quinta-feira, 19 de novembro de 2020

"ERRARE HUMANUM EST", PERSISTIR NO ERRO É ESTUPIDEZ OU MESMO MALVADEZ!

 

A velhice denuncia o fracasso da nossa civilização” (Simone Beauvoir).

Acabo de ver na televisão dados estatísticos de corona vírus a nível mundial com números mais ou menos estabilizados e em Portugal com esse número em crescendo altamente preocupante.

Passou na televisão um casamento com cerca de 200 convidados interrompido no Algarve, por uma força da GNR, com convidados vindos do Reino Unido que viajaram de avião, entrando em Portugal com o facilitismo de “cão em vinha vindimada”

Ou seja, estamos num país escoador de outros países em que o desenrascanço nacional encontra trono no "laissez faire laissez passer" e cabeça coroada no anexim: “Depois de casa roubada trancas na porta”. Entretanto, é um corrupio de reuniões de políticos atarantados na tentativa de sacudir a água do capote que deveria ter sido prevenida com o resguardo de guarda-chuvas em tempo seco.

Agora, são reuniões e mais reuniões de políticos em que muitos falam sem nada dizer de válido para solucionar, ou, pelo menos minorar, uma situação altamente gravosa. Isto é, apenas, para ouvirem o eco das suas palavras reflectido num muro de choradinho e lamentações de carpideiras  da praia da Nazaré.

Já chega de chorar lágrimas de crocodilo depois das suas mandíbulas ferozes terem devorado número elevado de pessoas, por vezes, falseado em dados estatísticos em que, segundo Leite Pinto, antigo ministro de Salazar, “há duas maneiras de mentir: uma não dizer a verdade, outra fazer estatística.

Estou pronto a dar a mão palmatória, ainda que só por algum erro involuntário cometido nesta minha análise, porque, com respaldo em Alexandre Herculano, “eu não me envergonho de corrigir os meus erros e mudar as opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender”. Que me atire a primeira pedra  quem nunca errou num tempo herdeiro da Roma Antiga em que errar era tido como condição humana!

Mas já nada me devia espantar, mas espanta!,  num país em  que ocupa o trono do desleixo e a coroa da desfaçatez o anexim: “Depois de casa roubada, trancas na porta”! No início desta pandemia, rapidamente assumindo proporções de pandemónio, situações favorecedoras do corona vírus surgiram em catadupa ceifando vidas sem conta , tendo  paralelo em Joseph Satalin que, para além  de genocídios a seu mando executados,  entrou na galeria da fraseologia que ficou na história por ausência pudor: “A morte de um homem é uma tragédia, de milhões  uma estatística”!.

Neste rectângulo de país, com a costa ocidental  banhada pelo Atlântico, vários factores contribuíram  para o número insidioso de vítimas pelo corona vírus, de entre eles, a idade avançada dos utentes de lares de idosos,  a leviandade de garotelhos inconscientes em festas de formatura ou de aniversário e, essencialmente, ajuntamento de multidões em corridas de automóveis fórmula 1, manifestações sindicais ou de desagrado social de “motu proprio” e, essencialmente, a última “Festa do Avante”, com a promiscuidade de três dias de acampamento  na Quinta da Atalaia.

Qual cereja em cima do bolo, insiste teimosamente, correndo risco de tiro no próprio pé, o Partido Comunista Português, , em época de elevadíssimo  perigo de contágio, em realizar o seu Congresso anual nos últimos dias deste mês como se fosse um Estado dentro do próprio  Estado obedecendo   a leis próprias por si estabelecidas e decretadas por ignorância à beira de um vulcão com do tamanho do mundo  em perigo de vomitar fogo que pode pôr em risco a sobrevivência do planeta terra. Um planeta que em previsão catastrófica de Henry Poincaré que, em inícios do século passado, profetizou: “ O Homem perdeu a capacidade de prever e prevenir; acabará por destruir o mundo”! Todas as civilizações têm principio, meio e fim. A esse destino não escapou a Civilização Romana  perante as  invasões  dos bárbaros, porta aberta para a escuridão da Idade Média.

Não será a  lassidão de costumes educacionais, morais e éticos  o prenúncio de um  fim de uma Europa Unificada, mas cada vez mais fraccionada em blocos? Ou seja, a Europa que hoje conhecemos e em que vivemos não será o estertor da Cultura Ocidental, embora seja dito que a História se não repete, não mudará ela de roupagens democráticas para vestimentas ditatoriais, em revoluções e golpes de estado? Não sei!

Aliás, nesta minha ignorância  estou em boa companhia com Mark Twain que ponderou: “ A profecia é algo muito difícil, especialmente em relação futuro”! 

1 comentário:

Rui Baptista disse...

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