Informação recebida da Gradiva:
" … as ideias, tal como as cores e as palavras, tem de juntar-se num todo harmonioso. A beleza é o primeiro teste: não há lugar perene no mundo para a matemática feia.”
HARDY, J. H., Apologia de um Matemático, Gradiva, Lisboa, 2007. Prefácio de C.P. Snow.
No próximo dia 22 de Setembro pelas 17 horas, irá decorrer na FNAC do GaiaShopping uma sessão de apresentação do livro Apologia de um Matemático, de G. H. Hardy. Trata-se da obra final do grande matemático britânico, publicada pela primeira vez em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Matemática e pela Gradiva. O livro será apresentado pelo comentarista João Pereira Coutinho e pelo matemático José Carlos Santos. No dia 28 de Setembro, pelas 19 horas, decorrerá uma apresentação do mesmo livro em Lisboa, na Livraria Almedina, no Atrium Saldanha. Além de João Pereira Coutinho, estará presente o matemático Jorge Nuno Silva, num debate moderado por Nuno Crato.
Considerado um autêntico livro de culto pelos amantes da Matemática, Apologia de um Matemático, foi escrito por Hardy em 1940, numa idade já avançada. Numa linguagem simples e acessível, a obra faz uma descrição envolvente da vida de um matemático e do prazer que a disciplina pode proporcionar.
Aquando da sua publicação, a obra foi considerada por Graham Greene como “a melhor descrição do que é ser-se um artista criativo”. Esta Apologia é um texto belíssimo sobre a estética que reside por detrás da boa matemática, que o autor faz depender da existência de ideias relevantes e organizadas de modo harmonioso. Ao longo de cerca de 100 páginas literariamente exemplares, Hardy defende que nenhum ser humano culto pode ser totalmente insensível à beleza da matemática e que, ao contrário do que se pensa, há muitas pessoas realmente nela interessadas, o que pode verificar-se através da apetência generalizada por jogos como o xadrez, o bridge e ainda os quebra-cabeças, todos eles dotados de uma profunda beleza matemática.
O prefácio de C. P. Snow que acompanha a edição portuguesa revela com conhecimento e tacto aspectos menos conhecidos da vida de Hardy, narrando vários episódios insólitos da sua vida académica. Na parte final do livro, o próprio autor apresenta uma breve autobiografia, em que procura descrever a origem do seu interesse pela Matemática.
O AUTOR
Godfrey Harold Hardy (7 de Fevereiro de 1877 - 1 de Dezembro de 1947) foi um proeminente matemático inglês, conhecido principalmente pela investigação no domínio da teoria dos números e da análise matemática.
Filho de professores, Hardy fez o seu percurso escolar com grande sucesso, sem contudo revelar uma grande paixão pela Matemática.
Em 1989, ganha uma bolsa de estudo para o Winchester College que, como todas as escolas públicas, era um local duro para um rapaz frágil e tímido como Hardy. Apesar da sua paixão por jogos, como o cricket, o ténis e o basebol, nunca foi convocado para fazer parte de nenhuma das equipas escolares. Isso leva-o a sentir necessidade de ser melhor do que os outros rapazes em alguma coisa. A matemática pareceu-lhe a maneira mais decisiva de o conseguir.
É-lhe oferecida outra bolsa desta feita para o Trinity College, em Cambridge, que começa a frequentar em 1896. O seu interesse pela Matemática é então desencadeado por A. E. H. Love.
Nos dez anos que se seguem, escreve sobre a convergência de séries e integrais e tópicos associados. Embora este trabalho tenha alimentado a sua reputação enquanto analista, o maior contributo que deu à Matemática, neste período inicial, foi o livro A Course of Pure Mathematics, publicado em 1908.
Mas a grande oportunidade de Hardy surge, em 1911, quando inicia uma longa colaboração com J. E. Littlewood, cuja brilhante capacidade técnica em Matemática reconheceu de imediato. Dois anos depois recebe a primeira carta do jovem matemático indiano Ramanujan. Hardy reconhece instantaneamente a sua genialidade a partir de um manuscrito que este lhe envia. Posteriormente, consegue trazer Ramanujan para Cambridge, iniciando então uma profícua actividade conjunta.
