terça-feira, 8 de novembro de 2011
Caos numa escola portuguesa
O "Correio da Manhã" divulgou estas imagens tiradas numa sala de aula de Monte Abraão, Queluz. Não é uma representação de mau-gosto, pois há processos disciplinares em curso, para punir o aluno ou os alunos perturbadoras da aula. Mas uma coisa que realmente impressiona é a aparente indiferença da professora. Porventura ela já terá tentado tudo antes e, impossibilitada ou incapaz de pôr na ordem o(s) jovem(ns) desordeiro(s), prossegue a sua aula ignorando o caos. Talvez ela seja mais vítima do que culpada, uma vítima de um "sistema de ensino-aprendizagem" que levou algumas das nossas escolas ao estado que as imagens documentam.
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15 comentários:
Prof. C. Fiolhais:
É muito interessante a desculpabilização que faz da professora, a qual, durante 3m e 41s não toma uma única atitude contra a anarquia na sala.
Mas quando alguém refere que, tanto certos comportamentos dos alunos como a situação extremamente delicada em que se encontra o Ensino, resultam do contexto social, essencialmente dos valores que enformam a(s) sociedade(s) dos nossos dias (problemas que não são só portugueses), perante os quais a Escola está muito desarmada, (repito, mas quando alguém refere o contexto social, não para desculpar os comportamentos mas para se perceber onde está uma boa parte da origem dos problemas da Escola de hoje), as mesmas pessoas que desculpam esta atitude condenável e irresponsável da professora, ela sim, geradora e potenciadora destes comportamentos desviantes, apresentam-nos logo a narrativa do Construtivismo e do Romantismo educativo como ÚNICOS culpados de tudo.
Em que ficamos? Professores que actuam desta maneira são vítimas da situação geral, alunos desestruturados, provenientes de contextos sociais e familiares problemáticos, onde não há regras sociais de educação, de convívio e de respeito, em que a Escola e a aprendizagem não são valorizadas, já não são vítimas de uma terceira coisa – o Construtivismo e o Romantismo -, de que a professora acaba por ser vítima também.
As fixações ideológicas têm um problema, obscurecem a realidade, pintada que fica com as «cores» da ideologia; a realidade é outra coisa, bem mais complexa.
Compreendê-la em todas as suas vertentes é condição «sine que non» para traçar o rumo certo da melhoria da situação; eleger alvos imaginários e atirar-lhes chumbo permanentemente só produz ruído e fumo de pólvora.
Durante o meu percurso escolar, tive aulas em que isto acontecia. Pela minha experiência, esta situação só se deu porque a professora o permitiu.
Os mesmos alunos perante professores diferentes podem comportar-se de forma completamente diferente. Tive aulas em que a turma era muito bem comportada e outras em que havia alunos a falar, a levantar-se, a brincar, constantemente. Devo dizer que as aulas em que isto acontecia eram dadas por alguns dos piores professores que tive.
Isto é uma realidade e não é de agora. Infelizmente, dificilmente um professor é despedido ou sofre consequências pela sua incompetência. Com o sistema de avaliação de professores atual (colegas a avaliar colegas) a situação não vai ser resolvida. E era preciso que o despedimento por incompetência passasse a ser uma possibilidade na função pública...
Como aluna, tive uma situação parecida com o que aparece no vídeo uma única vez. Nunca pude saber se a professora em causa era incompetente ou não, porque sendo muito jovem e insegura, nunca teve possibilidade de dar uma aula normal, porque não conseguia controlar a turma. Essa professora acabou por desistir de dar aulas.
Hoje sou professora. E digo-lhe, caro André, os alunos agora são muito, mas mesmo muito piores do que o eram na minha altura de estudante e a situação agrava-se todos os anos. Em muitas escolas os professores são chamados à atenção por expulsarem alunos das aulas: repare bem, quem é chamado à atenção é o professor!
Não sei o que aconteceu em relação ao vídeo apresentado, mas estou mais em crer que a professora terá esgotado todas as possibilidades ao seu alcance. Os professores têm medo de escrever no sumário: "não foi possível dar a aula devido ao comportamento dos alunos". É fácil perceber porquê, quem sofreria as consequências seria o professor e não os alunos. Ora, se os alunos não respeitam o professor e este é que é responsabilizado, é a mesma coisa que o juiz condenar o assassino ou o ladrão e ir ele preso...
Com o sobrelotamento das turmas (há situações de alunos sentados em cadeiras volantes porque não há lugares suficientes), a situação agrava-se. E se a escola não consegue, por falta de condições básicas, "civilizar" os adolescentes, em breve eles irão criar problemas na rede socail; qualquer um de nós pode ter um encontro infeliz com um ladrão ou assassino, é só estar no local errado à hora errada.
Portanto, é um problemas de todos nós, não é só um problema da desgraçada da professora que já dá aulas há 30 anos, segundo ouvi na comunicação social.
