segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fundação Champalimaud, uma fundação para o futuro


Post recebido de António Mota de Aguiar:

Quando saímos de Lisboa pela estrada marginal, na zona ribeirinha do Tejo, em direcção a Cascais, depois de passarmos a Torre de Belém, deparamos agora com um moderno e imponente edifício, a sede da Fundação Champalimaud (FC).

A Fundação foi criada por António Sommer Champalimaud (1918-2004), industrial português que deixou no seu testamento 500 milhões de euros para a criação de uma fundação em Portugal de apoio à investigação na área das Ciências Médicas. Leonor Beleza é Presidente da Fundação, conforme decisão deixada em testamento.

“O fundador não deixou grandes pistas” das áreas de investigação científica que queria para a fundação. Contudo, como antes de morrer via muito mal, foi criado um prémio de visão, o qual tem por objectivo o diagnóstico, tratamento e/ou prevenção de doenças e distúrbios de visão, visando distinguir instituições que lutem contra a cegueira. O prémio tem o valor de um milhão de euros, tendo sido atribuído até hoje quatro vezes.

Além da área da visão, a FC centra actualmente a sua atenção em doenças não transmissíveis. A FC apoia igualmente a investigação em áreas onde há menos investimentos, como as doenças neurogenerativas e psiquiátricas: “Portanto, doenças mentais, as Parkinsons, as Alzheimers, as demências, as esquizofrenias… a que juntámos a área do cancro, oncologia…
”, disse recentemente a Presidente da Fundação.

O objectivo da FC é fazer uma aproximação “entre aqueles que estudam as ciências básicas e aqueles que tratam doentes. Portanto, entre investigadores e médicos. Uma coisa que se ouve falar sistematicamente em todo o lado, mesmo nos sítios cheios de meios, é na enorme dificuldade que têm em que estas pessoas trabalhem em conjunto, em conseguir que aconteça investigação clínica… ”.

E acrescentou Leonor Beleza: “Somos uma instituição de investigação, não nascemos para prestar cuidados clínicos, mas para fazermos investigação clínica em cancro temos de ter uma unidade de prestação de cuidados clínicos. Portanto, na parte do cancro, vamos abrir simultaneamente com tudo: com a investigação básica em campo e com uma unidade clínica, numa primeira fase em ambulatório”.

Isto quer dizer que vão receber doentes: “Há um sem número de pessoas que têm contactado para dizerem que estão disponíveis para serem incluídas em ensaios experimentais de tratamento” “Tem sido uma experiência muito positiva perceber que há tanta gente interessada em contribuir para o avanço da ciência”.

A FC pretende aprofundar a Medicina e a saúde pública e atingir elevados padrões éticos e científicos. Mantém para isso protocolos de colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência, além de ter chegado a acordo com o Ministério da Saúde. Com o Ministério, a FC pretende que: “os beneficiários do SNS, como de outros subsistemas, poderão ter acesso a tratamentos no centro”, iniciando-se os serviços clínicos neste mês de Junho.

Na concretização do seu programa de cancro, a FC já assinou protocolos com universidades americanas (de Princeton, Harvard e Cornell) para desenvolver programas científicos, havendo já cientistas Champalimaud nessas três universidades, que vão permitir a formação de outros cientistas e contribuir com o seu saber e experiencia para a instalação do Programa de Metástases em Lisboa. Disse a Presidente: “Será o primeiro Centro mundial dedicado exclusivamente à investigação, prevenção e tratamento de metástases”.

António Mota de Aguiar

Referências:

Texto redigido com o apoio de entrevistas dadas por Leonor Beleza a:

Fernanda Câncio, DN de 14 de Setembro de 2009
http://www.dn.pt/Common/print.aspx?content_id=1172010

e Ciência Hoje
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=48254&op=all

além de consulta ao sítio da FC www.fchampalimaud.org .

2 comentários:

Anónimo disse...

Não será... Champalimaud? JCN

Anónimo disse...

O nome está bem escrito, não? AMA

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