quarta-feira, 6 de agosto de 2008

UM GALILEO PORTUGUÊS


Galileo, o principal papel no teatro musical “We will rock you, baseado em músicas dos "Queen", que está há sete anos no Dominion Theatre em Tottenham Court Road, Londres, é actualmente desempenhado por um português, o cantor e actor Ricardo Afonso. A acção passa-se no ano de 2057 quando o mundo está dominado por uma ditadura que proibiu a música rock e até os instrumentos musicais, e Galileo é o salvador, que era esperado por uma trupe dos chamados “boémios”. No fim, canta com alegria esfusiante, a “Rapsódia Boémia” com música e letra do falecido Freddie Mercury, onde surgem a certa altura os versos:

“I see a little silhouetto of a man,
Scaramouche, scaramouche will you do the fandango-
Thunderbolt and lightning-very very frightening me-
Galileo, galileo,
Galileo galileo
Galileo figaro-magnifico”.

Recomendo o "show" a quem passar por Londres e a actuação de Ricardo Afonso é um dos motivos desta minha recomendação. Ricardo Afonso, que quase faz esquecer Mercury, nasceu em Luanda e trabalhou no Teatro Aberto em Lisboa e em espectáculos em cruzeiros antes de se fixar em Londres para viver o actual êxito. O seu desempenho tem sido muito louvado pela exigente crítica londrina. Não é o primeiro nem será o último artista português que emigrou para alcançar êxito lá fora...

A propósito de Galileo, recordo que o guitarrista Brian May dos "Queen" é doutorado em astrofísica, tendo recentemente a sua tese sobre luz zodiacal sido publicada em livro pela Springer (também recentemente foi nomeado chanceler da Universidade John Moore em Liverpool). O seu interesse pela ciência está bem patente no seu sítio na Internet, que até mostra imagens do recente eclipse solar. É desse mesmo sítio que retirei a foto reproduzida em cima de Ricardo Afonso, que está a fazer reviver várias famosas músicas de May, Mercury e dos outros “Queen”.

4 comentários:

Ângelo Ferreira disse...

Bom dia.
Ao ler esta mensagem julguei estar num sonho ou numa espécie de transcendência, tal é a beleza dos acontecimentos e a improbabilidade de serem reais: um músico que sempre conhecemos como guitarrista dos Queen ser doutorado em astrofísica e chanceler de uma Universidade? Um português que canta em cruzeiros, bares e acaba com esse sucesso em londres? A vida é mesmo bela, permitindo esta riqueza e diversidade de caminhos, tão fascinantes quanto improváveis. Admito que a improbabilidade estará mais na nossa mentalidade, ou na minha - não quero acusar os outros disso.
Mas é também isso que torna tudo tão fascinante. E é bom admirar a natureza, o ser humano, os outros. São uma fonte de inspiração.
Parabéns pela entrada e pelo blog, que é excelente!
Ângelo Ferreira

Paisano disse...

Em cada dia que passa demonstra-se à saciedade que o problema básico não está nas pessoas mas na sociedade que o cantinho Portugal contêm.

O que é real é que ....
quando em Portugal, as ideias, o trabalho, o esforço de um Português nada valem ou não são de aproveitar.
quando fora de Portugal, as ideias, o trabalho, o esforço de um Português têm valor e são aceites ou aproveitados.

Como não acredito que o problema seja de ordem geográfica, climática ou similar, o que resta é de ordem sociológica.

Será que conseguimos mudar ????

Teste Sniqper disse...

Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...

Unknown disse...

Seria fantástico os Queen convidarem o Ricardo para uma Tourné. Penso que os Queen Renasceriam =)

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