terça-feira, 27 de maio de 2014

Quem ganhou as Europeias foram a abstenção, nulos e brancos



Texto recebido do nosso leitor A. Küttner de Magalhães:

 
Por muitas voltas que todos possam querer dar aos resultados destas eleições para o Parlamento Europeu, convenhamos que quem ganhou foi a abstenção, os brancos e os nulos. Tudo o resto é fazer de conta.

A abstenção por haver quem não achou que deveria ir votar, por não ter qualquer vantagem em lá ir. E os nulos e os brancos por haver quem fez o esforço de ir votar, por ser um dever democrático, mas, não tendo escolha, ou votaram em branco ou riscaram o voto.

Tudo o resto será vontade de negação de quem não quer assumir abertamente que perdeu. Todos, sem excepções, perderam. E até a  surpresa, para todos ou pelo menos para muitos, que foi  um candidato a estas europeias ter obtido muito mais votos do que se julgava, aconteceu devido à descrença em todos os outros e ao excessivo populismo da pessoa em questão.

Assim, foram mais umas eleições que só nos vieram mostrar que os políticos portugueses, sem excepções, estão no caminho errado. Nenhum defendeu a sério o país e a sua população, todos tentaram  defenderem-se a si próprios e obterem lugares individuais na Europa. Tudo o resto é justificar o injustificável. Ou falar muito sem  ter muito para dizer.

Todas as ilacções que sejam tiradas de que houve censura ao governo, ou aos partidos do “arco da governação”,   não serão mais do que manobras de diversão. Até a inexistência no nosso país de um partido de extrema-direita fez aumentar a votação no único partido,  que há muito tempo defende o nacionalismo e preconiza a saída imediata do Euro.

O povo mostrou claramente o seu desânimo, revelou o seu descrédito em todos os políticos. Se assim não fosse, a abstenção, os nulos e os brancos não seriam sido os grandes venderores da noite.

Claro que nenhum dos políticos que foi a eleições para estas auropeias aceitará esta conclusão. Nem o Presidente da República, no final do seu mandato, a irá aceitar. Se for para escrever comentários no seu Facebook ou para nos falar quando for ao estrangeiro, mais valerá estar quieto e calado, deixando o seu tempo acabar.

Se nenhum político de carreira aprender a lição destas eleições será desastroso. Se nenhum arrepiar percurso passando a fazer diferente será dramático.

É chegado o momento de nós, cidadãos, não candidatos a qualquer cargo político, mas desejosos de ter um país onde possamos viver, exigir que aqueles que se apresentaram nas eleições no dia 25 de Maio de 2014 nos digam o que pensam fazer num futuro próximo. Se for mais do mesmo, não se admirem se, numas próximas eleições, a percentagem de abstenção, nulos e brancos chegar quase aos 100%.

A. Küttner de Magalhães

13 comentários:

Anónimo disse...

Repetição da repetição da repetição. Nem miragem de qualquer pensamento, nem imaginação.

A abstenção em eleições para o parlamento europeu está, em portugal, na casa dos 60% desde 1994 (vinte anos!).

Os votos nulos e brancos pouco têm evoluído, igualmente.

Portanto, esses grandes sinais que devem servir de lições para os políticos de carreira e alertar a cidadania existem há vinte anos e pouco têm evoluído...como há vinte anos - com pouca evolução - sempre aparece alguém a repetir que a abstenção ganhou e que vem aí uma catástrofe e blá, blá....

O problema é outro e perder tempo com repetição da mesma conversa de sempre só serve com quem quer acabar com a abstenção...à força.

jmdamas disse...

Acho interessante o nível de abstenção em Itália: 40%. Acho interessante porque não é um país com voto obrigatório e é um país "do Sul da Europa", de matriz católica, e com alguma história (pelo menos) recente de corrupção/má-gestão. Todos os ingredientes para se assemelhar a nós, mas no entanto um fosso de 25% na percentagem de participação (e ainda se pode juntar a diferença do tamanho da população à equação).

