Como referiu a revista Época pouco depois do lançamento do novo manual, «A Igreja Católica perdeu fiéis no período em que relegou o exorcismo, enquanto as igrejas evangélicas pentecostais arrebanhavam multidões com rituais espetaculares».
«Há católicos que não foram educados de forma adequada para a fé e duvidam da existência do diabo», disse o cardeal Medina na apresentação do manual dos exorcistas. «O maligno está em toda parte: na crença de que o dinheiro traz felicidade e de que a liberdade individual pode sobrepor-se à vontade divina.»
As advertências do prelado foram levadas a sério por uma série de dignitários católicos, Papa inclusive. Assim, não é surpresa que ao manual de 27 páginas sobre a arte de bem exorcizar qualquer «demónio» - que envolve o uso de litros de água-benta, encantamentos e orações sortidas q.b., incensos, imposição de relíquias ou símbolos cristãos-, se tenha seguido uma série de iniciativas destinadas a recuperar para o catolicismo esta prática.
Em Portugal fomos mimoseados com exorcismos em directo para a TVI por parte do padre Humberto Gama e com diversos artigos sobre a prática em jornais de referência. Ainda este ano, foi transmitida, online e em canais católicos, uma série em que figura o exorcista mais famoso da actualidade, o padre Gabriele Amorth, exorcista da diocese do Papa há 21 anos.
Também não é de espantar que as supostas «possessões» demoníacas tenham aumentado um pouco por todo o mundo católico, a tal ponto que há padres que consideram que a água benta, equivalente para o Mafarrico ao alho contra vampiros, deve estar sempre na posse dos católicos precavidos e, em pleno século XXI, há quem veja o mafarrico em coisas tão diversas como os livros do Harry Potter, uma dor de barriga ou insónias.
Para obviar a tal assalto das hostes «demoníacas», têm tido lugar vários encontros de exorcistas católicos e planeiam-se centros de exorcismos para tratar do assanhamento do Demo. De igual forma, o primeiro curso de caçadores de demónios do século XXI, realizado no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, teve tanto sucesso que foi reeditado pouco depois pela instituição, dita universitária, dos Legionários de Cristo e da Regnum Christi, organizações fundadas pelo padre mexicano Marcial Maciel Degollado.
Há cerca de uma semana, o padre Jeremy Davies da diocese de Westminster, certamente muito preocupado com este recrudescimento da «actividade» demoníaca, resolveu informar o público em geral sobre o que propicia a «possessão» demoníaca.
Assim, ficámos a saber que, para além da expectável demonização induzida pelo sexo sem fins reprodutivos - contracepção, aborto, promiscuidade, pornografia e homossexualidade (a pedofilia não está incluída pelas razões óbvias) foram veementemente apontadas como portas para o Demo -, aquilo que o dignitário apelida de humanismo secular ou cientismo ateísta é na realidade «satanismo racional». Assim, toda a investigação científica que não segue os ditames católicos é inspirada pelo Demo, influência infernal quiçá propagada pelo mesmo «factor demoníaco contagioso» que para o padre é uma das causas da homossexualidade.
Todo o discurso anacrónico e aberrante do padre inglês me fez lembrar as prelecções do padre da igreja de Santos-o-Velho que, depois das minhas primeiras perguntas nas aulas de catequese, avisou a minha mãe que todo e qualquer livro, Bíblia e manual de catequese inclusive, era para mim, um elemento do género que todos sabiam ser mais atreito a tentações do Demo, uma porta para o dito cujo. O empenho, diria quasi obsessão, com que se entregava a salvar a minha alma das eternas chamas que o meu infantil deleite com a leitura indicava certas, levou-o a sugerir repetidamente à minha mãe que não me deixasse prosseguir os estudos para além dos que na época eram obrigatórios - infelizmente, na opinião do padre que achava que eu só teria «salvação» se analfabeta. Claro que a minha família, na altura constítuida por devotos católicos, deu às palavras do padre a importância que elas, tais como as destoutro padre, mereciam.
Mas infelizmente há muita gente que, com a sanção dos mais altos dignitários de todas as igrejas cristãs, acredita nestes disparates, que podem ter efeitos muito nefastos. Enquanto as religiões, por questões de marketing, insistirem na existência «real» de diabos e de possessões demoníacas é complicado erradicar as crendices supersticiosas associadas que, essas sim, têm recrudescido de forma alarmante nos últimos anos.
