sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Estrangeirados visitam Portugal


Informação chegada ao De Rerum Natura (há sessões semelhantes na próxima semana em Lisboa e no Porto):

A próxima sessão de milplanaltos é já na próxima terça, 14 de Fevereiro. Amadeu Lopes Sabino, Manuel Paiva, José Morais e Jorge de Oliveira e Sousa apresentam "Estrangeirados visitam Portugal". Contamos com a vossa presença na Casa da Escrita, às 17 horas.

"Três portugueses e um belga de origem portuguesa, nascidos nos anos 40 do século XX e cujos caminhos se cruzam em Bruxelas, combinaram reencontrar-se na terra de ninguém entre a memória e o esquecimento, os tempos e os espaços em que o futuro foi uma realidade: o Estado Novo e a guerra colonial que todos recusaram, escolhendo a experiência amarga e enriquecedora do exílio; a oposição à ditadura, vivida por cada um de diferentes modos e com diferentes expectativas; as miragens da evolução e da democracia e, encerrado o ciclo do império, o regresso de Portugal ao rectângulo europeu. Em torno da integração política na Europa e das turbulências do início do terceiro milénio reacendem-se os debates do passado revisitado. O diálogo aguça e lima arestas, contradições, interrogações. Chegou a hora de cada um se dedicar a cultivar o seu jardim? Será a Utopia ainda possível ou mais do que nunca nefasta? Quem vence a partida: o descobridor de novos mundos ou o Velho do Restelo?

Amadeu Lopes Sabino (Elvas, 1943). Foi advogado, jornalista e docente universitário em Portugal. Exilou-se na Suécia na fase final do Estado Novo. Funcionário da União Europeia,em Bruxelas, a partir de 1984. Conselheiro do presidente da Comissão Europeia para as questões institucionais. Ficcionista e ensaísta.

Manuel Paiva (Porto, 1943) naturalizou-se belga em 1972. Físico, exilou-se na Bélgica em 1964. Professor honorário da Universidade Livre de Bruxelas, onde leccionou e dirigiu o Laboratório de Física Biomédica. Autor de obras de divulgação científica.

José Morais (Lisboa, 1943). Neuropsicólogo, exilou-se na Bélgica em 1968. Professor emérito da Universidade Livre de Bruxelas onde leccionou Psicologia Cognitiva e dirigiu o Laboratório de Psicologia Experimental. Ensaísta e romancista.

Jorge de Oliveira e Sousa (Lisboa, 1945). Politólogo, exilou-se em 1966. Assistente da Universidade Católica de Lovaina, funcionário da Organização das Nações Unidas, posteriormente director-geral da Comunicação na União Europeia e professor no Colégio da Europa (Bruges). Docente do Colégio Europeu."

4 comentários:

Anónimo disse...

*





Os resistentes

*


Herói não foi quem, face à opressão,
virou costas à pátria e foi viver
em terra estranha, fora da nação,
por ser a opção mais fácil de fazer.


Quem tem fibra de herói prefere a luta
no seu próprio país, sem se exilar,
fazendo frente, se a alma é impoluta,
à execrável… “glória de mandar”.


Herói é quem na terra em que nasceu
seus ideais manteve e defendeu,
opondo ao despotismo o seu desdém.


O mérito é cá dentro resistir
pugnando, sem quebrar nem transigir,
pelos direitos que a pessoa tem!


João de Castro Nunes

José Batista da Ascenção disse...

Há muitos que, se pudessem, se exilavam.

Agora.

Anónimo disse...

Senhor Dr. José Batista da Ascenção:
Será que emigrar e exilar-se têm a mesma conotação?...
Que dá vontade de sair do país, lá isso dá! Mas agora... para fugir à mediocridade que se instalou no poder. Que pelintrice!
Cordeal saudação. JCN

José Batista da Ascençãoi disse...

Caríssimo Professor João de Castro Nunes:

Como bem calculará, não está este humilde em

condições (ou posição) de explicar-lhe nada.

O (absurdo) que escrevi pretendeu apenas realçar

a situação absurda a que o país chegou.

Com as consequências que o seu comentário

tão bem clarifica.

Saudação amiga.

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