domingo, 14 de outubro de 2012

QUESTÕES-CHAVE DE EDUCAÇÃO

Trancrevo do portal Educare a notícia de Andreia Lobo sobre o ciclo Questões-Chave de Educação da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em cuja organização estou envolvido.

"A Avaliação dos Alunos", "As Novas Escolas" e as "Novas Tecnologias" são os temas desta terceira edição que se realiza de 10 de outubro a 5 de dezembro nas cidades de Coimbra, Faro, Lisboa, Leiria e Porto. 

É a terceira edição do ciclo "Questões-Chave da Educação", organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), que, entre muitos projetos, desenvolve a base de dados portuguesa PORDATA.

Carlos Fiolhais, responsável pelo Programa de Educação da Fundação, acredita que a iniciativa deve interessar a toda a comunidade educativa: "Acreditamos que a escola pode ser melhor."

Sobre o papel da FFMS, Fiolhais explica: "O nosso principal contributo é o de fornecer informação fiável, fundada na experiência e na investigação, que possa servir de base de reflexão e trabalho para professores, alunos e pais." Mas fornecer informação não implica forçar à decisão política." Obviamente, não nos compete a nós estabelecer prioridades da governação, mas-tão só reforçar a difusão de conhecimento para que a escola possa melhorar", garante o também investigador.

Avaliar os alunos

"Como deve ser a avaliação?" Não ter de fazer testes é o sonho de qualquer aluno na véspera de um momento de avaliação decisivo. O tema "Avaliação dos Alunos" interessa a pais e professores. Por se tratar de uma questão-chave da educação, a Fundação Francisco Manuel dos Santos aborda-a nas primeiras conferências organizadas a 10 de outubro [17:00-19:15], no Auditório da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade de Coimbra e a 11 do mesmo mês, no Auditório da Torre do Tombo, em Lisboa.

Carlos Fiolhais, responsável pelo Programa de Educação da FFMS, reconhece a atualidade do tema em Portugal, depois da introdução de exames nacionais no 1.º ciclo: "Surgem questões como: Quando devem os alunos ser avaliados por exames? Que peso eles devem ter nas notas? Essa avaliação reforça a aprendizagem? Que fazer perante o insucesso? Como podem os professores e pais ajudar os filhos na preparação para exames?" No entanto, as respostas nem sempre são as mais adequadas, contrapõe: "Discute-se muito, mas por vezes com pouca profundidade." 

Colmatar esta ausência de "fundamento científico" é um dos propósitos dos oradores que fazem parte deste debate. São eles: Jeffrey Karpicke, professor na Universidade de Purdue, nos EUA; Hélder Diniz de Sousa, diretor do Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), entidade responsável pela elaboração das provas de aferição e exames nacionais; e Leandro S. Almeida, professor catedrático de Psicologia da Educação da Universidade do Minho, tem coordenado projetos nos domínios da cognição, aprendizagem e sucesso académico e sobredotação.

"Interessa saber o que diz a investigação pedagógica, baseada na realidade das escolas", acrescenta Carlos Fiolhais. Jeffrey Karpicke é o orador principal. Especialista na aplicação da Psicologia Cognitiva à Educação é, segundo Carlos Fiolhais, "considerado uma estrela em ascensão pela Association for Psychological Sciences". A sua área de investigação centra-se no papel da avaliação na aprendizagem e no modo como a recuperação de conhecimentos na memória promove aprendizagens úteis e permanentes. "Hoje sabe-se que o teste dos conhecimentos é um meio de assegurar a permanência dos conhecimentos", esclarece o responsável pelo Programa de Educação da FFMS.

Organizar as escolas

"As Novas Escolas", modelos diferentes de organização dos estabelecimentos de ensino e dos sistemas educativos, constituem o tema do segundo ciclo de conferências que tem início a 7 de novembro em Faro, no Grande Auditório da Universidade do Algarve [14:30-16:55] e se repete, no dia seguinte, no Auditório da Torre do Tombo, em Lisboa.