22 comentários:
Cara Palmira,
Compreendo que os factos que referes causem arrepios, mas é conveniente não exagerar a sua importância. O padre inglês disse o que disse, e talvez por esse mundo fora haja outros que dizem coisas ainda mais arrepiantes. Embora sejam padres, falam apenas em nome próprio, e não me parece que se deva dar a tais opiniões uma importância que de facto não têm. Seria fácil encontrar muitos padres que estão totalmente contra o que esse padre inglês disse.
Por outro lado, a chamada 'ordem dos exorcistas', recebida por todos os padres antes da ordenação sacerdotal foi há muito extinta. Em cada diocese há apenas um sacerdote encarregado dos exorcismos. Estes, tanto quanto sei, são extremamente raros. Com os conhecimentos que hoje temos de medicina e de psicologia, há razões para duvidar que haja realmente alguma possessão demoníaca. Nem o facto de ser publicado um novo manual de exorcismos implica que haja realmente alguma possessão, por muito que se acredite nelas.
Cordiais saudações,
Alfredo Dinis
Caro Alfredo:
Não tenho dúvidas nenhumas sobre as pretensas «possessões» demoníacas .
O padre inglês pode falar em nome próprio mas só precisou o que já muitos responsáveis do Vaticano, incluindo este Papa e o anterior- que exorcizou uma mulher em público no Vaticano - disseram e escreveram, sem grande divulgação é certo nos países mais desenvolvidos.
Receio que, infelizmente, no tema possessões demoníacos e exorcismos ele esteja mais de acordo com a linha do Vaticano que tu como cofirmas aliás com o «exorcista» de serviço a todas as dioceses, recentemente aliás exortados pelo Papa a serem mais vigorosos na tarefa,
Por outro lado, basta seguir os links sobre as dimensões do fenómeno no México para se perceber que não exagerei a importância da aberração, quanto muito minimizei-a.
O problema é para mim tipo bola de neve, para não perder clientes para as igrejas evangélicas nos países menos desenvolvidos a ICAR faz coisas, como a publicação do novo manual de exorcismo, que por sua vez dão mais «autoridade» à concorrência. Se a Igreja diz que há mesmo possessões demoníacas e que cada vez mais se nota a mão do Demo na sociedade isso legitima não só os exorcistas católicos como todos os outros.
Não tenha dúvida Palmira. O curso da História é circular e não linerar. Nietzsche teve essa intuição de acreditar no eterno retorno da História, cujo conceito já é muito velho. A Palmira ainda vai sofrer muitos desgostos porque infelizmente não está preparada para o embate. E ainda a procissão vai no adro. As coisas vão agravar-se até à barbárie total. Depois a História voltará a dar outro giro em sentido contrário. Só que nessa altura já cá não estamos para ver. Já morreram muitas civilizações e esta não será excepção. E todas morreram assim. O Alfredo Dinis está optimista porque já percebeu isso e está preparado. Eu ainda estou a optimizar-me e a preparar-me. Ainda tenho esperança de me aproximar do ponto de sabedoria do Alfredo. Palmira, porque não tenta abrir a mente a outros olhares? Sensibilidade sensorial física +Racionalização + Imaginação + Transcendentalização fenomenológica. Não se fique só pela racionalização. A racionalização é muito boa, mas ao mesmo tempo muito estreitinha. O Alfredo Dinis toca muito bem todos esses instrumentos. Temos muito a aprender com ele, lendo todos os seus trabalhos e escutando-o com atenção.
Palmira,
Sou católico e nunca vi um exorcista nem nunca vi um exorcismo. Nunca me preocupei com tais coisas. Parece-me que a Palmira dá importância a coisas que nem a Igreja atribui as que quer dar!
Quanto às coisas da ciência não confunda ética ou moral científica com sentimentos anticiência.
Quanto a crendices, deixe cada um com a sua e não tenha a Palmira crendices pois também não está livre delas. Nenhum de nós vê o mundo do mesmo modo e sempre tive medo dos que pretendem uniformizar como a Palmira está tentando ao melhor jeito inquisitorial.
Quanto a exorcismos, água benta ou alhos, prefiro dizer como Shakespeare que entre o céu e a terra há mais coisas do que a tua vã filosofia possa imaginar, pois como também dizia Sancho Pança, eu não acredito em bruxas mas que las hay las hay.
A vida sem mistério não tem graça nenhuma e eu quando como uma boa refeição feita pela pessoa amada prefiro pensar que muito do sucesso passou pelo amor que lá pôs do que pelo cumprimento restrito da receita.
depois de tanta palermice sobre exorcismos, venho por este meio apelar aos autores deste blog bem como aos respectivos leitores a criação de uma petição para criminalização da pratica de exorcismo em portugal como atentado à saude publica e pratica ilegal de medicina e psicologia.