Em 1919, durante a primeira Guerra Mundial, Hardy é nomeado professor de geometria em Oxford. Durante este período produz a sua melhor matemática, em colaboração com Littlewood. Apesar de ter sido infeliz em Cambridge, Hardy regressa em 1931.
Os interesses de Hardy abrangiam diversas áreas de matemática pura. Muitas vezes considerado “o mais puro dos matemáticos puros”, Hardy não esperava que a sua Matemática pudesse algum dia ser aplicada. Contudo, em 1908, na parte inicial da sua carreira, apresenta uma fórmula que viria a permitir descrever o modo como as proporções de características genéticas dominantes e recessivas se propagavam numa grande população. Embora Hardy a tenha considerado sem importância, mais tarde essa fórmula teria grande relevância no estudo da distribuição dos grupos sanguíneos.
Hardy era ainda conhecido pelas suas excentricidades. Muito reservado não suportava, por exemplo, que lhe tirassem fotografias (dele apenas se conhecem cinco fotografias instantâneas) e detestava de tal modo espelhos que a primeira coisa que fazia ao entrar num quarto de hotel era cobri-los com uma toalha.
Ao longo da sua carreira G.H. Hardy recebeu diversos prémios - Fellow da Royal Society em 1910, Royal Medal of the Society em 1940, Copley Medal of the Royal Society em 1947. Foi Presidente da Sociedade Londrina de Matemática de 1926 a 1928 e, novamente, de 1939 a 1941. Recebeu ainda a De Morgan Medal of the Society em 1929.
Faleceu a 1 de Dezembro de 1947, em Cambridge.
A COLECÇÃO TEMAS DE MATEMÁTICA
A colecção Temas de Matemática resulta de uma iniciativa da Gradiva e da Sociedade Portuguesa da Matemática e tem como objectivo a divulgação de temas de matemática, ou de textos sobre a história e o ensino desta disciplina visando contribuir para a cultura da Matemática de estudantes, profissionais, jovens professores e público não especializado.
TÍTULOS JÁ PUBLICADOS
O Desastre no Ensino da Matemática - Como Recuperar o Tempo Perdido
Nuno Crato
Contar e Fazer Contas
Vários
Matemática e Ensino
Elon Lages Lima
________________________________________
Para mais informações contactar:
Helena Rafael
Gradiva Publicações, Lda.
Rua Almeida e Sousa, nº 21 – r/c esq.
1399-041 Lisboa – PORTUGAL
(+351) 213 97 40 67 / 963 81 48 96
hrafael@gradiva.mail.pt
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
CARTA A UM JOVEM DECENTE
Face ao que diz ser a «normalização da indecência», a jornalista Mafalda Anjos publicou um livro com o título: Carta a um jovem decente . N...
-
Perguntaram-me da revista Visão Júnior: "Porque é que o lume é azul? Gostava mesmo de saber porque, quando a minha mãe está a cozinh...
-
Usa-se muitas vezes a expressão «argumento de autoridade» como sinónimo de «mau argumento de autoridade». Todavia, nem todos os argumentos d...
-
Cap. 43 do livro "Bibliotecas. Uma maratona de pessoas e livros", de Abílio Guimarães, publicado pela Entrefolhos , que vou apr...
1 comentário:
Viva, sou João Martins e venho pedir informações sobre um livro de J.H.Hardy editado em português pela Gradiva, não sei o titulo do livro por estanho que pareça, mas trata-se pelos vistos de uma história apaixonante que retrata a grandeza da matemática, como não conheço os títulos do editados em português deste autor, nem sei se são muitos agradecia se me pudesse ajudar a encontrar o livro e adquiri-lo, agradeço atenciosamente vossa informação remetida para jmvrsa@gmail.com tlf.966670112 João Martins Obrigado
Enviar um comentário