HR
A Escola proporciona a diversidade de conhecimento e ampara o desejo de formação do ser social, enquanto comunidade e princípio familiar. Ou é diferente? Pensando...
A sociedade gera filho?
Não. A sociedade gesta (gestão) o cidadão.
A comunidade gera filho?
Não. A comunidade gera (gestão) o bem comum, moral, civismo e ética.
A família gera filho?
Sim. A família gera (gestação) filho. Por sua vez, somente a mulher gera filho. Nasce a criança e a mulher de facto, sabe, este é meu filho! Amamenta e oferece a possibilidade deste ser ao social reconhecer pessoas em atitudes e gênero. A mãe é a natureza consciente do querer bem, cujo afecto é poder que expande ou detém. A mãe alimenta sua cria e determina o enfrentamento segundo seu: comportar e saber social.
Núcleo familiar: pai e mãe é ditame de exemplo e conselho, são os que tocam a criança ao primeiro caminho.
Culpa... Não concerta. Não existe.
Evoluir é caminhar modulando o passo.
A culpa é fragilidade humana diante da experimentação.
Atitude é responsável e zelo pela família.
A maternidade social e de princípio é lidar com a realidade. Para corrigir a cena que apresenta este vídeo é necessário estudar tal comportamento como laboratório de circunstâncias pela causa e não pela função. O professor faz juramento de Hipócrates? Não. Pois este vídeo apresenta sintoma no desvio comportamental.
A Escola é silêncio para o aprendizado, quando sempre fora regra ouvir o mestre. O atual perfil escolar expõe o que soa como vítima da fraqueza familiar (por amparo - contenção) e distorção do contexto social e bem comum. Talvez, resulta do excesso em desfraldar a humanização. Porém, o qüiproquó das fraldas, extrapola conceitos e tem fragilizado a estima de quem lecciona, tornando um pacificador em sala de aula. É cortesia o professor investir seu precioso tempo em pregar pelo ensino ou o conhecimento é cansativo demais e somente quem é inteligente aprende? Pois se for assim convém separar por classe, como fazem no futebol, série A e série B. Pois a bagunça consome a seriedade e qual sacrifício justifica uma geração de incompetentes.
E a linguagem materna do aprendizado?
Como acção educativa ordenada e disciplinar(s) por conter a euforia cujo arranjo humano desde nascença estimula o despertar e forma o agrupado da emoção (comando) que (des) conhece por reconhecer, o avançar ou parar no sinal vermelho. Limite, também é escolha.
Desculpem lá!
É evidente que os culpados disto são os alunos. É preciso dizer-lhes exactamente isto: os únicos culpados por se portarem como animais (são pessoas já com uma certa idade) são exactamente eles próprios(são eles as pessoas que se portam como animais). Chega de tretas: os responsáveis são eles e não a professora... A professora está lá para os ensinar, não para os domesticar. Caros amigos, estamos tramados...
Eu nem sequer vou ver o Video. Não sei como o Rerum Natura , e o Prof. Fiolhais se metem por estes caminhos.
Então não sabe o sr. Prof. Fiolhais , que estes alunos infringem as regras e o estatuto do Aluno da Escola , quando se põem a filmar sem autorização a sala de aula e a Professora. Estar a reproduzir este video como fizeram as várias Estações de TV sensasionalista como a RTP ou TVI , ou o diário dos Crimes de Portugal o Correio da Manhã , não é o que eu chamo uma boa referência de boa Informação.
Isto não é uma forma séria de abordar temas importantes como a disciplina na sala de aula. Não é assim que se trata um tema destes. Mostrar isto como exemplo do que se passa nas Escolas Portuguesas , é contribuir para promover ainda mais este tipo de comportamentos anti-sociais.
Espero que o Prof. Fiolhais saiba que isto não é o que se passa na esmagadora maioria das Escolas em Portugal. Que isto são comportamentos desviantes , que acontecem em alunos e turmas com Problemas , que não representam nenhuma maioria dos estudantes Portugueses. Por favor não tratem a exceção como se fosse a regra. Não transforme o que são as Aberrações em Exemplos generalistas.
Luis Neves
Então e quando se estava a formar a rede de ensino público nos anos 70 e 80 em que os alunos passaram a ter direito a ir à escola e os professores eram de menos e não demais, em que a escolaridade geral do pais era mais baixa também havia esta pouca vergonha? e nos anos 90 também havia esta pouca vergonha?
Querem ver que a escola sempre foi assim? Ou afinal tem havido uma degradação geral ao longo dos últimos anos? Em que ficamos?
Então quem são os verdadeiros culpados?
Os país porque não dão educação aos filhos em casa?
os professores porque em vez de exigirem de volta o poder e autoridade na aula vão para a rua exigir salários?