Obrigado
«riação de uma petição para criminalização da pratica de exorcismo em portugal como atentado à saude publica e pratica ilegal de medicina e psicologia.»
Só quando for contra a vontade do "possuido", caso contrário as pessoas devem ter o direito a terem as atitudes mais estúpidas na sua vida privada.
A diferença entre um exorcismo ou ir ao psiquitra para ser tratado devido um desequilíbrio químico que na prática clínica quase nunca é medido é marginal.
A diferençá é que esses desequilíbrios sempre podem ser medidos mas demónios eu pelo menos não sei como verificar.
Este pessoal é um prato. Infelizmente para estes casos nem exorcismos chegam...
E quase ninguém fala dos muçulmanos. Esses respondem fisicamente e aí já não é tão divertido pois não?
Continua a ser uma diversão ver a reacção dos católicos a tudo o que "belisque" a sua crendice.
Vá lá que o Alfredo Dinis, embora tentando desvalorizar a coisa, lá salva a honra do convento.
Mas acho piada ninguém sequer ter comentado, provavelmente por terem achado normal, as bestialidades regurgitadas pelo padre, que não é um padre qualquer, está no topo da hierarquia católica em Inglaterra.
Já nem falo nas palermices sobre sexo, porque enfim já estamos habituados à obsessão da ICAR com sexo e às enormidades a que essa obsessão doentia conduz.
Mas acho estranho que ninguém comente o «satanismo racional» que o alucinado padre atribui a ateus e à ciência fora do supervisão da ICAR. Só faltou recomendar a fogueira como exorcismo radical... embora não faltem milhares de mortes por ano devido a isso.
Cara Palmira,
Apenas um obrigado pelo interesse dos seus posts,que devoro com avidez!
Ana Luísa
E bolas, não acham que já cansa a manobra dos muçulmanos? Ainda hei-de ver alguma crítica, por mais ligeira, à ICAR que não tenha alguém a dizer que os muçulmanos são piores.
Acho curioso é não perceberem a ironia de chamarem inquisidores aos que se atrevem a chamar os bois pelos nomes e dizer que estas patetadas das "possessões" demoníacas são uma coisa que não faz sentido no século XXI.
Tudo bem que a ICAR esteja a perder freguesia e o medo foi sempre a sua arma de eleição - e a instigação de ódio contra a concorrência, servos de Satanás.
Mas é pelo menos tiros nos dois pés falar em inquisição nesta história, Inquisição que se distinguiu pela forma como torturou e matou os desgraçados suspeitos de possessão ou conluios com o Demo.
Xico: «Sou católico e nunca vi um exorcista nem nunca vi um exorcismo». Pois, mas provavelmente viu "O Exorcista". Se calhar (suposição da minha parte) também nunca viu um Bispo ou um Cardeal em pessoa, mas viu imagens deles a prepararem-se para o Concília, certo?
O que quero dizer? Lá porque nunca viu não quer dizer que não existam.
Acho piada ao tal "exorcista-chefe", que terá já feito 50.000 exorcismos. Dada a idade e assumindo que os começou a fazer aos 20 anos de idade, o homem fê-los a uma média dois por dia. Porra, com esta capacidade de trabalho, bem poderia fazer coisas bem mais produtivas.
«E bolas, não acham que já cansa a manobra dos muçulmanos? Ainda hei-de ver alguma crítica, por mais ligeira, à ICAR que não tenha alguém a dizer que os muçulmanos são piores.»
Visto eu ter sido o único a fazer referência aos muçulmanos acho que posso responder.
Eu não disse que são piores. Só disse que aqui quase só criticam as tretas cristãs e de tretas muçulmanas (e não faltam mesmo na Europa) ficam quase sempre caladinhos. Os alvos da vossa crítica são seleccionados não com base no nível de parvoíce mas essencialmente em quem os pratica.
O argumento dos muçulmanos serve essencialmente para corroborar o facto de quem escreve este tipo de textos e comentários ser cobarde e selectivo no alvo das suas críticas utilizando critérios completamente subjectivos de conveniência pessoal.
Mas claro a rita como boa fanática seguidora da sua heroína palmira na sua cruzada será incapaz de alguma vez sequer atingir o que eu quero dizer.
Não dá jeito. Para si nem exorcismos chegam. :)
"A racionalização é muito boa, mas ao mesmo tempo muito estreitinha":
Que engraçado, F. Dias: a racionalização é como a minha prima Sónia Vanessa.
Mensurável:
"Mas claro a rita como boa fanática seguidora da sua heroína palmira na sua cruzada será incapaz de alguma vez sequer atingir o que eu quero dizer."
