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Como seria bom de ver, o passo era pequeno, muito pequeno para que estes instrumentos passassem a estar para outros domínios. E ele aí está (teria havido passos anteriores que desconhecemos?): uma companhia de caminhos-de-ferro vai usá-los com o argumento da higiene ou algo parecido (reduzir os graffiti). É um argumento que também nos serve, é quase tão aceitável com a segurança. E hão-de aparecer mais... Todos eles serão apresentados a favor do cidadão comum, como forma de assegurar os seus direitos fundamentais; nunca contra ele, nunca pondo em causa a sua liberdade...
Substituiremos, por todo o mundo civilizado, as obsoletas câmaras de filmar fixas por estas maravilhas da técnica, móveis e programáveis cada vez mais pequenas, dissimuladas, sofisticadas, rápidas, eficazes... Sem lhe sentirmos a presença, elas andarão à nossa volta pelas ruas, pelos supermercados, pelos teatros, pelas prisões, pelos museus, pelos hospitais, pelos jardins, pelas repartições públicas, pelas escolas, talvez pelas nossas casas...
Acharemos normal que assim seja, pois o apertar do cerco sobre as pessoas, o controlo sobre o que fazem, pensam e sentem tem sido primorosamente acompanhado de uma educação soft, que usurpa o conhecimento e barra a conquista do discernimento. A obra tem sido de mestre! Conseguimos o "panóptico", senhor Jeremy Bentham (1791), conseguimos, mesmo, o panóptico senhor Michel Foucault (1975), perfeitinho!
A aqui vou-me permitir discordar de Albert Einstein: preocupo-me "com o futuro pois ele chega sempre cedo de mais".
1 comentário:
1984
o futuro era ontem
o futuro é hoje
Pedro Lopes
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