sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Vivo num país inefável.

Vivo num país inefável. A quatro horas da apresentação do livro Falo Do Fundo, sou informado que houve um atraso na gráfica. Peço desculpa a todos. O livro sairá, decerto. Este é o verdadeiro "Fundo" do meu país.

Deixo um poema:

VIZINHOS


Dois choupos vivem à beira da vala.
Vejo-os pela janela. São muito altos,
Têm a mesma altura, garbo, porte e anos
E só se tocam quando o vento ulula.
Dia indolente! Os pássaros loucos
Emudeceram a luz sem escala.
As folhas amarelas, em parábola,
Giram pla estrada fora e entre troncos.
Sou o choupo vizinho da azul estrada,
A tua folhagem é o meu tapete.
Em meu redor tua vida passada.
O que entra no olho é pisado por gente,
O vento afaga a janela e não muda…
Os choupos fremem no céu eloquente.

2 comentários:

João Pires da Cruz disse...

A minha solidariedade!

Limpando os pés disse...

A vizinhança é um mal necessário. Tem essencialmente a ver com a atrofia dos espaços urbanos, o que provoca uma escanzelada estupidez de forçada proximidade.

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