Esta parte do comentário leva-me a pensar que o António Parente voltou a quebrar a sua promessa.
Do tudo o que li, as palavras de F. Dias são, a meu ver, as mais perturbantes e que merecem um comentário.
«Sensibilidade sensorial física +Racionalização + Imaginação + Transcendentalização fenomenológica. Não se fique só pela racionalização. A racionalização é muito boa, mas ao mesmo tempo muito estreitinha. »
Durante os sécs. XIX e XX, alguns filósofos pretenderam criticar a razão moderna e os princípios iluministas que pretendiam, como alegava Kant, retirar o ser humano da sua menoridade intelectual e libertá-lo do obscurantismo.
Nietzsche foi um dos que mais criticou a razão moderna e os "sistemas" filosóficos, opondo-se à ciência e à racionalidade. Na esteira do seu perspectivismo, não há uma verdade objectiva, nem fronteiras entre esta e a mentira. Por outro lado, o mesmo autor defende que a religião oprime o pensamento e as "forças" que nos impelem para a sobre-humanidade. Apagando a tradição religiosa judaico-cristã do ideário da cultura ocidental, Nietzsche não faz mais do que ganhar terreno para ressuscitar antigas crendices que não passaram no crivo da racionalidade moderna. Um outro pensar foi surgindo pela mão do romântico e daqui irromperam todos os estandartes e palavras de ordem que vão animando ainda as discussões pós-modernistas.
"Sensibilidade sensorial", o imaginário, a "transcendentalização fenomenológica", etc. etc., não são mais do que formas elegantes e filosoficamente sofisticadas de sobreviver a uma filosofia anti-racional e anti-filosófica. Desta filosofia inane nada poderá seguramente brotar, como dando sentido às acções humanas e à convivência ético-política.
Crer na hegemonia do imaginário face à razão, a meu ver, é uma tentativa de polir os véus do obscurantismo de que o homem tem necessidade de se revestir. Após as crises ateístas dos séculos XIX e a primeira metade do séc. XX, a sociedade ocidental, temendo irracionalmente os valores da modernidade, afundou-se da velha ignorância medieval. Acriticamente foram-se aceitando divisas e princípios filosóficos que carecem de justificação racional, para se justificar um regresso à sensibilidade a-sensível (pois a sensibilidade é já uma construção racional).
Com tudo isto, acredita-se na crença de que a figura "homo rationalis" perdeu o seu significado, a bem dos valores multiculturais e pluri-confessionais. Este mito alimenta-se do seu próprio veneno, é que uma crítica à razão moderna só se poderá fazer mediante a razão, tal como a salvaguarda do imaginário, da "sensibilidade sensorial", ou seja, a crua e cruel fé só se poderá ver justificada mediante a racionalidade. A lógica paradoxal e os argumentos "non sequitur" ilustram as teses mais elegantes dos pensadores nacionais. E enquanto isso acontece, a mentalidade salazarenta e anti-científica produz bestas políticas e falsas autoridades intelectuais.
Lamento, ao ler estes comentários, que a "intelligentia" nacional se prostre nas sacristias a bajular pseudo-sacerdotes de nenhures e comece a brandir por mais uma auto de fé.
A caça às bruxas portuga será a perseguição à ciência, mas a importação cara dos resultados científicos do norte da europa ou dos EUA, tudo porque a racionalidade é uma mera aparência da sensibilidade sensorial.
Olá Luísa:
Obrigado pela apreciação :)
Rita,
Sou católico e não vim nem venho aqui comparar a bondade das minhas crenças com a sua ou com a dos muçulmanos.
O que digo é que tenho direito às minhas crendices, tal como a Rita tem direito às suas ou à falta delas, sem que tenha de ser insultado com a ignorância de alguns argumentos, que são tão pouco sérios como foram os argumentos do citado padre que não me apeteceu ler, mas faço fé no que aqui foi dito.
Felizmente a Igreja, apesar de ter uma só cabeça e talvez por causa disso, é bastante plural e possui dentro de si muitas tendências e modos de ver diferentes.
Também não será irrelevante, para pessoas minimamente cultas, perceber que certo tipo de linguagem se referem a críticas que à ética dizem respeito sobre a ciência. Seria uma discussão interessante e esclarecedora (estou a lembrar-me de certas experiências científicas...!)
Não vem ao caso mas seria interessante para si ver em que é que a inquisição se distinguiu (como diz) na forma de tortura e matança, apesar de ser intolerável para um católico, não o sendo contudo para os conceitos sociológicos do tempo em que aconteceu.