São estabelecimentos de ensino que gozam de autonomia e financiamento próprios e onde os pais podem optar por colocar os seus filhos. "São modelos que não temos ainda no nosso país", explica Carlos Fiolhais. "Entre nós, quase todo o ensino público é tutelado pelo Ministério da Educação, que define os programas, a avaliação, a seleção dos professores."

Nestas escolas não. Por isso, "interessa discutir que alternativas existem, como são elas aplicadas noutros países, qual o papel do governo e da comunidade, e que conclusões podemos tirar para melhorar o nosso sistema de ensino", diz Carlos Fiolhais.

Para o também investigador, uma das questões que se colocam em torno das "novas escolas" é saber até que ponto "será conveniente ter mais liberdade de escolha de tipos de escola?". Para responder a esta e a outras questões, estarão no debate Margaret Raymond, diretora do Center for Research on Education Outcomes (CREDO) [Centro de Pesquisa sobre os Resultados da Educação], na Universidade de Stanford.

A especialista em políticas e reformas educativas nos EUA vai falar sobre um novo tipo de escolas com financiamento público mas administração autónoma: as Charter Schools. O debate faz-se ainda com Simon J. Steen, presidente do Conselho Europeu de Associações Nacionais de Escolas Independentes (ECNAIS), e Alexandre Homem Cristo, autor de um estudo realizado a convite da FFMS sobre "Novas Escolas" no mundo e coautor do blog sobre educação http:cachimbodemagritte.com, que falará sobre a liberdade de escolha.

Como usar as tecnologias?

O debate sobre "As Novas Tecnologias" encerra o ciclo a 3 de dezembro no Auditório Ferreira da Silva, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto [17:00-19:15], a 4 de dezembro em Leiria, no Auditório 2 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais [18:00-20:15] e a 5 de dezembro, em Lisboa, na Torre do Tombo [17:30-19:45]

Sobre o tema, Carlos Fiolhais esclarece: "Já não se trata de discutir o seu interesse - hoje óbvio - mas sim a forma como são utilizadas dentro e fora da sala de aula." Mas "efetuar uma apreciação crítica do seu uso e perceber, por exemplo, como o multimédia ajuda no ensino de conteúdos científicos ou como o software especial pode ajudar os alunos com necessidades educativas", garante.

Jeroen van Merrienböer é um dos oradores cuja área de investigação se centra na aprendizagem e no uso de novos media em ambientes inovadores. É autor de várias obras sobre o design da instrução, carga cognitiva e aprendizagem ao longo da vida e tem procurado responder a uma questão que ocupará a mente de muitos pais, professores e educadores: Como pode a tecnologia ajudar a aprender mais e melhor? 
Secundino Correia, professor de Informática Educativa, Recursos e Tecnologias Educativas, na Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, no Porto, será outro dos participantes. "Tem-se distinguido pela promoção de software para crianças com necessidades educativas especiais, inovando na conceção de materiais e na sua disponibilização no mercado", destaca Carlos Fiolhais. Na mesma área, outro orador: João Carlos de Matos Paiva, professor auxiliar no departamento de Química (seção Educação) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, cujo principal interesse se situa nas aplicações pedagógicas das Tecnologias da Informação e Comunicação no domínio da Química.

Seguindo a filosofia das edições anteriores, a entrada nas conferências é livre, mas sujeita a uma pré-inscrição no sítio da Fundação [www.ffms.pt]. Para quem não conseguir assistir no local, as três conferências temáticas poderão ser visionadas no sítio da FFMS Internet e serão ainda acompanhadas pela publicação de um pequeno livro com o essencial das comunicações dos participantes.

Andreia Lobo

1 comentário:

Rui P. Guimaraes disse...

Olá, como dirigente da ANSOL gostaria de perguntar se a parte tecnológica do ciclo de conferencias considera a divulgacao do software livre como recurso essencial para os professores no apoio à educação (ver http://ensinolivre.pt/) e explica como envolver uma comunidade de software livre no desenvolvimento de mais e melhores ferramentas.

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