Texto recebido de Armando Vieira, que foi professor coordenador do Ensino Politécnico antes de abraçar uma vida empresarial:
Existem razões para ter esperança que o estado do educação em Portugal pode vir a melhorar. Pela primeira vez, desde há muitos anos, o Ministério será ocupado por uma pessoa que sabe sobre educação. Embora polémico, é alguém que tem ideias próprias e que tem denunciado os disparates colossais que têm sido feitos nos últimos 20 anos nesta área tão importante.
Das muitas tarefas que tem pela frente, irei abordar o ensino superior politécnico. O papel destas escolas precisa ser urgentemente repensado. De universidades de segunda têm de passar a ser escolas de engenharia aplicada de primeira. Essa mudança só pode ser conseguida reescrevendo o seu enquadramento legal, separando-o do modelo universitário.
Três aspectos serão fundamentais:
1) Introdução de um novo modelo de financiamento, com mais exigência de fontes de financiamento autónomas e um indexante não só ao número de alunos como também ao desempenho científico e tecnológico
2) Colocar exigências mais rigorosas e continuadas sobre o corpo docente. A contratação de docentes nestas escolas sofre de um coorporativismo atávico e bloqueador da inovação e da excelência. Validar a experiência empresarial e incentivar a investigação aplicada em parceria com empresas.
3) Apoio incondicional ao empreendedorismo. Estas escolas têm de estar ao serviço da economia e devem apoiar projectos inovadores, quer através de organismos próprios, quer através de parcerias com associações de Business Angels e Venture Capitals. O empreendedorismo em Portugal é residual e precisa ser fortemente estimulado. Não há local mais indicado para o fazer.
Armando Vieira
domingo, 19 de junho de 2011
Reformular o Ensino Superior Politécnico
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3 comentários:
Julgo que não abordou o problema principal: temos demasiadas instituições de ensino superior.
Fartinho da Silva volta a acertar em cheio: não só temos demasiadas instituições de ensino superior em Portugal, como muitas delas não prestam, coisa que toda a gente sabe, especialmente os que estão dentro delas ou (de algum modo) ligados a elas.
Caro José Batista da Ascenção,
"especialmente os que estão dentro delas ou (de algum modo) ligados a elas." Só tenho a acrescentar, ou que a elas estiveram ligados...
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