Dois
poemas deste poeta mexicano:
Ultravioleta
Há problemas que têm claridades
de lua
e outros que têm esplendores de uma manhã de abril.
O meu problema: luz derramada,
muito macia e pontual:
Não é o obscuro, é uma
Claridade mais subtil...
Clareza para olhos crepusculares,
para
Olhos contemplativos, habituados
a ver
Esse pressentimento de luz tão
ténue e rara
Que palpita nos ortos antes do
amanhecer...
Nota: as
estrelas pequenas emitem radiação ultravioleta
O Castanheiro Não Sabe…
O Castanheiro não sabe que se
chama Castanheiro;
mas, ao aproximar-se o término do
ano,
dá-nos o seu nobre fruto de fragrância outonal;
e Canopus não sabe que Canopus se chama;
mas a esfera colossal envia-nos o
seu nome,
e é, dos universos, o sideral
eixo.
Ninguém olha para a rosa que
nasceu no deserto;
mas, ela, arrogante, ereta,
mostra o cálice aberto
como se enviasse um ósculo perene
ao domínio.
Ninguém semeou a espiga na orla
do caminho,
nem ninguém a colhe; mas, ela, em
divino
silêncio, dará grãos aos pássaros
esfaimados .
Muitos versos, oh, pensei que
nunca os escrevi,
cheios de ânsias celestes e de amores
infinitos,
carecendo de nome, que ninguém
lerá!;
mas, com a árvore, a espiga, o
sol, e a rosa
unidos, desde agora, dando a sua
expressão harmoniosa
à Essência
Inefável que é, foi e será!
Nota:
As estrelas mais brilhantes são, em ordem decrescente:
Sirius, Canopus, α do Centauro (Rigil
Kent.), Vega, Capella, Arcturus, Rigel, Procyon, Achernar, β do Centauro
(Hadar), Altair e Betelgeuse.
Canopus é a segunda estrela mais brilhante do céu, apesar de
se encontrar a 310 anos-luz do sistema solar. Esta estrela supergigante está
situada na Constelação de Carina e é 20 000 vezes mais brilhante do que o Sol.
No hemisfério norte pode-se vê-la, indicando a direção
aproximada do Sul.
A estrela Sírius
encontra-se apenas a 9 anos-luz do sistema solar.
2 comentários:
Os negativos desta foto são falsos. Plano inclinado.
É feio.
A poesia como contemplação tão simples e livre quanto possível, descomprometida de razões, ou vontades, da realidade percepcionada e pensada/sentida/pensada, emergindo à consciência harmonias e tranquilidades/inquietudes, em aberto, indefinidas, para quem se detiver a reconhecer a grandeza/milagre do que nos rodeia...E da inteligência que nos é requerida para vermos que todas as formas de regeneração do nosso habitat dependem da vida.
O poeta não "trabalha" nisto, acredita e ama isto. Sejamos poetas, amemos, cantemos e respeitemos a vida!
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