“A velhice denuncia o fracasso da nossa civilização” (Simone Beauvoir).
Acabo de ver na televisão dados estatísticos de corona vírus a nível mundial com números mais ou menos estabilizados e em Portugal com esse número em crescendo altamente preocupante.
Passou na televisão um casamento com cerca de 200 convidados interrompido no
Algarve, por uma força da GNR, com
convidados vindos do Reino Unido que viajaram de avião, entrando em Portugal com o facilitismo de “cão em vinha
vindimada”
Ou seja, estamos num país escoador de outros países em que o desenrascanço nacional encontra trono no "laissez faire laissez passer" e cabeça coroada no anexim: “Depois de casa roubada trancas na porta”. Entretanto, é um corrupio de reuniões de políticos atarantados na tentativa de sacudir a água do capote que deveria ter sido prevenida com o resguardo de guarda-chuvas em tempo seco.
Agora, são reuniões e mais reuniões de
políticos em que muitos falam sem nada dizer de válido para
solucionar, ou, pelo menos minorar, uma situação altamente gravosa. Isto é, apenas, para ouvirem o eco das suas palavras reflectido num muro de
choradinho e lamentações de carpideiras da praia da Nazaré.
Já
chega de chorar lágrimas de crocodilo depois das suas mandíbulas ferozes terem
devorado número elevado de pessoas, por vezes, falseado em dados estatísticos em que, segundo Leite Pinto, antigo ministro de Salazar, “há
duas maneiras de mentir: uma não dizer a verdade, outra fazer estatística.
Estou pronto a dar a mão palmatória, ainda que
só por algum erro involuntário cometido nesta minha análise, porque, com respaldo em Alexandre Herculano, “eu não
me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as opiniões, porque não me
envergonho de raciocinar e aprender”. Que me atire a primeira pedra quem nunca errou num tempo herdeiro da Roma
Antiga em que errar era tido como
condição humana!
Mas já nada me devia espantar, mas espanta!, num país em que ocupa o trono do desleixo e a coroa da desfaçatez o anexim: “Depois de casa roubada, trancas na porta”! No início desta pandemia, rapidamente assumindo proporções de pandemónio, situações favorecedoras do corona vírus surgiram em catadupa ceifando vidas sem conta , tendo paralelo em Joseph Satalin que, para além de genocídios a seu mando executados, entrou na galeria da fraseologia que ficou na história por ausência pudor: “A morte de um homem é uma tragédia, de milhões uma estatística”!.
Neste rectângulo de país, com a costa ocidental banhada pelo Atlântico, vários factores
contribuíram para o número insidioso de
vítimas pelo corona vírus, de entre eles, a idade avançada dos utentes de lares
de idosos, a leviandade de garotelhos
inconscientes em festas de formatura ou de aniversário e, essencialmente, ajuntamento
de multidões em corridas de automóveis fórmula 1, manifestações sindicais ou de desagrado
social de “motu proprio” e,
essencialmente, a última “Festa do Avante”, com a promiscuidade de três dias de
acampamento na Quinta da Atalaia.
Qual cereja em cima do bolo, insiste teimosamente, correndo risco de tiro no próprio pé, o Partido Comunista Português, , em época de elevadíssimo perigo de contágio, em realizar o seu Congresso anual nos últimos dias deste mês como se fosse um Estado dentro do próprio Estado obedecendo a leis próprias por si estabelecidas e decretadas por ignorância à beira de um vulcão com do tamanho do mundo em perigo de vomitar fogo que pode pôr em risco a sobrevivência do planeta terra. Um planeta que em previsão catastrófica de Henry Poincaré que, em inícios do século passado, profetizou: “ O Homem perdeu a capacidade de prever e prevenir; acabará por destruir o mundo”! Todas as civilizações têm principio, meio e fim. A esse destino não escapou a Civilização Romana perante as invasões dos bárbaros, porta aberta para a escuridão da Idade Média.
Não
será a lassidão de costumes educacionais,
morais e éticos o prenúncio de um fim de uma Europa Unificada, mas cada vez
mais fraccionada em blocos? Ou seja, a Europa que hoje conhecemos e em que vivemos
não será o estertor da Cultura Ocidental, embora seja dito que a História se
não repete, não mudará ela de roupagens democráticas para vestimentas
ditatoriais, em revoluções e golpes de estado? Não sei!
Aliás, nesta minha ignorância estou em boa companhia com Mark Twain que ponderou: “ A profecia é algo muito difícil, especialmente em relação futuro”!
1 comentário:
Acabo de publicar um novo post neste blogue -"Corona Vírus, o Partido Socialista e Trump"- que assenta no apoio por mim recebido, ainda que indirectamente, por ser difícil aos criticados por mim darem o braço a torcer, por instâncias parlamentares
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