quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A CIÊNCIA EM PORTUGAL: PASSADO E FUTURO


Nos próximos dias 25 de Novembro terá lugar na Casa das Artes em Famalicão (na figura), organizado pelo Museu Bernardino Machado, um Encontro sobre "A Política de Melhoramentos Materiais em Portugal: da Regeneração ao Século XXI" . Eis o resumo da minha intervenção na tarde do dia 25:

A ciência em Portugal conheceu períodos de luz e de sombra, por vezes de muita luz quando o país esteve mais em contacto com o resto do mundo e sombra quando o país permaneceu mais isolado. Três períodos de maior fulgor se destacam: a ciência no tempo dos Descobrimentos, de algum modo percursora da Revolução Científica, associada a nomes como Pedro Nunes, Garcia da Orta e D. João de Castro: a ciência no tempo do Iluminismo, no tempo dos "estrangeirados", que beneficiou de intercâmbios com o exterior nos reinados de D. João V e D. José, que culminaram em 1772 com a Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra; e, finalmente, a época contemporânea, após a adesão de Portugal à União Europeia, que permitiu a canalização de fundos para um espectacular crescimento da ciência e da tecnologia.

Demos um grande salto nos últimos anos, como mostram os indicadores internacionais: investimento, número de investigadores e publicações científicas. Actualmente, a ciência nacional está ainda numa fase de afirmação expansiva, embora pairem receios sobre a sustentabilidade do crescimento num período de contracção financeira. Debilidades visíveis são ainda a articulação do sistema científico com as universidades, a ligação com as empresas e a economia, para não falar das deficiências visíveis no ensino das ciências no básico e secundário. Mas um ponto forte é, decerto, a quantidade e qualidade dos nossos recursos humanos na área, alguns dos quais se sentem atraídos por propostas fora de fronteiras.

O futuro do país, na sociedade do conhecimento, passa decisivamente pela continuação da aposta que tem feito na ciência. Basta olhar para os países mais desenvolvidos para reparar que são precisamente aqueles que têm maiores e melhores sistemas de ciência e tecnologia aqueles que apresentam maiores índices de riqueza. Se queremos ser ricos, não podemos desistir de querer ser sábios.

REFERÊNCIAS:

- C. Fiolhais e D. Martins, "Breve História da Ciência em Portugal", Gradiva e Imprensa da Universidade de Coimbra, 2010
- C. Fiolhais, "A Ciência em Portugal", Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010.

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