quinta-feira, 30 de junho de 2011

1º Atelier de Escrita em Comunicação de Ciência

Os textos que foram produzidos durante e na sequência do atelier que organizei no passado dia 17 de Junho de 2011, na Casa da Escrita em Coimbra, estão a ser reunidos neste blogue dedicado ao evento.

Num dos exercícios, e após uma mui interessante conversa com o Professor Rui Ferreira Marques, deixei o bolígrafo romper o estilo usual. O resultado é na forma de poema que a seguir se apresentam e que já foi validado (cientificamente) pelo já citado Doutor Rui Marques.

átomo ao espelho









Vejo-te.
Porque os meus olhos são sensíveis à luz que emites,
Ao fotão que lançaste ao vazio que nos separa.
Não consigo tocar-te.
Não há força que o permita!
Contudo, és exclusão permitida!
Algo expresso no Princípio de Pauli o descreve.
Disse-mo um Físico, de forma breve.
Impressiono, em vão, a imagem que tenho de ti,
Um reflexo fotónico na interface feita de átomos, talvez de prata.
Simetricamente no espaço e no tempo mimicas o que faço.
A minha vontade e a tua, coincidem
Numa incerteza intangível,
Numa vertigem aniquilável.
És a minha antimatéria visível?
És a minha sensação electrostática repulsiva?
És no instante em que te provoco o meu spin oposto?
Ou sou eu a tua matéria no reverso do universo?
És deste universo?
Vejo-te. Mas se te toco, aniquilo-me!
Quem verá, depois do nosso nada, a nossa luz?

António Piedade

3 comentários:

Anónimo disse...

Que falta faz o violino!... JCN

Anónimo disse...

Que linda prosa dava este poema!... JCN

Cláudia S. Tomazi disse...

De bom tamanho já reconhecido como poema est!

Pois ainda há quem não faça dinstinção entre louro e ouro, sendo que propriamente, uma farda possa as duas coisas conter.

Aliás, bem haja que digam-se, intrínsecas.

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