A. Küttner de Magalhães disse...

E então????????????????????????????????

Cisfranco disse...

A percentagem de abstenção + nulos + brancos pode aumentar cada vez mais que isso não tem influência nenhuma na eleição de sempre os mesmos que se vão revezando. Só quando essa percentagem fizer mudar o sistema,se é que isso se vai conseguir algum dia. Se as cadeiras correspondentes a esses votos ficassem vazias já era uma boa mudança...

fernando caria disse...

A indignação com a má gestão da Coisa Pública tem de ser evidenciada de alguma forma... ou de todas as formas possíveis!
Por isso, não considero o "post", sem imaginação ou novidade. Aliás, porque é que se deve escrever (ou opinar) sempre "coisas novas?" Estou obviamente a referir-me ao presente contexto de mau trabalho dos políticos, mesmo ao nível mundial. Porque não vejo muitos exemplos de quem é melhor gerido que nós...
Contudo, não tenho visto ventilado, comentado ou interrogado, a única pergunta que me parece mesmo crítica, considerando estes valores de abstenção:
- se a abstenção (em eleições legislativas nacionais p.e.) for superior a 66,00001, qual a legitimidade do governo daí resultante?
Estamos aqui a lucubrar sobre um governo nascido de uma minoria absoluta de votos. Ou seja um governo eleito de acordo com as regras democráticas, mas na prática seria a expressão da minoria a impôr a sua vontade de governo a uma maioria absoluta!
Ora isto, na minha, opinião trata-se de uma ditadura.

...estranho! Nas ditaduras, não há eleições!!!

A. Küttner de Magalhães disse...

Uma observaçao interessante.
A termos todos que pensar..........

A. Küttner de Magalhães disse...

Sem dúvida, mas talvez fosse possivel mudarmos tudo por dentro, e não só por consequência!

A. Küttner de Magalhães disse...

Haverá difrerenças.

Dado que em diatadura , só mudando o sistema, todo..

Em democracia mudando todas as pessoas e a forma de as elegermos, está feito.

fernando caria disse...

E como se mudam as pessoas?
E qual a forma de eleição?

A. Küttner de Magalhães disse...

Mudando, dizendo verdades, e não......nunca....... , tomando-nos por imbecis!!!!

Anónimo disse...

E então: nada! É a isso que leva o seu "post": a nada. Como ao nível da abstenção, brancos e nulos estas eleições não trouxeram nada de novo, nada há para dizer que já não tivesse sido dito há vinte anos. O problema tem vinte anos! Portanto, não tem sentido conclusões de café de esquina como: "Se nenhum político de carreira aprender a lição destas eleições será desastroso. Se nenhum arrepiar percurso passando a fazer diferente será dramático", nem existe nada de novo que leve a "É chegado o momento de nós, cidadãos" e, por fim, não existe absolutamente nada que suporte essa conversa que nem de café tem nível de que "não se admirem se, numas próximas eleições, a percentagem de abstenção, nulos e brancos chegar quase aos 100%"

A sua análise é um nada. É uma espécie de voto nulo na capacidade de análise política onde a única coisa interessante é ilustrar como em portugal a ignorância dos eleitores em relação à política é tal que, para além de não passarem da espuma na análise, nem sequer sabem quais os partidos que se apresentam a eleições: infelizmente para nós e contrário do que afirma, existe em Portugal um partido de extrema-direita, e partidos que defendem a saída do Euro são mais do que um. Portanto, até nos factos o seu "post" é nulo.

A. Küttner de Magalhães disse...

Obrigado.

A. Küttner de Magalhães

Anónimo disse...

Ora essa, Sempre ao dispor.

O QUE É FEITO DA CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS?

Passaram mil dias - mil dias! - sobre o início de uma das maiores guerras que conferem ao presente esta tonalidade sinistra de que é impossí...