A descida dos juros da dívida soberana e o pedido de extensão das maturidades dos empréstimos europeus do programa de ajustamento auguram um alívio do sufoco financeiro gerado pelo serviço da dívida pública. Mas sejamos adultos conscientes: a extensão do prazo de pagamento não é “retribuição”, “recompensa”, “merecimento”, sequer “solidariedade” para bom aluno. É pura defesa de interesses financeiros!
A escolha do momento para regressar ao mercado primário de longo prazo era crítica! Muito cedo matava o processo à nascença, tarde demais, matava-nos a todos! E um povo moribundo não paga dívidas, nem alimenta a gula dos “mercados”!
Que venha a transfusão, ainda que como folga financeira! E saibamos transformá-la em investimentos que reanimem a economia, aumentem o PIB, baixem os impostos, combatam o desemprego e dêem tempo para uma efectiva reforma do Estado. Com todos! E voltemos a ser um povo soberano!
Fernando J. Regateiro
3 comentários:
Duvido de que os desejos expressos no último parágrafo se venham a concretizar.
O dinheiro que nos possa ser "facilitado" vai ser gasto da forma habitual: encher os bolsos de alguns e remendar os buracos, que irão continuar a aparecer.Manteiga em focinho de cão!
AJ
dívida soberana, maturidade, ajustamento, retribuição, solidariedade, etc.. - TRETAS!!!
Esta "économia" da alta finança não passa de treta, vendem dinheiro que não existe, emprestam dinheiro que não têm, recebem dinheiro que não lhes pertence..
Mas qual dívida soberana e quais juros? Então o estado endivida-se para para lançar dívida, e depois tem que lançar mais dívida para pagar os juros? Mais isto é alguma américa??
São tudo aldrabices, por mim deveria ser ilegal fazer dívida pública, gastem o que têm se não o têm não o gastem!
Andamos neste forróbodó desde 1976, com a 3ª vinda do FMI e isto não muda? Destes quase 40 anos foi uma roubalheira desgraçada, analisem os casos de corrupção e somem tudo desde 1976 até hoje, a crise estava mais que paga!
Crise é para nós, que andamos a trabalhar para sustentar os chulos dos bancos, desde a falência do BPN e BPP quantos mil milhões o estado com os nossos impostos já injectou na banca?
Tinham-se deixado falir, que o dinheiro escondido nas off-shores apareceria imediatamente, somem os lucros dos últimos dez anos desses bancos e vejam os dividendos distribuídos pelos accionistas, não tinham dinheiro, coitadinhos, mas são privados, azares do mercado, ou o sistema só é bom quando lhes convêm?
Trata-se da arte de criar e recriar a escravatura, os actores são sempre os mesmos. Por mim, não colaboro mais nisso, ainda que me possa custar alguma sobriedade, esta ao menos ainda só eu que a determino.
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