O estado porque se deixou infiltrar com os pós modernismos, eduqueses, pseudo ciências como as pedagogias que por ai andam e transformou os professores em burocratas e os alunos em números?
Armando Quintas:
«Então e quando se estava a formar a rede de ensino público nos anos 70 e 80…»
A rede pública semelhante (na sua concepção, estrutura e organização) à que existe foi criada por Passos Manuel, em 1836, e definitivamente estabelecida na forma que hoje conhecemos por Jaime Moniz, em 1894. Não foi formada nos anos 79 e 80.
«… nos anos 70 e 80… também havia esta pouca vergonha? e nos anos 90 também havia esta pouca vergonha?
Sempre houve pouca-vergonha, mas agora há muito mais. Vá ao Arquivo Histórico do Ministério da Educação e leia os relatórios anuais dos reitores dos liceus, nos anos 50 havia cerca de 30 liceus apenas, verá a percentagem de castigos (da repreensão à suspensão e à expulsão), logo, havia problemas. Num dado Liceu, nos anos 10, um aluno até se suicidou depois de ter assaltado a Caixa Escolar e ter sido descoberto; não suportou a censura social, era filho de boas famílias. No mesmo liceu, 1949, um professor foi agredido à paulada por um aluno. Problemas sempre houve, senão não se justificava o Colégio da Cruz de Cristo, em Tomar, para os alunos (conhecidos por correccios) expulsos dos vários liceus da zona sul. A norte deveria haver pelo menos outro. Os problemas hoje são diferentes em grau e frequência, apenas isso, a sociedade também é muito diferente, para pior em muitos aspectos (e para melhor em muitos outros), nada mais.
«Então quem são os verdadeiros culpados?».
Escolha os seus, cada um tem o direito de escolher os culpados que quiser, justa ou injustamente. É um exercício um pouco inútil, mas pode ser um bom passatempo. Compreender a globalidade da realidade e actuar nela eficazmente é bastante mais difícil.
Eu de quem tenho pena e dos bons alunos. Para quando so escolas para quem quer aprender. Mas quem trabalha tem que aturar estes marginais, estes animais? Quem paga impostos merece mais do que isto.
Obrigado Prof Carlos Fiolhais por ter a coragem de mostrar situaçoes que a esquerda quer apagar. Eles os verdadeiros responsaveis pelos estado caotico em que o ensino publico se encontra. E isto tudo feito em conluio total com os diretores da escola e uma enorme percentagem de professores esquerdistas.
Quando disse que a professora é incompetente, não desculpabilizei os alunos. No caso dos alunos acontece algo semelhante com o dos os professores. Em ambos os casos não existem consequências para os maus atos: os alunos não reprovam se não têm boas notas, não sofrem processos disciplinares se se portam mal; os professores não são despedidos se são incompetentes.
As medidas para corrigir esta situação não são muito complexas. Basta que apareça alguém com coragem para provocar a mudança.
Boa noite a todos....mais uma vez me encontro aqui.Relativamente ao video,em causa, todos sao vitimas de um sistema há muito ultrapassado.
Um sistema que não é flexivel... e que nao está de acordo nem com as pretensões dos professores nem dos alunos.O sistema educativo português tem de ser mais maleavel, quer no ensino /aprendizagem quer na disciplina.Copiam-se sistemas de ensino de outros países que nao se adequam ao nosso.
O professores foram destituidos de poder e os alunos nao temem as punições.
Eu sei do que falo, também me aparecem turmas do género, acreditem que ,não é fácil lidar com este tipo de turmas,não sou nem melhor nem pior que professora do video.Os alunos testam -nos todos os dias para ver ate onde podem ir.No entanto, a falar com eles, como direi"consigo dar-lhes a volta"...
Faço contratos com eles, aceitam .
Todos os meus alunos têm premissao para tudo , mas também sabem que serão responsabilizados por tudo o que fizerem .... Até hoje nunca tive problemas ,espero que continue sem eles.
Isabel, prof de História
Um bem haja a todos.
O titulo caos numa escola ,serve bem de exemplo do que se passa na maioria das escolas públicas.Esta é a verdade nua e crua.
Os alunos sao fruto da falta de regras incutidas pela familia, pode-se dizer e muito bem... mas reparem não são alunos do pré -escolar. Naturalmente ja frequentaram outras escolas... que trabalho fizeram os professores anteriores a este pra existirem alunos assim?
Onde estão os pais? Que fazem quando confrontados com isto?Sabem o que vos digo cheguei a conclusao que a educação pão numa mão e pau noutra é a melhor.Passo a explicar , sou professora e o ano passado tinha uma turma do tipo desta. UHouve um proceso disciplinar que envolveu uma série de alunos os pais forma chamados para tomarem conta da ocorrência.~U dos pais chegiu a casa deu um atria no filho de tal ordem que posso dizer que a partir daí nunca mais se envolveu em qualquer problema.
E esta? Alguem que me responda
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