evoluídos e mais desenvolvidos que nós!
Gostaria de saber também, se é que a Helena Damião sabe, se na Alemanha os concursos públicos para empregos, feitos com toda a oficialidade e circunstância também estão viciados como os nossos, onde nas instituições públicas vão entrar pessoas que não percebem nada do assunto, graças a conhecimentos pessoais ou a cartões de partidos?
É que o dinheiro gasta-se e o trabalho não aparece feito! essa é que é essa!
Caro leitor Anónimo.
Efectivamente, não sei. Talvez isso aconteça... a condição (não a "natureza") humana parece revelar uma certa tendência para seguir caminhos, digamos, "cómodos", e isto onde quer que, espacial e temporalmente, a situemos. O que é capaz de ser diferente de país para país e de instituição para instituição é a vigilância e a consciência cidadã que se exerce ou se negligencia.
Cordialmente,
MHD
Gostei do seu artigo. No seu lugar, também não me atreveria a sugerir que reflictamos sobre os aspectos que põe em destaque. É que já há muito tempo que a competência, o mérito, a honestidade e a integridade deixaram de fazer parte do quadro de valores por que nós, como sociedade e povo, nos orientamos (salvo as honrosas e inevitáveis excepções). Cada povo tem no fundo aquilo que merece. É por isso que a Alemanha é o que é. E é também por isso que nós estamos como estamos.
Jorge Ramalheira
Pois. Qualquer semelhança entre a Alemanha e Portugal é por enquanto mera ficção.
Em Portugal saem doutoramentos e licenciaturas por fax, no dia 31 de fevereiro e outros fenómenos nada naturais mas habituais na raça de vampiros.
Contra os governos incompetentes de que somos vítimas - mas que nós escolhemos ou que esta pseudo-democracia nos impõe! - o povo só tem uma arma: NÃO VOTAR! É ou não a única forma de obrigar o PR a nomear um governo de inciativa presidencial com independentes que tenham dado provas de competência em gestão - e não uns advogadozecos quaisquer e oportunistas que sabem fazer tudo! - bem como de honestidade, inteligência e dinamismo?
Farto-me de rir com estes comentarios.
A senhora nao foi demitida, demitiu-se.
Qualquer observador imparcial retiraria daqui que os teutoes sao tao aldraboes como os tugas, com doutoramentos da treta, mas nao aqui, o serem trafulhas e prova cabal que sao um povo superior.
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