terça-feira, 24 de janeiro de 2023

DE VOLTA DA GUERRA

De volta da guerra, o mundo mudou: 
mudou o mundo e também o guerreiro,
a luz é outra, o sonho tombou
e o futuro vestiu-se de coveiro.

O fim da guerra não é recomeço:
a guerra acaba, mas não acaba
dentro de nós: ficamos do avesso
e, à volta de nós, tudo desaba!

A guerra faz mais mal do que o que faz, 
destrói mais do que aquilo que destrói: 
depois dela, há tudo menos paz 

e fica sinistra a palavra herói. 
Nenhuma guerra tem nunca um fim
se se copiou o crime de Caim! 

Eugénio Lisboa

6 comentários:

Ildefonso Dias disse...

Querem agora convencer-nos que são necessárias Armas e mais Armas para conseguir a Paz.

Carlos Ricardo Soares disse...

Todo o discurso belicista, todo o discurso acerca das guerras e dos heróis está por demais dominado por eufemismos insuportavelmente branqueadores da violência extrema perpetrada por monstros assassinos e demolidores que não deixam outra saída que não seja enfrentá-los até onde for necessário, com todos os meios que forem necessários para os vencer, porque não é de paz que se está a falar, é de ignomínia sem qualificação e sem perdão, crimes reiterados a uma escala inimaginável, com uma frieza e uma desfaçatez de tal ordem que a paz deixa de fazer sentido e não passa de mais um eufemismo dilacerante, porque, enquanto formos vivos, depois desta violência que estão a perpetrar contra nós, nunca mais teremos paz, e eles sabem disso. A guerra é tão horrenda e imperdoável que faz a paz perder sentido e a morte dar sentido à vida, enquanto houver criminosos para levar à justiça, esse triunfo, que é necessário, e do qual eles jamais se vangloriarão. O ideal seria consegui-lo sem armas, que eles se submetessem voluntariamente à justiça e assumissem as responsabilidades, patrimoniais, morais, históricas, humanas...Mas o mais provável é que a humanidade vá passar as próximas décadas a trabalhar para capturar os que ainda forem vivos, quiçá sem remorsos e disfarçados de benfeitores, na esperança, talvez vã, de obrigar alguém a ressarcir o que for possível, porque, quanto ao irremediável, o diabo ficará a rir às gargalhadas, para a eternidade.

Anónimo disse...

... não deixam outra saída que não seja enfrentá-los até onde for necessário, com todos os meios que forem necessários... Já vai a caminho senhor, ou é só folclore, e palermices, e os seus também vão levantara bunda do sofá?

Anónimo disse...

...a paz deixa de fazer sentido e não passa de mais um eufemismo dilacerante... Se lá estivessem os filhos deste Valentão a conversa seria outra.

Anónimo disse...

MAJOR-GENERAL RAUL CUNHA: "QUEM BRINCOU À ROLETA RUSSA COM PUTIN É UM DOS GRANDES CULPADOS. É NÃO CONHECER O ANIMAL"

A ex-chanceler da Alemanha Angela Merkel disse que os Acordos de Minsk não eram sérios, que foram assinados só para dar tempo à Ucrânia de se preparar para um potencial desenlace militar.

François Hollande:  Sim, Angela Merkel está certa neste ponto.

A poesia que o Sr. Eugénio Lisboa tem andado a fazer vai directamente para o caixote do lixo da História.... constitui uma traição ao povo português.

Anónimo disse...

Esta última intervenção é um perfeito manual de como delirar. Tive o cuidado de não "situar" a guerra a que alude o meu soneto: o que nele se diz aplica-se a qualquer soldado que "regressa" de qualquer guerra. Se quiserem pensar na guerra na Ucrânia, o soneto faz sentido tanto para o soldado ucraniano como para o soldado russo. Mas há pessoas incapazes de lerem um texto, se não se pendurarem numa ideologia qualquer. Este "anónimo" que não tem a coragem de se identificar, ele, sim, é um traidor ao bom senso universal e não apenas ao dos portugueses. Os grandes livros contra as guerras (Remarque, Barbusse; Vercel, Dorgelès) não foram contra os alemães nem contra os aliados da primeira guerra mundial, foram contra a guerra, por quererem acabar com elas. . Os traidores à humanidade é que acham que há guerras boas e guerras más. Faça-lhes bom proveito.
Eugénio lisboa

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