Texto recebido de Guilherme Valente, editor da Gradiva:
A propósito do livro de Primo Levi e Tullio Regge que acabo de editar, DIÁLOGO SOBRE A CIÊNCIA E OS HOMENS.
A minha leitura deste livro transportou-me aos dias pioneiros do lançamento da colecção «Ciência Aberta», do seu efeito nas novas gerações e na escola. Um tempo em que pude descobrir a natureza e o carácter formativo da ciência, em que o espírito científico e a cultura científica se me revelaram como cultura da liberdade e do desenvolvimento, como antídoto para os traços mais deploráveis da velha cultura portuguesa.
Anos de confiança e esperança em que nas listas de best-sellers os três primeiros lugares chegaram a ser ocupados por livros de divulgação científica (nos tops de hoje, nem vestígios de um livro de ciência).
Depois foi o eduquês, uma ideia de escola anticiência, muito pior do que nos anos 60, e a concomitante ignorância progressiva e o desinteresse crescente pela cultura científica nas secções de livros e cultura dos órgãos de comunicação social (com excepções resistentes, claro). Dias de agora, que parecem dias do fim, mas a que é preciso continuar a resistir, neste e noutros domínios.
GUILHERME VALENTE
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
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5 comentários:
A ciência não esgota-se enquanto possibilidade apenas realinha o sentido.
A ciência não é frágil quando respira verdades.
O cientista faz-se pelo cumprimento da nação.
Uma nação científica é uma nação solidária ao conhecimento.
A porta de novos horizontes tem por chave a ciência.
No trato da ciência o homem desconhece a derrota.
Viver ciência é compreender a dinâmica da vida.
Escrever ciência é ter a medida da compreensão.
A natureza da ciência é a paz.
comparar edições de escassos milhares de exemplares
com as dezenas de milhares vendidas hoje
resumindo....em qualquer país do mundo best-sellers ou peter sellers científicos são episódicos
mesmo a obra científica de rómulo de carvalho só existiu por subsídios de regime...e das escolas do tempo
foram milhares delas que foram para o lixo juntamente com as bibliotecas da educação nacional armazenadas nas escolas primárias...
Meu caro Guilherme Valente
Decorre na minha escola uma feira do livro,
em que não há uma predominância de livros de
ciência, não há, mas em que ainda há alguns
livros muito bons.
Porém, vejo-me a mim e aos colegas a olhar
para eles e a contar os trocaditos, também
para a iniciativa não morrer.
Em finais do primeiro período já tínhamos
feito a feira do livro usado, na qual se venderam
várias dezenas de exemplares e se teve uma receita
na ordem dos duzentos euros. Eu próprio fiz duas
boas aquisições por euro e meio.
Isto tudo para lhe dizer que, sejam quais forem as
dificuldades, resistiremos.
Enquanto pudermos. E tanto quanto pudermos.
... "neste e noutros domínios", sem dúvida. Lembro-me perfeitamente do efeito devastador, no bom sentido, que os bons clássicos, os bons poemas, os bons filósofos tiveram na formação do meu ser. É uma questão de qualidade. É pela qualidade, em todos os domínios, que temos de lutar, resistir, reclamar, mostrar, exigir.
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