Gabo-lhe o espírito científico com que analisa a reacção dos católicos quando são beliscados.
Talvez fosse interessante olhar para a reacção dos não crentes e cientistas, quando são beliscados e que tão bem exposta foi aqui!
Quanto à bruxaria e às magias, lembro que elas fizeram parte de muito do currículo de homens que deram grandes contributos à ciência, como Paracelso!
A magia e a bruxaria tentam explicar o que não é explicável. Não me parece correcto afirmar que não existe o que não se pode provar.
Quanto á homossexualidade lembro-lhe a opinião de um português célebre e que não morria de amores pela igreja católica, Álvaro Cunhal, que o”sexo homossexual era uma coisa muito triste”. Como vê, julgo que não faria sentido discutir as teses marxistas apegando-me a opiniões deste calibre.
Se há padres que falando contra a falta de ética de certos grupos científicos se referem ao demónio e a práticas demoníacas, isto não significa que se sejam contra a ciência. Lembrando certas experiências científicas nazis, a mim, que não dou grande crédito ao diabo, não me custa adjectivá-las de demoníacas.
JSA
Não, nunca vi o exorcista.
Mas já vi e conversei com bispos e cardeais, porque isso até é relevante para a minha prática religiosa como católico apesar de leigo e com pouquíssima frequência dominical.
Até já vi um Papa, veja lá. E só há um de cada vez...e nunca fui a Roma e nem sequer me desloquei especialmente para o ver.
É claro que acredito na existência de exorcistas mas precisamente porque são irrelevantes no quotidiano de qualquer católico é que afirmei que nunca vi nenhum.
Xico:
É católico, não vai muitas vezes à missa, mas conversa com bispos e cardeais e depois?
O texto da Palmira é muito claro a ICAR tem perdido terreno em relação aos evangelistas no segmento de negócio dos exorcismos, logicamente o grupo lança uma campanha de promoção no sentido de recuperar a sua posição no mercado. O Xico como economista não entende isso?
António,
a minha resposta e alusão a bispos e cardeais era para o JSA, mas você é um ponto!
Primeiro a sua alusão a uma alegada campanha é de gargalhar e depois atribuir-me uma das mais detestáveis profissões que poderia ter fez o meu dia.
Obrigado por este momento de humor...
Xico, se os viu e conversou com eles, tanto melhor para si (creio). Eu sou ateu mas também já falei duas vezes com bispos, mas mais por acaso que outra coisa.
Sinceramente não vejo isto dos exorcismos como uma campanha de marketing como o António diz, mas vejo-o claramente como uma tomada de posição ideológica, típica em Bento XVI, que retoma ideias mais antigas (para não lhes chamar retrógradas).
Pessoalmente nada tenho contra isso. Quanto mais Bento XVI for na direcção oposta à de João Paulo II melhor seria. Menos influência teria porque menos fiéis a ICAR possuirá. O único problema que vejo é que esse decréscimo de católicos pode ser acompanhado com um acréscimo de pentecostalistas, os quais são verdadeiros fanáticos.
Agora, claro que concordo que não existem exorcistas, tal como não existem bruxas. Apenas existe gente que se identifica como tal. Um pouco à semelhança dos doutores portugueses. Intitulam-se como tal, mas nada têm que os faça.
Infelizmente tenho motivos para não acreditar em padres, conheço um.não quero citar o nome, é muito querido pelos fieis e se refere ao diabo como: o maligno. Faz uma missa de cura para lá de barulhenta, posso estar errada, apesar dele levar multidões a igreja dele, acho horrivel algumas coisas. Uma delas é que ele tentou acompanhar o caso de uma garota, supostamente com o tal maligno, ia até a casa orar e mandava grupos de oração, qundo viu que seria um caso de psiquiatria cai fora e sem orientar a familia.
Um dia eu me encontrava na igreja e durante a tal missa de cura, cheguei perto de minha filha bem na hora que o pe dizia : quem não fez o repouso no espirito( pessoas caem e ficam um tempo como estivesse dormindo),quem não chorou, pode tossir e minha filha começou a tossir, eu a proibi de ir a tal missa, pode ir a qualquer outra. Sexualidade dos adolescentes, da forma que este padre fala a impressão que dá, tambem é do demo.Resumindo: temos que correr de padres assim e saber orientar nossos filhos.
Quero corrigir o comentario anterior em dois pontos: me referi a padres exorcistas. Tenho o maior respeito por padres de verdade, fui catequista da igeja catolica em Paulistas MGe lá conheci e convivi com dois anjos: pe João Gabriel Mota de Diamantina E pe José Duque de Divinopolis, aprendi muito com os dois!
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